Grid

GRID_STYLE
FALSE
TRUE

Classic Header

{fbt_classic_header}

Top Ad

Últimos chasques

latest

A imprensa gaúcha divulga as nossas tradições?

Passada mais uma edição do ENART (2012), que para mim foi um dos melhores de todos os tempos, uma nova discussão se abate sobre ...


Passada mais uma edição do ENART (2012), que para mim foi um dos melhores de todos os tempos, uma nova discussão se abate sobre a gauchada. A intensa divulgação do evento é positiva ou não? Temos que adaptar nossas apresentações ao que é exigido pelas redes de televisão?

Particularmente, sempre defendi a idéia de mostrar, com autenticidade, os nossos costumes. A forma de isto ser feito é um outro problema. Os meios de comunicações televisivos tendem a mostrar o que é mais atrativo para seus telespectadores. Entre a apresentação de uma invernada artística e uma trova, embora os dois tenham seu valor cultural dentro da tradição gaúcha, é claro que a invernada tem mais peso. Mas penso que estamos no caminho certo.

O fato é que se criticávamos a falta de divulgação em face de que a televisão cedia largos espaços ao Festival de Parentins no Amazonas, ás festas juninas no nordeste, ao carnaval carioca, temos que louvar a cobertura dada ao ENART.

Os que fazem o contraponto a esta larga publicidade, dizem que ESTÃO VENDENDO a nossa tradição e que haveria gente se locupletando com esta venda.

Bueno, penso que um percentual monetário, a título de comissão, tem que ser pago a quem faz a intermediação do negócio e o grosso da bolada (que não deve ser muito), deveria, como no futebol, ir para os CTGs concorrentes, como DIREITO DE IMAGEM.  

Mas por hora, não quero entrar nesta seara televisiva.

Quero, como o título da postagem diz, é saber com os leitores se nossa imprensa escrita divulga nossas tradições. Toco no assunto justamente pela falta de espaço nos jornais rio-grandenses à nossa cultura terrunha, coisa que vem de longa data.

Mas não adianta falar, criticar, sem ter os números, as estatísticas. Para tanto, e usando como mote o ENART, que é considerado pela UNESCO como o Maior Festival Amador das Américas, pegamos, de quinta-feira até domingo, duração do evento, três jornais de grande circulação no Rio Grande do Sul para ver qual o espaço dedicado por NOSSA imprensa a este grandioso evento cultural artístico.

Os jornais que pesquisamos foram: O Sul, Correio do Povo e Zero Hora. 

O resultado da pesquisa foi o seguinte:

QUINTA-FEIRA

O SUL: Não fez qualquer referência ao ENART.
CORREIO DO POVO: Não fez qualquer referência ao ENART.
ZERO HORA: Com o título "Tradição em Família" dedicou toda a página 33 ao ENART.

SEXTA-FEIRA

O SUL: Não fez qualquer referência ao ENART.
CORREIO DO POVO: com o título "Gaúchos Mostram Sua Arte" dedicou toda a página 10 ao ENART.
ZERO HORA: Não fez qualquer referência ao ENART.

SÁBADO

O SUL: Não fez qualquer referência ao ENART.
CORREIO DO POVO: Com o título "Espetáculo do Tablado de Santa Cruz" dedicou metade da pág. 11
ZERO HORA: No Segundo Caderno, coluna "Pampianas" a cantora e apresentadora Shana Müller escreveu sobre o Encontro de Artes.

DOMINGO

O SUL: Não fez qualquer referência ao ENART.
CORREIO DO POVO: Com o título "Domingo de Premiação", fez nota na página 10
ZERO HORA: Com o título "Arte e Festa", dedicou metade da página 24

Resumo: Em quatro dias deste grandioso festival o periódico
Correio do Povo tocou no assunto três vezes (75%)
Zero Hora tocou no assunto três vezes (75%)
O Sul não tocou no assunto (0%)

Isto dá uma média, nos três jornais, de 50%. Verdade que O Sul (que penso, deveria trocar de nome), puxou está média para baixo. 

Então, leitores. A imprensa gaúcha divulga as nossas tradições?

Penso que, em virtude da importância do evento, inclusive a nível internacional, a divulgação, como as estastísticas mostraram, é mediana.

E a preocupação e a constatação que fica é a seguinte: Se neste grande evento que mobiliza praticamente todas as regiões do Rio Grande do Sul, com arte e beleza, a divulgação foi mediana, como não será no dia-a-dia comum de nossas tradições?

E não adianta, senhores editores, a surrada desculpa de que falta assunto temático para tratar de nossa cultura, e cito como exemplo este despretensioso blog que, em 1.051 dias de existência, foram feitas 2.707 postagens, o que dá uma média de quase três publicações por dia. Com um detalhe: Trabalho sozinho, pela madrugada, e não sou jornalista!

O que falta, é olharmos para dentro de nós mesmos.

Texto e foto: Léo Ribeiro
Fonte: Blog do Léo Ribeiro

Nenhum comentário