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A difícil vida de músico no RS

Olha, pessoal, nem sei bem como começar este texto, mas... vamos lá. Acredito que todo o gaúcho que gosta de nossa música, seja ela serr...


Olha, pessoal, nem sei bem como começar este texto, mas... vamos lá.

Acredito que todo o gaúcho que gosta de nossa música, seja ela serrana, fronteiriça, missioneira, litorânea, pampeana, enfim, trabalhos de bom gosto, também tem um carinho todo especial pela Califórnia da Canção Nativa de Uruguaiana, o festival pioneiro, basilar, que lançou grandes nomes e, junto a eles, verdadeiros clássicos da musicalidade sulina. 

Sendo assim todos vibraram quando, após três anos de paralisia em face de más administrações, falta de incentivo público e privado, e outros motivos, no ano passado a CALIFA, como é carinhosamente tratada, retornou ao antigo Cine Pampa, hoje Teatro Rosalina Pandolfo Lisboa.

Não foi um retorno ao nível dos melhores dias, mas foi bem superior a muitas Califórnias, que já vinham meio tipo tatu faqueado. Por isto, e por seu reingresso como festival-mãe, modelo, ícone de tantos outros, louvou-se  os promotores.  

Contudo, a notícia que surge agora é de dar melancolia.

Muitos artistas que lá concorreram ainda não receberam uma parte da ajuda de custos pois os cheques estão batendo asas...

Ao que parece foram eleitas prioridades como porteiros, seguranças, etc... e como músico não tem contas a pagar, não tem família, não come, não vai no armazém, são os últimos nesta lista de credores. Isto causa um descrédito muito grande para um festival que tenta retornar.

Ajuda de custo, como o próprio nome diz, é para o artista ir e se manter nos três ou quatro dias do evento. Muitos saem com o dinheiro contado de casa, gastam com combustível, passam a lanches, dormindo em casa de amigos, para chegar no palco e dar seu belo recado a milhares de pessoas ali presentes. ELES, os artistas, são as estrelas do espetáculo.

Aí, recebem em cheque (deveria ser em dinheiro vivo pois ninguém, na própria cidade, troca tal cheque) e fica orando a Deus para que não aconteça o que está acontecendo com os cheques da Califórnia. Assim é demais.

Realmente, ser músico, escritor, poeta, intérprete, enfim, dedicar-se artisticamente aos costumes da nossa terra, é uma coisa somente para heróis.

A arte musical atrai jovens gaúchos, em oficinas, em casa, no repasse de informações, na admiração por seus ídolos. Tudo por amor a nossa cultura. Mas talvez estas pessoas que organizam eventos, shows, espetáculos, festivais e não retribuem monetariamente nossos músicos, prefiram que esta gurizada vá para os caminhos do rap, do sertanejo, do samba.

Músico é PROFISSÃO, como uma outra qualquer.


Fonte: blog do Léo Ribeiro

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