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Um autêntico baile de campanha !

De longe já se escutava o miado da gaita retoçando nos braços do gaiteiro, um violão pachola fazendo o costado e um pandeirinho trabalhando ...

De longe já se escutava o miado da gaita retoçando nos braços do gaiteiro, um violão pachola fazendo o costado e um pandeirinho trabalhando a bofetadas fazia a marcação! Sob a luz de candeeiros fumacentos muita charla, cantoria e alegria. O patrão Sr. Ourival pilchadito a capricho recebia os convidados com um sorriso de orelha-a-orelha - Foram poucos os convidados e receberam os convites das mãos do patrão. O patrão achou melhor ter poucos viventes no 1. Baile de Campanha. Um palco armado num canto da sala para os músicos se apresentarem, quem nunca viu precisava ver - nada de baterias, sem caixas de som, sem microfone e... Principalmente sem guitarra elétrica e o chirú que quisesse "dar mostras do pano" precisava ter gogó! Afinal era assim nos tempos de antanho! E muito mais importante os músicos não ensaiaram, combinavam na hora o que ia ser tocado! E iam se revezando durante a noite toda. Um legitimo e autentico baile gaucho para ser lembrado, pra ficar e servir de exemplos a nossa juventude que quer preservar a tradição gaucha e não tem oportunidade de vivenciar um baile destes.

Conforme o combinado, às 21hs o prefeito Pedro Everlinz agasalhou nos braços a gaita, cutucou o teclado, abriu a garganta e começou o baile! A partir daí gauchada amiga, foi um desfile de músicos, cantores, e gaitas se revezando no palco e a musica galponeira veio como uma vertente se derramando como uma sanga e enchendo o galpão da boa musica gaucha! Bugios, Vaneiras, Xotes, Chamamés, Valsas e Milongas vieram pedindo changa e invadiram o galpão! As prendas e os peões não se "achicaram" com cheiro de querosene no ar e se atracaram no fandango! Foram muitos músicos; Cassarola, Keno Becker, Chico, Juarez Silva, Iram, Edilson Ferreti, Aristolf, Pedro Massoco, Valente, e Dinir - gaiteiro uma barbaridade! Todos músicos da cidade e mais alguns que não me lembro. Até John Ferreti de 15 anos neto do patrão que também é campeiro fez um costado com o violão abriu a garganta mui pachola. E o Avô encheu os pulmões de ar estufado de orgulho. A bóia que BARBARIDADE CHÊ! Uma costela assada inteiras bem à moda gaucha, mandioca, batata doce, cucas, um leitãozinho assado a pururuca servido frio pra deleite de todo o couro estava de lamber os beiços e uma lingüiça campeira feita especialmente para o surungo pela família do patrão. Depois da janta, todo mundo com a boca engraxada pela carne gorda, com toda certeza nenhuma prenda precisou de manteiga de cacau pros beiços não rachar com o frio! E de-lhe gaita, violão e pandeiro o fandango continuou sem os músicos froucharem o garrão! O velho Dorcindo e sua prenda Alzira, ele com 78 anos não perdiam uma musica, era só a gaita abrir a goela e os dois saiam saracoteando mais grudados do que resina e mais faceiros do que pinto em quirela, oigaletê disposição de fazer inveja a muita gente nova. Vieram de São Borja pra conferir de perto, Caio e Vania Benevenuto e os amigos Elsir e Vera ficaram mui faceiros com o baile campeiro e vão levar a idéia pra terra dos presidentes. Como Antigamente, na madrugada foi servido um café de Cambona bem no estilo tropeiro, com cucas, calça virada, broas, rosquinhas, pão caseiro, lingüiça, morcilha, salame, batata doce, queijo colonial e prá ninguém se queixar... O leitão a pururuca! Foi de arregalar o zóio! Lá pelas 3hs o Dorcindo e a Alzira resolveram se despedir de todos, mas não chegaram até a porta antes de dar uma ultima saracoteada no salão! O baile continou noite adentro. Esta gente de São Miguel das Missões sabe se divertir e preservar a tradição de todos os gaúchos.

Ademir Canabarro - um missioneiro
Informações do Portal Chasque Pampeano.

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