Vencedores da Coxilha Nativista de Cruz Alta 2018 Thaís Quevedo / Divulgação Ao longo dos quatro dias da sua 38ª edição, a Coxilha Na...
Vencedores da Coxilha Nativista de Cruz Alta 2018
Thaís Quevedo / Divulgação
Thaís Quevedo / Divulgação
Ao longo dos quatro dias da sua 38ª edição, a Coxilha Nativista reuniu cerca de 12 mil pessoas no ginásio José Westphalen Correa, em Cruz Alta. Único dos grandes festivais voltados à música regional do Rio Grande do Sul que jamais interrompeu sua realização anual, a Coxilha chegou ao seu final na noite de sábado (28), consagrando como grande campeã Inventário de Campo, que ficou com os prêmios de melhor música, letra e melodia.
Com letra de Juliano Santos e Michel Plautz e melodia de Marcelo de Araújo Nunes, Inventário de Campo foi escrita e musicada em Cachoeira do Sul, em abril passado, durante um festival de barranca de rio. Nesse tipo de evento, a organização costuma dar aos participantes um tema, para que uma música seja criada e apresentada no mesmo dia. Os autores percorrem o circuito de festivais há cerca de 10 anos, mas esta foi a primeira vez que conseguiram classificar uma concorrente na Coxilha.
— É uma honra pisar no palco da Coxilha, por onde já passou tanta gente. Quem reparar vai perceber que nossa banda é composta só por gurizada — diz Juliano Santos.
Além de Araújo Nunes (gaita botoneira), o grupo que defendeu Inventário de Campo foi integrado pelo cantor Robson Garcia, o baixista Marcelo Holmos, os violonistas Isaac Menezes e Marcianinho Reis e os percussionistas Leonardo Borges e Juliano Santos. A reunião de jovens desbancou talentos consagrados presentes na competição, como Joca Martins, Chico Saratt, Jairo Lambari Fernandes, Lisandro Amaral e Mauro Moraes. Na comissão julgadora, estavam Shana Müller, Rogério Villagran, Edilberto Bérgamo, Marcio Rosado e Fabiano Fogaça.
— Fazemos uma coisa simples, terrunha, que passa nossa mensagem para o público. Se entenderem, estamos faceiros — comemorou Juliano.
A música que ficou com a segunda colocação foi Continuidade, interpretada pelo Quarteto Coração de Potro, com letra de Rafael Machado e melodia de Kiko Goulart. Em terceiro ficou Nobre Cavaleiro Andante, cantada por Pirisca Grecco, com letra e melodia de Carlos Eduardo Nunes.
A 38ª Coxilha recebeu como convidados especiais para apresentações durante a semana Yamandu Costa, Luiz Carlos Borges, João de Almeida Neto, Instrumental Picumã e Yangos.
Masterchef gaudério
Gujo Teixeira participa de concurso culinário na Coxilha Nativista
Coxilha Nativista / Divulgação
Coxilha Nativista / Divulgação
Antes da finalíssima no sábado, os músicos participaram de outra competição, fora do palco. No Parque Integrado de Exposições de Cruz Alta, artistas consagrados do regionalismo como Ita Cunha, Cristian Camargo, Marcelo Oliveira, Pirisca Grecco e a banda Yangos vestiram o avental para a segunda edição do concurso culinário Chef CCGL.
Eram sete equipes concorrendo por prêmios de R$ 500, R$ 300 e R$ 200. A brincadeira despertou o espírito competitivo dos músicos, que há meses vinham se provocando por meio de mensagens em um grupo do WhatsApp. Gujo Teixeira, compositor de Batendo Água (com Luiz Marenco), batia merengue para a sobremesa do grupo De Flor e Luna, com Jairo Lambari Fernandes, Mariele Teixeira e Charlise Bandeira. Deu ponto. A equipe foi a vencedora, com um filé ao molho de seis queijos e um doce de flores.
Duelo de virtuose
Yamandu Costa e Edilberto Bérgamo se apresentam na Coxilha Nativista de Cruz Alta 2018
Thaís Quevedo / Divulgação
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A Coxilha Nativista privilegia desde o ano passado shows instrumentais. Músicos como Luiz Carlos Borges e Leonel Gomez se apresentaram no palco principal da festa, com com sucessos cantados, e também tocaram temas instrumentais na Praça Nativista, em frente ao ginásio José Westphalen Correa. Um dos momentos mais emocionantes do festival foi o show com Yamandu Costa, na noite de sexta-feira. O violonista se apresentou após a mostra competitiva, entrando no palco depois da meia-noite. Apesar do frio e do tempo úmido, o público não arredou pé do ginásio. Quem ficou até o final pôde assistir a uma performance de Yamandu com o gaiteiro Edilberto Bérgamo, virtuose da gaita-ponto - e também fornecedor de erva-mate uruguaia para o amigo radicado em terras cariocas.
— Podemos oferecer um show como esse porque sabemos que há gente interessada em uma música mais densa, que precisa de mais atenção. Em parte, isso é também um reflexo de não haver interrupção da Coxilha em 38 anos. Com consequência dessa continuidade, houve um trabalho muito consistente de formação de público — avalia Graciela Vogel, da coordenação do evento.
A comunidade e o festival
Robson Garcia, intérprete de Inventário de Campo, música vencedora da Coxilha Nativista de Cruz Alta 2018
Thaís Quevedo / Divulgação
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Entre as diretrizes da Coxilha Nativista para as próximas edições, está aumentar a presença do festival na comunidade também ao longo do ano. Para isso, a organização já realiza encontros e atividades em escolas da rede pública de ensino. O próximo passo é também oferecer shows periódicos com instrumentistas renomados.
— A comunidade abraça o festival, se emociona e se sente parte dele. Sabemos que, para que isso continue ainda mais forte, é preciso estar presente no cotidiano da comunidade e das novas gerações — afirma o produtor cultural João Bosco Ayala.
Vencedores da 38ª Coxilha
Melhor música: Inventário de Campo (Intérprete: Robson Garcia. Letra: Juliano Santos e Michel Plautz. Melodia: Marcelo de Araújo Nunes
Intérprete: Marcelo Oliveira (Rosa de Pedra)
Letra: Inventário de Campo (Juliano Santos e Michel Plautz)
Melodia: Inventário de Campo (Marcelo de Araújo Nunes)
Instrumentista: João Paulo Deckert (Rosa de Pedra)
Arranjo: Rosa de Pedra
Conjunto vocal: Quarteto Coração de Potro (Continuidade)
Indumentária: Pirisca Greco (Nobre Cavaleiro Andante)
Música mais popular: Rancheira de Domador (Intérprete: Raineri Spohr. Letra e melodia: Felipe Correa)
Fonte: portal GaúchaZH
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