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Polícia investiga caso de injúria racial pela internet contra invernada artística de CTG de São Sepé

CTG Ronda Crioula é alvo de injúria racial pela internet após apresentações A invernada artística Tio Mino, do Centro de Tradições Gaúc...

CTG Ronda Crioula é alvo de injúria racial pela internet após apresentações


A invernada artística Tio Mino, do Centro de Tradições Gaúchas Ronda Crioula de São Sepé, na Região Central do estado, foi alvo de injúria racial pela internet. De acordo com a Patroa do CTG, Maristela dos Santos, as mensagens foram enviadas a integrantes do grupo através de um aplicativo de perguntas e respostas que mantém o anonimato das pessoas (imagem abaixo). A Polícia investiga o caso.
 
 
 
Mensagem postada em aplicativo de perguntas e respostas direcionada a integrantes da invernada Tio Mino. — Foto: Arquivo pessoal


"Nosso CTG foi fundado por negros e temos maioria negra. Somos conhecidos por ter uma representação negra muito forte. Nos criticam também porque usamos roupas simples. Nossos integrantes gostam de dançar assim, se sentem à vontade. Decidimos em 2016 contar a nossa história, a história do negro. Não tínhamos dinheiro para trocar a indumentária."

O G1 fez contato com o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) e aguarda posicionamento.

O ataque foi registrado na Polícia Civil de São Sepé e está sendo investigado pela delegada Carla Dolores.

"Ainda não há identificação. Como foi um ataque virtual é mais demorado. Dependemos de quebras [de sigilo de informações] junto a provedores de redes sociais. É algo bem complexo, mas estamos investigando e ouvindo as pessoas envolvidas", diz.

"Como é um crime cibernético, temos vários protocolos de investigação a serem seguidos, e dependemos de autorização judicial", completa a delegada.

Segundo Maristela, essa não é a primeira vez que os integrantes do CTG Ronda Crioula sofrem ataques na internet. Em novembro do ano passado, durante a transmissão ao vivo do Enart, na página da TV Tradição no Youtube, foram postados comentários com as seguintes palavras: “vai passar vergonha”, “lixo”, “ronda é um lixo”, “olha aquele gordo sem camisa”.
 
 
Mensagens foram enviadas durante apresentação do grupo no Enart. — Foto: Reprodução/Youtube


Na apresentação, a invernada lembrava a luta do povo escravo. O caso também foi registrado na polícia, como um caso de injúria.

"Esses ataques não são de agora. A gente deixou passar. Várias pessoas atacam o grupo, falam mal. Outros grupos dançam com uma indumentária como a nossa e não são atacados assim. Essa é a nossa história. A história que a gente gosta de mostrar", conta Maristela.

O CTG, que completou quatro décadas de existência este ano, está com essa formação de dançarinos desde 2014.

"A gente espera que o responsável seja encontrado, que sejam tomados os devidos fins para esse tipo de ato que não pode acontecer. Nós estamos num século bem avançado e estão acontecendo várias coisas que a gente fica abismado, muito triste", diz o coordenador artístico Anderson dos Santos.

Os ataques abalaram os integrantes, que deixaram de ensaiar para buscar justiça.

"Não surpreende mais, infelizmente. Eu não entendo porque isso segue acontecendo. A gente não ofende ninguém fazendo o que a gente quer, o que a gente gosta. Isso é uma questão de representatividade, a gente se orgulha muito de fazer esse tipo de coisa. Então parem! Não estão nos atingindo, muito pelo contrário. Cada coisa que tenta nos derrubar nos dá mais forças para seguir adiante", diz a dançarina Chrislaine dos Santos.
 
 
Apresentação da invernada Tio Mino, em novembro de 2018.
Foto: Reprodução/Youtube


Fonte: portal G1, Rio Grande do Sul

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