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A Guerra dos Farrapos - Parte X, por Léo Ribeiro

General Bento Gonçalves da Silva, assim como Souza Netto, vendo que as proposições farrapas não seriam totalmente atendidas, como a libe...

General Bento Gonçalves da Silva, assim como Souza Netto, vendo que as proposições farrapas não seriam totalmente atendidas, como a libertação dos negros escravos, retirou-se das tratativas de paz, deixando em seu lugar o general David Canabarro.


Em novembro de 1844 estavam todos em pleno armistício. Suspensão de armas, condição fundamental para que os governos pudessem negociar a paz. Por isso o relaxamento da guarda no acampamento da curva do Arroio Porongos.
 
Este é o ponto mais controverso de toda a Guerra pois duas versões vem defrontando-se há anos sem documentos comprobatórios algum. Apenas teorias.
 
A primeira fala-se em traição do General Canabarro que estaria comunado com Caxias para o extermínio dos Lanceiros Negros e não dar-lhes a liberdade prometida. Haveria, inclusive, uma carta do comandante imperial a Moringue, para que atacasse o acampamento e poupasse os brancos e que os negros estariam, a mando de Canabarro, sem seus cartuchames. Na verdade os originais de tal carta nunca apareceram até hoje e fala-se que foi escrita posteriormente ao ataque com o intuito de denegrir a imagem de Davi Canabarro e enfraquece-lo nas tratativas de paz.
 
Outra versão ressalta que, realmente, foi surpresa e que se houve traição foi por parte dos imperiais que não cumpriram um pré-acordo de desarmamento. Canabarro e seus oficiais imediatos foram a uma estância próxima visitar a mulher viúva de um ex-guerreiro farrapo e que, por este motivo, não estaria no acampamento. Historiadores dizem que esta mulher seria a Papagaia, amante de Canabarro.
 
O coronel Teixeira Nunes e seu corpo de Lanceiros negros descansavam. Foi então que apareceu Moringue. Mesmo assim o corpo de Lanceiros Negros, cerca de 100 homens de mãos livres, pelearam, resistiram e bravamente lutaram até a aniquilação. Além disso foram presos mais de 300 republicanos entre brancos e negros, inclusive 35 oficiais.

O general Canabarro, recuperado, reuniria ainda todo o restante de seu exército, cerca de 1.000 homens, e atacaria Encruzilhada a 7 de dezembro de 1844, tomando-a e mostrando assim que a sua intenção não era entregar-se.

A PAZ DO PONCHE VERDE

Por fim, a 1 de março de 1845, assinou-se a paz: o Tratado de Poncho Verde ou Paz do Poncho Verde, após quase dez anos de guerra que teria causado grande número de mortes. Na verdade, por parte dos imperiais, nunca tal tratado chegou a ser assinado, o que permite a muitos dizer que estamos em guerra até hoje..
 
Entre as principais condições deste acordo estavam a anistia plena aos revoltosos, a libertação dos escravos que combateram no Exército piratinense e a escolha de um novo presidente provincial pelos farroupilhas. O cumprimento parcial ou integral do tratado até hoje suscita discussões. A impossibilidade de uma abolição da escravatura regionalmente restrita, a persistência de animosidade entre lideranças locais e outros fatores administrativos e operacionais podem ter ao menos dificultado, senão impedido o cumprimento integral do mesmo.

Dos escravos sobreviventes, alguns acompanharam o exército do general Antônio Neto em seu exílio no Uruguai, outros foram incorporados ao Exército Imperial e muitos foram vendidos novamente como escravos no Rio de Janeiro.

Mais tarde, (1850), com a iminência da Guerra contra Rosas, Caxias, já como Duque, seria indicado presidente da província de São Pedro do Rio Grande.


Fonte: blog do Léo Ribeiro

Confira as outras partes dessa história:

PARTE I

PARTE II

PARTE III

PARTE IV

PARTE V

PARTE VI

PARTE VII

PARTE VIII

PARTE IX

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