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O grande desafio do MTG

 Ontem, na cidade de Rolante, o MTG encerrou com sucesso mais uma Festa Campeira do Rio Grande do Sul. Neste tipo  de coordenação de gra...


 Ontem, na cidade de Rolante, o MTG encerrou com sucesso mais uma Festa Campeira do Rio Grande do Sul. Neste tipo  de coordenação de grandes eventos o Movimento tem-se saído muito bem, basta ver seus Congressos, Convenções, Encontro de Artes, Encontros de Prendas e Peões...

Contudo, de uma forma mais ampla, penso que o grande desafio da entidade que comanda o Tradicionalismo deve ir além. 

Em meados de janeiro o M. T. G. esteve reunido no 65º Congresso Tradicionalista Gaúcho, no CTG Laço Velho, em Bento Gonçalves.

Neste encontro alguns objetivos foram traçados, dentre os quais o Plano Quinquenal que tem por base o Projeto Social "Voluntariado", numa proposição da Diretoria da entidade. O tema será trabalhado ao longo de cinco anos e deverá ser desenvolvido em todo o âmbito do Movimento.

Sem dúvida alguma é um projeto interessante em face de que o profissionalismo está ocupando um espaço enorme dentro das tradições e isto não é bom mas, voltamos a repetir, a missão do MTG, na nossa opinião, deve ser ainda maior.

Cabe a ele, como órgão organizador e propagador da nossa cultura, tornar nosso folclore nativo menos elitizado, ou seja, fazer com que os costumes e a cultura gaúcha como um todo seja POPULAR. 

Mas como fazer isto?

Tudo começa pela raiz e, aqui neste caso, a semente é a escola. Enquanto o MTG, através de seus braços tradicionalistas que são os Centros de Tradições não atacar o âmago desta questão e ir ao encontro das crianças levando nossos costumes, não só da dança, mas com oficinas que mostrem nossa cultura como um todo, ficaremos secando gelo e ouvindo que a tradição gaúcha é para os ricos, ou seja, elitizada.

Claro que, por estilo, não chegaremos nunca ao nível popular do carnaval, por exemplo, nem conseguiremos alcançar Estados como Pernambuco onde os costumes locais não exigem tanto poder aquisitivo, mas poderíamos aprender muito com alguns locais, do mundo todo, que popularizaram suas tradições.

Nós que vivenciamos o meio tradicionalista temos a falsa impressão que tudo gira em torno do gauchismo. Não é verdade. É só fazermos uma pesquisa e veremos que, fora os festejos farroupilhas, a GRANDE maioria da população gaúcha não está nem aí para a tradição gaúcha. Incluem-se aí as rádios e televisões do Rio Grande do Sul. 

Apenas para exemplificar. Se formos fazer uma pesquisa em relação a musicalidade, veremos que dentro do próprio Rio Grande a "brilhante" Meu Pau Te Ama, roda 30 vezes mais ao dia do que a clássica Querência Amada. Um absurdo.

É um círculo vicioso. As rádios precisam faturar e as empresas só patrocinam o que o povão (que compra seus produtos) escuta.

Os festivais nativistas estão minguando. Os rodeios e festejos por esta província afora, embora organizados por gente daqui, preferem pagar 10 vezes mais e trazer qualquer duplinha sertaneja para atrair o grande público e o prefeito poder ver seu evento "bombando".

Nossa tradição não é popularesca. Não é acessível. O clima, a geografia, não nos favorecem. As pessoas precisam ter café no bule para se pilchar e participar dos eventos culturais.

Este é o grande desafio do Movimento. Achar uma maneira de dispor nossos costumes ao alcance de todos.

Como? Não sabemos. Mas achamos que tudo deve começar pela infância, pelos colégios, com apoio dos Centros de Tradições e das coordenadorias regionais.  
Na década de 50 as professoras ensinavam nossas tradições nos colégios como registra este flagrante de 1954, no Colégio Rural de Aratinga, no interior do município de São Francisco de Paula. Por que este costume se perdeu?


Fonte: blog do Léo Ribeiro

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