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Artigo: Os Verdadeiros Farrapos!

 O mês de setembro está chegando e junto dele às comemorações oriundas da Revolução Farroupilha e, como reza a história, a partir de 11 ...


 O mês de setembro está chegando e junto dele às comemorações oriundas da Revolução Farroupilha e, como reza a história, a partir de 11 de setembro de 1836, da Guerra dos Farrapos.
 
O que muita gente festeja mas não sabe, ou sabe erroneamente, é a origem do termo farroupilha. A imensa maioria imagina que tal nome (farroupilha) como o próprio nome diz, vêm de soldados gaúchos maltrapilhos, famintos, sem armas, peleando contra os imperiais.

Mas não é bem assim.

A citada denominação surgiu antes mesmo de 1835.

Já em 1829 eles se reuniam em sociedades secretas. Uma delas era a Sociedade dos Amigos Unidos, do Rio de Janeiro, cujo objetivo era lutar contra o regime monárquico. Desde então, eram chamados de farroupilhas. Segundo Evaristo da Veiga, o termo havia sido inspirado nos "sans culottes" franceses, os revolucionários mais extremados durante o período da Convenção (1792 a 1795). Os "sans culottes", que literalmente quer dizer sem calção, usavam calças de lã listradas, em oposição ao calção curto adotado pelos mais abastados.

Outra versão insiste no fato de que o termo foi provavelmente inspirado nas roupas rústicas de um dos líderes dos liberais, Cipriano Barata que, quando em Lisboa, circulava pela cidade usando chapéu de palha e roupas propositadamente despojadas. Seja qual for sua origem, o termo já era aceito em 1831 como designação dos liberais exaltados que, nessa época, publicavam dois jornais no Rio de Janeiro: a Jurubeba dos Farroupilhas e a Matraca dos Farroupilhas.

No cenário político, os farroupilhas, reunidos num partido próprio - contrapondo-se aos conservadores, os caramurus - defendiam ideias como a adoção de um regime republicano ou, ao menos, de um regime de federação, em que as províncias tivessem maior autonomia.

O partido farroupilha foi fundado no Rio Grande em 1832, por Luís José Alpoim, que participara, no Rio, das agitações populares de sete de abril de 1831, que resultaram na queda do Imperador. Desde o início o partido teve atuação intensa. Em outubro de 1833, promoveu uma manifestação contra a instalação da Sociedade Militar (que congregava conservadores) em Porto Alegre.

O confronto entre liberais e conservadores era, no Rio Grande do Sul, particularmente acentuado. Aqui, os moderados não tinham nenhuma expressão, e por isso eram alcunhados de "chimangos" - caça com a qual não valia a pena se gastar chumbo. O apelido, a partir daí, se espalhou para todo o país.

Como podemos ver, o termo farroupilha não tem nada a ver com soldados riograndenses maltrapilhos dos idos de 1835.

Tal nomenclatura seria mais apropriada para os habitantes do Rio Grande do Sul de agora. Os verdadeiros farrapos.

Farrapos são os professores, mestres, educadores que sobrevivem com um salário indigno. São os que incentivaram os descasos com a educação, berço de qualquer cultura civilizada. São os protagonistas dos desleixos que retiraram de nós os títulos honoríficos de um Estado modelo na seara escolar.

Farrapos são os pensamentos dos administradores públicos que, há longos anos (mais de 30), vem roubando o brio de seu povo e, agora, imaginam que fechando a Fundação Zoobotânica ajudarão a salvar a economia.

Farrapos são os ex-governantes que jogam a culpa da falência do Rio Grande neste ou naquele adversário, imaginando que o povo é burro. Como já citamos (reportagem de ZH abaixo), a incompetência vem de longos anos.

Farrapos são aqueles que só pensam em si e nos seus, e que não carregam no bojo a altivez dos gaúchos de outrora. Borges de Medeiros, o político que mais tempo governou o Estado, após mais de 20 anos como mandatário maior, quando saiu do Piratini não tinha nem onde morar. Seus amigos tiveram que fazer uma “vaquinha” para comprar-lhe uma casa. Certos ou errados, eram idealistas. Hoje, o ignorante, o trouxa é quem não é corrupto.

Farrapos são os gaúchos de um modo geral que tem que conviver diariamente com a violência assustadora, a bandidagem solta, a droga e suas decorrências, a falta de recursos humanos e materiais para nossa briosa brigada militar e, da mesma forma, para a polícia civil (o assalto ao banco localizado na Secretaria de Segurança foi uma afronta ao orgulho de todos nós). Pasmem, mas nossos índices de homicídios são três vezes maiores dos ocorridos no Estado de São Paulo.

Farrapos são os governantes federais que praticam uma política externa extremamente generosa  onde ditadores dos mais variados quadrantes do planeta, incluindo a América Latina, a África e a Ásia, foram contemplados com perdões de suas dívidas com o Brasil. Generosidade, esta, não ocorre com os estados federados que já pagaram três, quatro vezes, suas dívidas com a união, e agora ainda tem que mendigar auxílio sofrendo a humilhação de "ter que esperar na antesala um dia inteiro para ser recebido pela realeza".

Por tudo isso, e muito mais, repetimos que os verdadeiros farrapos não são aqueles que pelearam com brio, com denodo, durante quase dez anos. Os verdadeiros farrapos somos nós!



Fonte: blog do Léo Ribeiro

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