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Meu Canto - poemeto de campo

Em 2004 conheci “Meu Canto”.As 107 estrofes do poema de campo de Eron Vaz Mattos me remeteram a obras basilares da nossa literatura gaúcha. ...


Em 2004 conheci “Meu Canto”.As 107 estrofes do poema de campo de Eron Vaz Mattos me remeteram a obras basilares da nossa literatura gaúcha. Ao lê-las, como não lembrar de Aureliano de Figueiredo Pinto, de Ramiro Barcelos, de Jaime Caetano Braun?

Não que se pareçam no estilo, mas a semelhança está na essência, a parecença está no poder do que de terrunho são capazes de despertar.

Li e reli “Meu Canto” e, quanto mais pobre, mais descolorido, mais desparelho, mais torto o poeta afirma ser o seu canto, mais os versos vão marcando o contrário. Dessa afirmação aparentemente depreciativa, constantemente presente no poema, brota em cada página uma carga tal de conhecimento de campo e sensibilidade poética crioula, que passam os versos a revelar o revés: a riqueza, a cor, o viço e a genialidade.

O poeta de Bagé tem vários outros títulos publicados, mas esta obra é, para mim, a síntese de seu trabalho. Ali está uma plena e clara visão da existência gaúcha.

A querência fronteira, o Bagé tão amado e cantado pelo autor, desbordou desses versos e, com eles, ganhou os quatro caminhos no lombo de cada vento. Pegou o rumo dos rincões mais distantes, mais escondidos do mundo pampeano e levou a arte literária de Eron Vaz Mattos a um retorno aos campos onde foi gestada. Aqueles campos largos e naturais que estão intocados na alma de tanta gente. É lá, na amplidão desses descampados da alma, que sempre encontrará abrigo o poema crioulo.

Xirú Antunes e Silvério Barcellos são vaqueanos. Conhecedores e cruzadores dos muitos caminhos do Sul, um dia, toparam com um verso lindo.Um, em uma pulperia de Piratini; o outro, numa noite de ronda em Encruzilhada. E este verso não os abandonou jamais; ao contrário, passou a andar com eles e a pisar os mesmos pastos e a mesma terra.
Mais adiante, quando se encontraram após tanto andejar, traziam na mala misturado ao fumo, a botella de canha com yuyos; a algum par de argolas para uma peça de couro, o tal verso de um poeta gaúcho.

Tocados pela mesma emoção resolveram cantá-lo. Daí nasceu este trabalho: Uma jornada que, com orgulho, acompanhei.

Não é tarefa fácil cantar e gravar uma obra maior. Mas, neste caso, a lida foi facilitada, pois a poesia já não pertencia mais ao autor, mas fazia parte da bagagem dos intérpretes e, por isso, se confundia com sua própria vida.

Eron Vaz Mattos, Xirú Antunes, Silvério Barcellos, O poeta, o declamador, o guitarreiro. “Sobra cavalo pra cantar este Rio Grande”.

Sérgio Carvalho Pereira

Dia 12 de março, quinta feira as 21 horas será lançado o CD meu canto, poemeto de campo, obra esta que tem a assinatura poética de Eron Vaz Mattos.Gravado no Estúdio Luvi em junho de 2008 com arranjos musicais de Silvério Barcellos,a interpretação de Xirú Antunes, projeto gráfico de Fabiano Bacchieri e a produção de Sergio Carvalho Pereira, Xirú Antunes e Silvério Barcellos, este trabalho vem valorizar,afirmar e principalmente despertar o terrunho.O lançamento será na Parrillada Mercado Del Puerto em São Lourenço do Sul, dia 12 de março as 21 horas, a parrillada fica na rua Dionisio Aragon 328, em São Lourenço, numa noite dedicada a pampa e seu habitante.

Colaboração: Xirú Antunes e Blog Pulperia.

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