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Profissionais da comunicação nos juris

Relacionando os 137 nomes indicados como jurados dos 40 festivais de música nativista previstos/realizados em 2019, e agrupando-os de aco...

Relacionando os 137 nomes indicados como jurados dos 40 festivais de música nativista previstos/realizados em 2019, e agrupando-os de acordo com suas mais notórias características artísticas e intelectuais, descortinamos os seguintes números:
32 homens são Letristas          
31 homens são Melodistas
01 mulher é Melodista            
13 homens compõe Letra e Melodia           
20 homens são Intérpretes                          
09 mulheres são Intérpretes                        
27 homens são Instrumentistas                   
02 mulheres são Instrumentistas                  
02 homens são Profissionais de Imprensa   

Já nos referimos anteriormente, que este resultado mostra a reduzida participação feminina nas comissões avaliadoras, muito abaixo do patamar que as Mulheres Nativistas já alcançaram com seu talento e sua capacidade. É óbvio que elas fazem por merecer muito mais reconhecimentos. 

Também chamou-nos a atenção o fato de constarem apenas dois profissionais ligados ao ambiente da comunicação, no rol das 137 personalidades convidadas para atuarem como avaliadores.
Esta frustrante constatação nos motiva a analisar a questão com mais profundidade, bem como produz algumas interrogações:  
- Por que estes jornalistas, radialistas e comunicadores, raramente são lembrados no momento em que as comissões avaliadoras estão sendo constituídas?
- Não são eles que divulgam os festivais nos espaços que ocupam? 
- Não são eles que emitem comentários em jornais, rádio, blogs e redes sociais?
- Não são os profissionais da comunicação que fazem rodar os CDs e os DVDs dos festivais?
- Não é nos programas de rádio e TV, liderados por estes comunicadores, que os produtores de festivais comparecem para falar de seus eventos?
- Não são esses radialistas que transmitem os festivais, as vezes sem condições técnicas e de localização ideais.
Ao produzirem seus programas de rádio, escreverem os textos que serão publicados em jornais, blogs e revistas, os profissionais de imprensa normalmente mergulham no assunto em pauta, escutando, vendo e lendo tudo, rotina que os nutre de conhecimento e que os credencia a construir opiniões qualificadas. 

Não temos absolutamente nada contra as presenças de poetas, letristas, melodistas, instrumentistas e intérpretes nos elencos de jurados, muito pelo contrário. Entendemos que todas as comissões avaliadoras tem que ter gente com estes pendores entre seus componentes.
Mas parece-nos incompreensível, e até injusto, o acentuado ostracismo imposto aos profissionais da comunicação.  Como se nesse universo não existissem nomes de estirpe para o exercício da incumbência. 
Fazendo um breve exercício de memória, é possível perceber que nas décadas de 1970, 1980 e 1990, eram muito frequentes as participações de radialistas e jornalistas nas comissões julgadoras dos festivais.   Para ilustrar, podemos nominar alguns exemplos, tais como: Osmar Meletti, Danilo Ucha, Glênio Reis, Paulo Denis, Juarez Fonseca, Airton Ortiz, Paixão Côrtes, Omair Trindade, Cláudio Brito, entre outros.  Representantes de outras áreas de atuação, como produtores de eventos, escritores e cineastas, também eram lembrados.  Dentre eles, podemos enaltecer: Hugo Ramirez, Ayrton Patineti dos Anjos, Tabajara Ruas, Rose Marie Garcia, J. C. “Pelão” Botezelli, José Roberto Diniz de Moraes, Mario Simon e outros mais.
Já faz algum tempo, tem sido comum ouvirmos das pessoas em geral, um balaio de críticas negativas sobre a qualidade poético-musical verificada nos festivais dos últimos tempos, muito inferior, segundo as mesmas opiniões, ao nível das canções que eram apresentadas nos certames até quinze anos atrás.  Alegam ainda, os referidos críticos, que a “mesmice” e a falta de criatividade são evidentes, peculiaridades que impedem o surgimento de alguma música que vislumbre relativo sucesso, quanto mais o advento dos ditos “clássicos”.
Será coincidência, ou a falta de jurados com as qualificações acima pode ter contribuído para a suposta “diminuição da qualidade musical”?

Evidentemente que esse é um tema deveras complexo, que merece um debate abrangente e desapressado, além de exigir de seus interlocutores, doses generosas de zelo, para que a ética e o respeito não saiam maculados. 
Diante disso, vamos encerrando a nossa prosa.  Antes, porém, renovamos uma importante reivindicação:
“Convidem profissionais de imprensa para os juris dos festivais!”


Fonte: blog Ronda dos Festivais, de Jairo Reis

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