Para evitar a disseminação de uma bactéria que atinge os cavalos, a Secretaria da Agricultura estuda a adoção de uma tornozeleira com la...
Para
evitar a disseminação de uma bactéria que atinge os cavalos, a
Secretaria da Agricultura estuda a adoção de uma tornozeleira com lacre
para identificar os animais que fizeram o teste e estão isentos da
doença.
Há menos de dois meses foi registrado o primeiro caso de “mormo” no Rio Grande do Sul. Um cavalo apresentou sintomas da doença no município de Rolante.
Desde então, fiscais da Secretaria da Agricultura têm realizado reuniões frequentes com criadores e promotores de eventos para alertar sobre os riscos da disseminação dessa doença infectocontagiosa.
A bactéria Burkholderia mallei conhecida como mormo, acomete normalmente os equinos, que têm de ser sacrificados. É uma zoonose transmitida por secreção nasal, saliva, urina e fezes. Atinge a corrente sanguínea e dissemina para outros órgãos. Pode ser contraída por outros animais como cães, gatos, alguns ruminantes e até pelo ser humano, podendo levar à morte. Tratadores, veterinários e trabalhadores de laboratórios estão mais sujeitos à contaminação. Não existe um tratamento eficaz. Um animal tratado pode tornar-se portador assintomático, e continuar disseminando a doença sem apresentar sinais clínicos. Por isso, é recomendado sacrificar e cremar o animal.
A Secretaria está preocupada com a proximidade de eventos como Expointer, neste mês, e Semana Farroupilha, em setembro, onde há uma aglomeração muito grande de animais por todos os municípios gaúchos.
O órgão estadual mudou a regra para transporte de cavalos. Agora,
é exigida a GTA – Guia de Trânsito Animal para toda e qualquer finalidade de deslocamento dentro do Estado. Antes, era necessário apenas para trânsito interestadual.
A guia é importante porque contém o exame de sangue, que detecta as doenças. Em caso de identificação do mormo, por exemplo, é possível rastrear a movimentação de todos os equinos envolvidos e assim controlar a disseminação da bactéria.
A médica veterinária Rita Domingues, fiscal da Secretaria da Agricultura, diz que não foram confirmados novos focos de mormo, mas que há casos de animais que reagiram positivos ao teste de triagem, sendo necessário o laudo confirmatório. Seria uma contraprova para afirmar se os outros animais daquela propriedade são portadores da doença.
A veterinária explica que a fiscalização é feita no momento da emissão da GTA na Inspetoria Veterinária, quando o proprietário do animal deverá apresentar os exames obrigatórios para receber a guia, ou ainda em barreiras de trânsito ou entrada de eventos, como é feita na Expointer.
“Um exemplo que tem sido realizado com sucesso é o modelo utilizado pelos promotores da Cavalgada do Mar, onde os equinos inscritos e devidamente fiscalizados recebem uma pulseira-lacre, que facilita a visualização dos fiscais e dos demais participantes. Os que ingressam na cavalgada durante o percurso, estando sem a pulseira, são identificados, fiscalizados, e então recebem sua pulseira estando autorizados a seguir com a cavalgada”, destaca Rita.
Ela acredita que esse modelo de fiscalização dos participantes da Cavalgada do Mar deverá ser copiado em eventos da Semana Farroupilha, como os desfiles e durante as provas campeiras.
“A diferença é que a Expointer é realizada em um recinto fechado onde somente ingressam animais que apresentem os requisitos obrigatórios documentais, sendo que todos os animais são inspecionados na entrada. Diferente de um evento aberto, onde os participantes podem ingressar a qualquer momento durante o percurso. Por esta razão, a Seapa está em contato com os organizadores dos eventos relacionados à Semana Farroupilha, para elaborar em conjunto uma estratégia de fiscalização que seja efetiva e possível de ser realizada, frente ao grande número de participantes que estes eventos agregam”, afirma.
Rita reforça a ideia de que a fiscalização de eventos “não tem o intuito de impedir ou dificultar a realização dos mesmos, mas sim, o de oferecer segurança a todos os participantes e aos seus animais”, completa a veterinária.
Para o veterinário André Dalto, professor da Uniritter, o maior perigo está nos pequenos deslocamentos dos animais, que dificilmente passarão por inspeções. Ele acha também que o preço do exame pode ser um empecilho para um controle rigoroso. Custa em média R$ 200 por animal.
“Os eventos grandes podem ser fiscalizados com mais facilidade, em acordo com os organizadores, porque obviamente todos têm interesse em manter afastada esse doença; agora, um rodeio em que as pessoas vão a cavalo é mais difícil”, diz Dalto.
Para complicar, o Rio Grande do Sul não possui laboratório credenciado para realizar exame que detecta o mormo. O veterinário cadastrado na Inspetoria vai até o local, coleta o sangue e envia para um laboratório de Porto Alegre que, por sua vez, envia para um fora do Estado.
Fonte: Jornal JA e Rádio Fronteira Gáucha
Há menos de dois meses foi registrado o primeiro caso de “mormo” no Rio Grande do Sul. Um cavalo apresentou sintomas da doença no município de Rolante.
Desde então, fiscais da Secretaria da Agricultura têm realizado reuniões frequentes com criadores e promotores de eventos para alertar sobre os riscos da disseminação dessa doença infectocontagiosa.
A bactéria Burkholderia mallei conhecida como mormo, acomete normalmente os equinos, que têm de ser sacrificados. É uma zoonose transmitida por secreção nasal, saliva, urina e fezes. Atinge a corrente sanguínea e dissemina para outros órgãos. Pode ser contraída por outros animais como cães, gatos, alguns ruminantes e até pelo ser humano, podendo levar à morte. Tratadores, veterinários e trabalhadores de laboratórios estão mais sujeitos à contaminação. Não existe um tratamento eficaz. Um animal tratado pode tornar-se portador assintomático, e continuar disseminando a doença sem apresentar sinais clínicos. Por isso, é recomendado sacrificar e cremar o animal.
A Secretaria está preocupada com a proximidade de eventos como Expointer, neste mês, e Semana Farroupilha, em setembro, onde há uma aglomeração muito grande de animais por todos os municípios gaúchos.
O órgão estadual mudou a regra para transporte de cavalos. Agora,
é exigida a GTA – Guia de Trânsito Animal para toda e qualquer finalidade de deslocamento dentro do Estado. Antes, era necessário apenas para trânsito interestadual.
A guia é importante porque contém o exame de sangue, que detecta as doenças. Em caso de identificação do mormo, por exemplo, é possível rastrear a movimentação de todos os equinos envolvidos e assim controlar a disseminação da bactéria.
A médica veterinária Rita Domingues, fiscal da Secretaria da Agricultura, diz que não foram confirmados novos focos de mormo, mas que há casos de animais que reagiram positivos ao teste de triagem, sendo necessário o laudo confirmatório. Seria uma contraprova para afirmar se os outros animais daquela propriedade são portadores da doença.
A veterinária explica que a fiscalização é feita no momento da emissão da GTA na Inspetoria Veterinária, quando o proprietário do animal deverá apresentar os exames obrigatórios para receber a guia, ou ainda em barreiras de trânsito ou entrada de eventos, como é feita na Expointer.
“Um exemplo que tem sido realizado com sucesso é o modelo utilizado pelos promotores da Cavalgada do Mar, onde os equinos inscritos e devidamente fiscalizados recebem uma pulseira-lacre, que facilita a visualização dos fiscais e dos demais participantes. Os que ingressam na cavalgada durante o percurso, estando sem a pulseira, são identificados, fiscalizados, e então recebem sua pulseira estando autorizados a seguir com a cavalgada”, destaca Rita.
Ela acredita que esse modelo de fiscalização dos participantes da Cavalgada do Mar deverá ser copiado em eventos da Semana Farroupilha, como os desfiles e durante as provas campeiras.
“A diferença é que a Expointer é realizada em um recinto fechado onde somente ingressam animais que apresentem os requisitos obrigatórios documentais, sendo que todos os animais são inspecionados na entrada. Diferente de um evento aberto, onde os participantes podem ingressar a qualquer momento durante o percurso. Por esta razão, a Seapa está em contato com os organizadores dos eventos relacionados à Semana Farroupilha, para elaborar em conjunto uma estratégia de fiscalização que seja efetiva e possível de ser realizada, frente ao grande número de participantes que estes eventos agregam”, afirma.
Rita reforça a ideia de que a fiscalização de eventos “não tem o intuito de impedir ou dificultar a realização dos mesmos, mas sim, o de oferecer segurança a todos os participantes e aos seus animais”, completa a veterinária.
Para o veterinário André Dalto, professor da Uniritter, o maior perigo está nos pequenos deslocamentos dos animais, que dificilmente passarão por inspeções. Ele acha também que o preço do exame pode ser um empecilho para um controle rigoroso. Custa em média R$ 200 por animal.
“Os eventos grandes podem ser fiscalizados com mais facilidade, em acordo com os organizadores, porque obviamente todos têm interesse em manter afastada esse doença; agora, um rodeio em que as pessoas vão a cavalo é mais difícil”, diz Dalto.
Para complicar, o Rio Grande do Sul não possui laboratório credenciado para realizar exame que detecta o mormo. O veterinário cadastrado na Inspetoria vai até o local, coleta o sangue e envia para um laboratório de Porto Alegre que, por sua vez, envia para um fora do Estado.
Fonte: Jornal JA e Rádio Fronteira Gáucha
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