Cá estava eu, transitando pelas letras fosforescentes da Pena maiúscula do Jornalista e primeiro Biógrafo de João Simões Lopes Neto, o in...
Cá
estava eu, transitando pelas letras fosforescentes da Pena maiúscula do
Jornalista e primeiro Biógrafo de João Simões Lopes Neto, o
inesquecível CARLOS REVERBEL através do Compêndio “Textos Escolhidos”.
E o mesmo, dentro de sua principal obra “Um Capitão da Guarda Nacional”
onde ele aos poucos monta um Quebra-Cabeça, ou seja, a biografia do
eminente escritor Pelotense autor dentre outros, das Lendas do Sul. Em
Seu trabalho Mais biográfico do que Jornalístico Reverbel, vai aos
poucos, nos contando, muitos detalhes de como era este eminente vulto
que transitava entre as redações dos principais jornais de Pelotas, no
fim do Sec. XIX e Inicio do Sec. XX, um homem culto, de grande espírito
empreendedor, mas infrutífero em seus projetos de negócios, Simões, foi
genial no campo da palavra, nisto, era brilhante, e hoje, chega até
nós, muitos elogios sobre seus escritos entre lendas e causos, mas como
disse anteriormente, eu estava “singrando” pela narração fascinante de
Reverbel, quando o mesmo começa a elencar o talento, e a singularidade
das peças de teatro que Simões escreveu. A exemplo de os “Bacharéis”
com estréia na longínqua data de 23 de junho de 1894, e desta data até
31 de julho de 1894, esta peça subiu oito vezes no palco do Centenário
(hoje) Teatro Sete de Abril, Fato muito incomum para aquele Período.
Logo após esta peça, outra que teve grande destaque na sociedade da
época foi “Mixórdia” com estréia na data de 23 de maio de 1896, ambas
assinada pelo Pseudônimo de Serafim Bemol, e ambas em Parceria com
Mouta Rara, e o Maestro Cubano Manoel Acosta Y Oliveira, que compôs uma
serie de trilhas para peças de teatro. Convém a nós informar que estas
apresentações de teatro vêm ao publico, num período muito delicado,
para não dizer sangrento, no Continente de São Pedro do Rio Grande do
Sul, pois a Revolução Federalista fazia seus “algozes” e “heróis”.
Sempre que se falar em João Simões Lopes Neto, temos que ter em mente,
dois vultos importantes sem os quais, a nossa leitura hoje sobre a obra
de Simões Lopes Neto, seria com certeza manca, daltônica, e quiçá
equivocada. São eles o Canguçuense Ângelo Pires Moreira e este já
citado natural de Quarai Carlos Reverbel. Então esta leitura propôs
uma reflexão ao meu mísero intelecto, e eis que vejo na estante “me
olhando de soslaio” o Livro “João Gancho” do também Canguçuense Clovis
Rocha Moreira, e ainda ecoando aos meus ouvidos os timbres e acordes,
do XVII Fecanpop - Festival Canguçu da Canção Popular, realizado no
primeiro final de semana de agosto no Cine Teatro Municipal 27 de Junho
Prof. Antônio Joaquim Bento no Município de Canguçu. Reflito sobre a
importância de se ter um espaço para a manifestação artística oriunda
dos desejos e necessidades dos seres humanos. Um palco, não é apenas um
tablado de madeira, mas sim, um templo, o santo altar, onde será
desenvolvida uma série de meios, onde será explorado as mais diversas
emoções do individuo, frente aos desafios que a vida cotidiana lhe
impõe. O teatro é como se fosse um grande espelho, onde nós os mortais,
assistimos ao espetáculo trágico-cômico de nossas próprias vidas...
Quando sabemos que uma cidade possui um teatro, já de antemão,
formalizamos o conceito, que a mesma, possui em seu núcleo social,
determinadas atividades empreendidas, que proporcionam lazer e bem
estar, valorizando assim seu patrimônio intelecto cultural inerente aos
indivíduos que habitam este reduto urbano. Como tão bem asseverou JOSÉ
MARTÍ – (Havana, 28 de janeiro de 1853 — Dos Ríos, 19 de maio de 1895 -
político, pensador, jornalista, filósofo, poeta e maçom cubano) “Nenhum
povo é dono do seu destino, se antes não é dono de sua cultura.” E isso
equivale a cada povoado, cidade ou grande centro Urbano existente, onde
se reúnem varias pessoas, ambas de pensamentos diferentes, nesta
miscigenação de idéias, neste caldeamento de conceitos, vão se formando
um a matriz cultural, que merece ser preservada, desenvolvida e
levada a sério pelo seus Posteriores. E o Teatro, nada mais é que a
Casa-Máter, para estas manifestações, livres de objeções
preconceituosas, dando oportunidade a todos aqueles que forem lá bater
a suas portas, para expressarem através da arte, suas angustias, seus
medos, suas alegrias, ou meras apresentações de cunho abstrativo e sem
maiores pretensões de reflexão para o individuo.
Créditos da Foto: Otto
Texto e colaboração: Alan Otto Redü
Créditos da Foto: Otto
Texto e colaboração: Alan Otto Redü
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