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Os negros na Tradição Gaúcha

José Estivalet, trovador, pajador, poeta, um dos poucos negros no movimento cultural do Rio Grande do Sul Hoje, dia em que se comemora ...

José Estivalet, trovador, pajador, poeta, um dos poucos negros no movimento cultural do Rio Grande do Sul

Hoje, dia em que se comemora o Dia da Consciência Negra, data esta defendida pelo poeta gaúcho Oliveira Silveira em honra a Zumbi dos Palmares e, posteriormente, adotada por todo o Brasil, eu fico interligando as searas em que gosto de atuar como o tradicionalismo, nativismo, enfim, em outros "ismos" que culminam com o regionalismo gaúcho e faço este comparativo em relação pessoas negras me perguntando: Em nosso meio cultural rio-grandense como um todo, passando pela literatura, teatro, cinema, existe campo para as pessoas de cor negra? Claro que vão me responder que racismo não existe, mas não é isto que eu gostaria de saber.

Meu questionamento vem, por exemplo, ao acompanhar o ENART pela TV Tradição e escutar a Liliana Cardoso, grande declamadora, mestre de cerimônias competentíssima, uma ativista da cultura gaúcha, negra que orgulha-se como poucas de sua cor. Aí, me paro a acompanhar as invernadas artísticas que concorreram ao final das Danças Tradicionais e me detive em observar quantos negros faziam parte dos 10 grupos finalistas. Olhem as fotos e contem comigo. É impressionante. Não precisa mais do que uma das mãos.

Será que os nossos costumes são excludentes? O negro só foi importante nos campos de batalhas e na lida bruta de campo?
Não quero polemizar, só tentar entender. Será que o negro gaúcho não se interessa por nossa tradição? A nossa música não é a do seu agrado? Seria a nossa cultura muito elitizada impossibilitando, não só os negros, mas os pobres em geral em adquirir uma pilcha e participar dos eventos regionais gaúchos? Não seria um resquício de como os Lanceiros Negros foram tratados na Batalha dos Porongos?

É um bom tema para debates.

Fonte: blog do Léo Ribeiro

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