DE CRUZ ALTA A SALAMANCA A arte é uma coisa maravilhosa. Qualquer manifestação artística é graça que vem de Deus. A arte mexe com a ...
DE CRUZ ALTA A SALAMANCA
A arte é uma coisa maravilhosa. Qualquer manifestação artística é graça que vem de Deus. A arte mexe com a gente, duvido quem não se emocione com a dança, a música, a poesia, a pintura ou a escultura, ou outro dom qualquer que a expresse.
A música começou cedo a me instigar. Viví num ambiente musical, através da sonoridade da acordeona do meu pai, o velho Carvalho lá da Palmeira, a quem fiz justa homenagem na música vencedora do 1º Carijo da Canção, “Avô Gaiteiro”. Minha mãe, a Dona Chica, era e ainda é exímia num pandeiro. Comecei a tocar violão e compor aos 18 anos e não parei mais. Fiz um pouco de tudo, do Popular ao Nativismo, aprendi a gostar da pesquisa e do folclore, e depois integrei grupos folclóricos que me levaram a conhecer alguns países do mundo. Embora não vivendo exclusivamente dela, a música me abriu oportunidades incríveis e isso eu agradeço a Deus todos os dias.
Como disse Khalil Gibran, filhos são setas que arremessamos ao mundo. A música também. Nós, compositores, criamos nossas obras e as lançamos ao infinito, ao sabor do vento, mirando o alvo da alma, da sensibilidade de alguém. Muitas vezes não imaginamos quão longe podem ir.
Pois, dias atrás, uma noticia me encheu de orgulho, ao ser informado de que uma música minha iria virar nome e trilha sonora de filme!...Orgulhoso e emocionado também ficou meu grande parceiro, poeta Jorge Moreira, autor da letra da canção “O BAILE DO MASQUÊ, que virou um curta-metragem e estará representando o Brasil na cidade de Salamanca, na Espanha, em setembro de 2012.
A canção, cujo tema é uma pesquisa folclórica, foi finalista da 16ª Tafona da Canção de Osório em 2004, e resgata o “Masquê”, dança de pares mascarados trazidas pelo folclore açoriano na região litorânea do estado.
Através de um projeto do MEC, “Escola, Roteiro e Cinema”, alunos de uma escola de Santo Antonio da Patrulha escreveram o roteiro do curta-metragem “O Baile do Masquê”, venceram um concurso nacional com mais de 120 concorrentes e será um dos quatro representantes do Brasil no Congresso de Línguas da Ibero-América na Espanha.
Como compositor, me sinto privilegiado. Isso é uma honraria, um reconhecimento ao nosso trabalho. Agora, é torcer para que “O Baile do Masquê” se destaque em terras européias, levando um pouco da arte da nossa terra.
Angelino Rogerio – Músico, compositor e Intérprete - www.angelinorogerio.com.br
(Texto publicado na coluna “Buenas” do jornal “O Expresso” de Cruz Alta)
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