O MOMENTO ATUAL DO MTG: O Movimento obteve um grande crescimento quantitativo em número de entidades tradicionalistas (CTGs). Temos no Ri...
O MOMENTO ATUAL DO MTG:
O Movimento obteve um grande crescimento quantitativo em número de entidades tradicionalistas (CTGs). Temos no Rio Grande do sul, aproximadamente 1700 entidades filiadas.
Ao longo dos últimos 50 anos (durante o período da existência da “federação”) foram criados vários eventos competitivos nos quais os filiados participam, são avaliados e recebem premiação segundo seu desempenho.
Nesta análise queremos destacar os eventos em que as competições são principalmente entre entidades e eventualmente entre Regiões Tradicionalistas: os rodeios, a Festa Campeira do Rio Grande do Sul - FECARS, o Encontro de Artes e Tradição Gaúcha – ENART e o Festival Gaúcho de Danças – FEGADAN.
Para atender a questão de avaliação, foram criados os quadros de “avaliadores oficiais” do MTG, tanto na área artística quanto na área campeira. Aos poucos as entidades promotoras de rodeios se adequaram e passaram a utilizar esses tradicionalistas para a tarefa de avaliação com o objetivo de que erros ou enganos fossem minimizados. A ideia é de que os avaliadores credenciados pelo MTG estariam melhor preparados e seriam mais confiáveis.
Na área campeira, a avaliação é muito mais objetiva do que na área artística, especialmente nas provas do tiro de laço, o que “teoricamente” gera menos problemas. Alem disso a adoção do sistema de “armada cerrada” praticamente elimina as dúvidas, ficando as questões polêmicas na área do cumprimento das normas relativas à encilha dos animais e à indumentária dos competidores.
Nas atividades competitivas artísticas o problema da avaliação é mais delicado e preocupante. Nesse campo há uma grande quantidade de pontos cuja avaliação é fundamentalmente subjetiva, ou seja, cada avaliador pode ter um entendimento diferente ou uma postura individual mais ou menos rigorosa, o que gera discrepâncias e, eventualmente, resultados sujeitos a questionamentos. Isso vale para as provas individuais, especialmente a declamação e a interpretação musical, e para as provas coletivas como as danças tradicionais. Aliás, é nas danças tradicionais que se concentram os maiores problemas de avaliação, ou então, os problemas mais notáveis.
Para a área da avaliação das danças tradicionais, notadamente quando a avaliação segue o padrão do ENART, foram criadas planilhas de avaliação com detalhamento extensivo, com padrões de “descontos” muito complexos e compreensíveis somente para os “iniciados”. O “tradicionalista comum” não entende as planilhas de avaliação das danças tradicionais. Supõe–se que a criação dessas planilhas se destinou a minimizar erros ou a padronizar avaliações. De alguma forma foi o caminho escolhido para que o “subjetivismo” fosse reduzido a uma questão insignificante, o que não significa que o objetivo tenha sido alcançado, aliás, a sensação é a de que realmente não resolveu a questão.
Na área musical, temos claramente duas situações que se criaram com o passar do tempo e com o rigor técnico aplicado pelos avaliadores: perdeu-se o jeito “antigo” de cantar e de tocar (falamos do jeito que predominou durante os 40 primeiros anos do tradicionalismo); eliminaram-se os músicos amadores de dentro dos CTGs, especialmente aqueles que tocavam e cantavam para a execução das danças tradicionais. O rigor aplicado na avaliação afastou definitivamente os gaiteiros e violeiros que “tocam de ouvido” ou que fazem isso de forma amadora e voluntária.
Para atrair mais participantes e para chamar à atenção do público, os rodeios passaram a oferecer premiações “em dinheiro”, cada vez maiores. Hoje os rodeios são avaliados, quanto à sua importância, conforme o valor oferecido aos vencedores. Essa é uma verdade absoluta para a área campeira e uma verdade relativa para a área artística das danças tradicionais.
Na área das danças tradicionais, a importância do rodeio é calculada pelos prêmios oferecidos aos vencedores, mas também se aquele rodeio serve de parâmetro de avaliação para o ENART. Ou seja, as entidades tradicionalistas utilizam os rodeios e a avaliação da “comissão do MTG” para definir um plano de trabalho com vistas a ganhar o ENART a partir daquilo que os avaliadores, daquele ano, definem que “é o certo”, nos diversos quesitos de “correção”, “interpretação” e “harmonia”, além da música, é claro.
Outras duas questões importantes nesse cenário são: a indumentária a ser utilizada, especialmente no ENART, e a montagem das coreografias de “entrada” e “saída” para os grupos de danças tradicionais.
A questão de indumentária passa por dois momentos: primeiro a “necessidade” de impressionar o público e os avaliadores com uma vestimenta nova e cada vez mais “rica”; segundo a avaliação feita pela “comissão do MTG” que procura manter intactos determinados padrões históricos e tradicionais. Talvez essa ação do MTG seja a única que não implique aumentar os gastos dos CTGs, antes pelo contrário, procura eliminar “invenções” que sabidamente encarecem as vestimentas.
No quesito coreografias de “entrada” e “saída”, criou-se uma sistemática que funciona como mobilização interna dos próprios grupos de danças à medida que é a novidade anual que cativa os jovens dançarinos; e uma necessidade externa de impressionar positivamente o público que assiste e os próprios jurados, a mediada que os espetáculos são verdadeiras maravilhas teatrais.
Para atender à exigência cada vez mais alta da avaliação e o nível cada vez mais técnico exigido, assim como para alcançar os ditames da “comissão do MTG” para aquele momento, as entidades tradicionalistas que desejam participar do ENART, seja na força A ou B, se “obrigam” a adoção das seguintes medidas:
1. Dispor de músicos profissionais, ou com desempenho profissional, e que além de tocar e cantar, também sejam “empolgantes” e possam “contaminar” tanto os dançarinos quanto os avaliadores;
2. Possuir instrutores que tenham grande capacidade de mobilização, sejam conhecedores profundos do regulamento e dominem completamente o “livro das danças tradicionais”. Também se constata que esse instrutor deve ser “conhecido”, “ter nome” e, com estes pré-requisitos impor respeito junto aos avaliadores.
3. Utilizar “coreógrafos” especializados (profissionais) na montagem e treinamento para as “entradas” e “saídas”.
4. Mais recentemente, algumas entidades, têm se valido de serviços de nutricionistas, psicólogos, professores de educação física, professores de balé, etc.
As consequências naturais dessas medidas adotadas pelas entidades tradicionalistas são:
1. Gastos que vão muito além do que a entidade normalmente tem capacidade de arcar. Isso obriga a que os valores cobrados dos próprios dançarinos ou que a realização de promoções específicas para arrecadação de fundos sejam uma prática permanente;
2. O afastamento de voluntários da própria entidade que até vinte anos atrás eram comuns, seja como músicos, seja como instrutores; todos são pagos, exceto os dançarinos que são os únicos voluntários de verdade;
3. O afastamento de associados que não possuem capacidade financeira para arcar com os custos de manutenção de grupos de danças para atender aquelas “exigências” do ENART e dos grandes rodeios;
4. Afastamento dos associados que se envolvem trabalhando em eventos para angariar fundos, visando realizar melhorias físicas da entidade ou cobrir despesas de outros setores da entidade e, ao final, constatam que os lucros obtidos acabam sendo canalizados para pagamentos dos especialistas contratados;
5. A busca permanente e quase que exclusiva da premiação oferecida em rodeios para abater o valor gasto com musicais, instrutores, coreógrafos, indumentária e tudo o mais. Aquela participação pelo prazer, pela confraternização, pela tradição, praticamente desapareceu dos rodeios.
Como consequência paralela a tudo isso, podemos destacar os seguintes itens que nos parecem importantes e merecem atenção de todos nós:
1. A redução da quantidade de participação das modalidades individuais nos eventos artísticos, em função da supervalorização dos grupos de danças e do quanto é investido neles;
2. A categorização das entidades e dos grupos de danças que, por mais que seja negada por instrutores e avaliadores, é uma realidade percebida e sabida de todos nós. È real a classificação de “grupo dos grandes”, “grupo dos médios”, o “grupo dos ruins”, e assim por diante. Essa talvez seja a consequência mais danosa e mais destrutiva para o Movimento, seus objetivos e seu futuro;
3. O domínio dos instrutores dentro dos CTGs é uma realidade. É frequente ouvirmos: “lá quem manda é o instrutor” ou “o instrutor manda mais que o patrão”. As patronagens dos CTGs são de tais formas pressionadas para atender às “necessidades do ENART”, que acabam cedendo poder, espaço gerencial, comando e destino aos instrutores e dançarinos dos grupos adultos;
4. Cada vez menos entidades mantêm grupos de danças adultos, especialmente no interior do estado ou nas cidades menores. Elas não conseguem fazer frente aos grandes centros e ao poderio econômico de algumas entidades que possuem melhor estrutura ou que, pela sua história, são destaque. Essa questão leva a que determinadas entidades possuam gente sobrando para os seus grupos de danças, enquanto outras sequer consigam o mínimo para poder participar.
Existem algumas questões que, talvez, não tenham relação única com isso tudo, mas que certamente também sofrem influencia desse modelo que criamos na área artística. Sim, porque na área campeira a situação é diferente, senão vejamos:
Na área campeira um dos problemas mais agudos e que tem gerado muitos debates, algumas desavenças e certo desânimo por parte dos dirigentes mais preocupados com a preservação da tradicionalidade, é o uso de peças de indumentária em desacordo com a tradição, especialmente a bombacha e o lenço, alem do uso de peças da encilha dos animais que não guardam relação com a tradição e com a história do gaúcho.
Na área artística não há contestação com relação à bombacha, o lenço e outras peças da indumentária. O que se verifica aqui é o não uso da indumentária. Especialmente os grupos de danças, somente estão pilchados no momento da apresentação. Os jovens, de todas as categorias (mirim, juvenil e adulta), descem do tablado e correm para o ônibus ou para o alojamento e trocam de roupa, abandonando a indumentária. Chegamos ao ponto de ficar na dúvida se determinado evento tem cunho tradicionalista ou não, tamanha a falta de pessoas pilchadas.
Ainda na área artística, praticamente foram eliminados os acampamentos. Não há mais convivência tradicionalista. O interesse é exclusivamente o de dançar, ganhar o concurso e receber o prêmio. Essa questão é tão impactante que o Congresso Tradicionalista de Uruguaiana, de janeiro de 2015, decidiu impor restrições à participação de grupos de danças em vários rodeios no mesmo final de semana.
Fonte: blog do Rogério Bastos
O Movimento obteve um grande crescimento quantitativo em número de entidades tradicionalistas (CTGs). Temos no Rio Grande do sul, aproximadamente 1700 entidades filiadas.
Ao longo dos últimos 50 anos (durante o período da existência da “federação”) foram criados vários eventos competitivos nos quais os filiados participam, são avaliados e recebem premiação segundo seu desempenho.
Nesta análise queremos destacar os eventos em que as competições são principalmente entre entidades e eventualmente entre Regiões Tradicionalistas: os rodeios, a Festa Campeira do Rio Grande do Sul - FECARS, o Encontro de Artes e Tradição Gaúcha – ENART e o Festival Gaúcho de Danças – FEGADAN.
Para atender a questão de avaliação, foram criados os quadros de “avaliadores oficiais” do MTG, tanto na área artística quanto na área campeira. Aos poucos as entidades promotoras de rodeios se adequaram e passaram a utilizar esses tradicionalistas para a tarefa de avaliação com o objetivo de que erros ou enganos fossem minimizados. A ideia é de que os avaliadores credenciados pelo MTG estariam melhor preparados e seriam mais confiáveis.
Na área campeira, a avaliação é muito mais objetiva do que na área artística, especialmente nas provas do tiro de laço, o que “teoricamente” gera menos problemas. Alem disso a adoção do sistema de “armada cerrada” praticamente elimina as dúvidas, ficando as questões polêmicas na área do cumprimento das normas relativas à encilha dos animais e à indumentária dos competidores.
Nas atividades competitivas artísticas o problema da avaliação é mais delicado e preocupante. Nesse campo há uma grande quantidade de pontos cuja avaliação é fundamentalmente subjetiva, ou seja, cada avaliador pode ter um entendimento diferente ou uma postura individual mais ou menos rigorosa, o que gera discrepâncias e, eventualmente, resultados sujeitos a questionamentos. Isso vale para as provas individuais, especialmente a declamação e a interpretação musical, e para as provas coletivas como as danças tradicionais. Aliás, é nas danças tradicionais que se concentram os maiores problemas de avaliação, ou então, os problemas mais notáveis.
Para a área da avaliação das danças tradicionais, notadamente quando a avaliação segue o padrão do ENART, foram criadas planilhas de avaliação com detalhamento extensivo, com padrões de “descontos” muito complexos e compreensíveis somente para os “iniciados”. O “tradicionalista comum” não entende as planilhas de avaliação das danças tradicionais. Supõe–se que a criação dessas planilhas se destinou a minimizar erros ou a padronizar avaliações. De alguma forma foi o caminho escolhido para que o “subjetivismo” fosse reduzido a uma questão insignificante, o que não significa que o objetivo tenha sido alcançado, aliás, a sensação é a de que realmente não resolveu a questão.
Na área musical, temos claramente duas situações que se criaram com o passar do tempo e com o rigor técnico aplicado pelos avaliadores: perdeu-se o jeito “antigo” de cantar e de tocar (falamos do jeito que predominou durante os 40 primeiros anos do tradicionalismo); eliminaram-se os músicos amadores de dentro dos CTGs, especialmente aqueles que tocavam e cantavam para a execução das danças tradicionais. O rigor aplicado na avaliação afastou definitivamente os gaiteiros e violeiros que “tocam de ouvido” ou que fazem isso de forma amadora e voluntária.
Para atrair mais participantes e para chamar à atenção do público, os rodeios passaram a oferecer premiações “em dinheiro”, cada vez maiores. Hoje os rodeios são avaliados, quanto à sua importância, conforme o valor oferecido aos vencedores. Essa é uma verdade absoluta para a área campeira e uma verdade relativa para a área artística das danças tradicionais.
Na área das danças tradicionais, a importância do rodeio é calculada pelos prêmios oferecidos aos vencedores, mas também se aquele rodeio serve de parâmetro de avaliação para o ENART. Ou seja, as entidades tradicionalistas utilizam os rodeios e a avaliação da “comissão do MTG” para definir um plano de trabalho com vistas a ganhar o ENART a partir daquilo que os avaliadores, daquele ano, definem que “é o certo”, nos diversos quesitos de “correção”, “interpretação” e “harmonia”, além da música, é claro.
Outras duas questões importantes nesse cenário são: a indumentária a ser utilizada, especialmente no ENART, e a montagem das coreografias de “entrada” e “saída” para os grupos de danças tradicionais.
A questão de indumentária passa por dois momentos: primeiro a “necessidade” de impressionar o público e os avaliadores com uma vestimenta nova e cada vez mais “rica”; segundo a avaliação feita pela “comissão do MTG” que procura manter intactos determinados padrões históricos e tradicionais. Talvez essa ação do MTG seja a única que não implique aumentar os gastos dos CTGs, antes pelo contrário, procura eliminar “invenções” que sabidamente encarecem as vestimentas.
No quesito coreografias de “entrada” e “saída”, criou-se uma sistemática que funciona como mobilização interna dos próprios grupos de danças à medida que é a novidade anual que cativa os jovens dançarinos; e uma necessidade externa de impressionar positivamente o público que assiste e os próprios jurados, a mediada que os espetáculos são verdadeiras maravilhas teatrais.
Para atender à exigência cada vez mais alta da avaliação e o nível cada vez mais técnico exigido, assim como para alcançar os ditames da “comissão do MTG” para aquele momento, as entidades tradicionalistas que desejam participar do ENART, seja na força A ou B, se “obrigam” a adoção das seguintes medidas:
1. Dispor de músicos profissionais, ou com desempenho profissional, e que além de tocar e cantar, também sejam “empolgantes” e possam “contaminar” tanto os dançarinos quanto os avaliadores;
2. Possuir instrutores que tenham grande capacidade de mobilização, sejam conhecedores profundos do regulamento e dominem completamente o “livro das danças tradicionais”. Também se constata que esse instrutor deve ser “conhecido”, “ter nome” e, com estes pré-requisitos impor respeito junto aos avaliadores.
3. Utilizar “coreógrafos” especializados (profissionais) na montagem e treinamento para as “entradas” e “saídas”.
4. Mais recentemente, algumas entidades, têm se valido de serviços de nutricionistas, psicólogos, professores de educação física, professores de balé, etc.
As consequências naturais dessas medidas adotadas pelas entidades tradicionalistas são:
1. Gastos que vão muito além do que a entidade normalmente tem capacidade de arcar. Isso obriga a que os valores cobrados dos próprios dançarinos ou que a realização de promoções específicas para arrecadação de fundos sejam uma prática permanente;
2. O afastamento de voluntários da própria entidade que até vinte anos atrás eram comuns, seja como músicos, seja como instrutores; todos são pagos, exceto os dançarinos que são os únicos voluntários de verdade;
3. O afastamento de associados que não possuem capacidade financeira para arcar com os custos de manutenção de grupos de danças para atender aquelas “exigências” do ENART e dos grandes rodeios;
4. Afastamento dos associados que se envolvem trabalhando em eventos para angariar fundos, visando realizar melhorias físicas da entidade ou cobrir despesas de outros setores da entidade e, ao final, constatam que os lucros obtidos acabam sendo canalizados para pagamentos dos especialistas contratados;
5. A busca permanente e quase que exclusiva da premiação oferecida em rodeios para abater o valor gasto com musicais, instrutores, coreógrafos, indumentária e tudo o mais. Aquela participação pelo prazer, pela confraternização, pela tradição, praticamente desapareceu dos rodeios.
Como consequência paralela a tudo isso, podemos destacar os seguintes itens que nos parecem importantes e merecem atenção de todos nós:
1. A redução da quantidade de participação das modalidades individuais nos eventos artísticos, em função da supervalorização dos grupos de danças e do quanto é investido neles;
2. A categorização das entidades e dos grupos de danças que, por mais que seja negada por instrutores e avaliadores, é uma realidade percebida e sabida de todos nós. È real a classificação de “grupo dos grandes”, “grupo dos médios”, o “grupo dos ruins”, e assim por diante. Essa talvez seja a consequência mais danosa e mais destrutiva para o Movimento, seus objetivos e seu futuro;
3. O domínio dos instrutores dentro dos CTGs é uma realidade. É frequente ouvirmos: “lá quem manda é o instrutor” ou “o instrutor manda mais que o patrão”. As patronagens dos CTGs são de tais formas pressionadas para atender às “necessidades do ENART”, que acabam cedendo poder, espaço gerencial, comando e destino aos instrutores e dançarinos dos grupos adultos;
4. Cada vez menos entidades mantêm grupos de danças adultos, especialmente no interior do estado ou nas cidades menores. Elas não conseguem fazer frente aos grandes centros e ao poderio econômico de algumas entidades que possuem melhor estrutura ou que, pela sua história, são destaque. Essa questão leva a que determinadas entidades possuam gente sobrando para os seus grupos de danças, enquanto outras sequer consigam o mínimo para poder participar.
Existem algumas questões que, talvez, não tenham relação única com isso tudo, mas que certamente também sofrem influencia desse modelo que criamos na área artística. Sim, porque na área campeira a situação é diferente, senão vejamos:
Na área campeira um dos problemas mais agudos e que tem gerado muitos debates, algumas desavenças e certo desânimo por parte dos dirigentes mais preocupados com a preservação da tradicionalidade, é o uso de peças de indumentária em desacordo com a tradição, especialmente a bombacha e o lenço, alem do uso de peças da encilha dos animais que não guardam relação com a tradição e com a história do gaúcho.
Na área artística não há contestação com relação à bombacha, o lenço e outras peças da indumentária. O que se verifica aqui é o não uso da indumentária. Especialmente os grupos de danças, somente estão pilchados no momento da apresentação. Os jovens, de todas as categorias (mirim, juvenil e adulta), descem do tablado e correm para o ônibus ou para o alojamento e trocam de roupa, abandonando a indumentária. Chegamos ao ponto de ficar na dúvida se determinado evento tem cunho tradicionalista ou não, tamanha a falta de pessoas pilchadas.
Ainda na área artística, praticamente foram eliminados os acampamentos. Não há mais convivência tradicionalista. O interesse é exclusivamente o de dançar, ganhar o concurso e receber o prêmio. Essa questão é tão impactante que o Congresso Tradicionalista de Uruguaiana, de janeiro de 2015, decidiu impor restrições à participação de grupos de danças em vários rodeios no mesmo final de semana.
Fonte: blog do Rogério Bastos
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