Este pensamento que dá título a matéria (a "minha" obra é a melhor) é um fator prejudicial para o resultado final de qualquer ...
Este
pensamento que dá título a matéria (a "minha" obra é a melhor) é um
fator prejudicial para o resultado final de qualquer festival,
tornando-se quase impossível a composição de um corpo de jurados que
contente a todos.
É natural e justo que a gente goste e defenda nossas criações literárias e musicais, mas enquanto não reconhecermos valores nas obras de outros concorrentes jamais aceitaremos qualquer resultado.
Partindo da premissa acima exposta, de que o meu é melhor, num festival com seiscentas composições, retirando aquelas obras que tem o mesmo autor (tem autor que manda 30 trabalhos) teríamos que ter em torno de 200 primeiros lugares.
(....e o parágrafo anterior me leva a uma outra pergunta: - aquele que tem 30 trabalhos vai brigar consigo mesmo para escolher o melhor?).
Vou repetir aqui o que já escrevi em outras oportunidades. Existem, no meio festivaleiro, apadrinhamentos, conchavos, protecionismos, mas não podemos ter isto como regra, como padrão, caso contrário é melhor fecharmos as portas.
O que temos que fazer é aceitar que existem outros artistas de fundamento, além de nós.
Por que dar vasa ao pensamento egoista e presunçoso de que meu estilo de escrever, que a minha melodia, que minha forma de apresentação, são os melhores?
Neste sentido um "pega ratão" se torna useiro e vezeiro e tem dado certo na maioria das vezes. Povoar o palco com uma "banda" a milhão (alguns sem muita função), um lote de "canários" na interpretação, cativar o público e, consequentemente, os próprios jurados, esquecendo que estes estão ali para analisar, principalmente, a parte técnica. Tal atitude impressiona mas não é fundamental se a letra não traz mensagens (ou traz de maneira confusa) ou se a melodia é pobre e não condiz com a própria letra. No meu entender o que vale é o conjunto da obra. É a tríplice aliança, a trilogia, a soma de letra, música e interpretação.
Se estas apresentações pirotécnicas fossem uma regra José Claudio Machado e Lucio Yanel, solitos, jamais teriam levantado o caneco da 9ª Tertúlia de Santa Maria com a inesquecível De Como Cantar Um Flete.
Mas isto é o que penso e o debate sempre é salutar. Só não vamos citar casos de "injustiças" porque, aí, vai faltar papel. Até eu, com minha letra mais conhecida (Brasil De Bombachas) ficarei na fila, pois tal música entrou puxada pelos cabelos e não ganhou prêmio algum no Ronco do Bugio mais fraco das 25 edições do festival e hoje é exigência a todo o grupo de baile que sai a cantar fora do Rio Grande.
O que temos que fazer é acreditar nas pessoas, embora no mundo e no País em que vivemos isto não seja uma tarefa muito fácil.
Fonte: blog do Léo Ribeiro
É natural e justo que a gente goste e defenda nossas criações literárias e musicais, mas enquanto não reconhecermos valores nas obras de outros concorrentes jamais aceitaremos qualquer resultado.
Partindo da premissa acima exposta, de que o meu é melhor, num festival com seiscentas composições, retirando aquelas obras que tem o mesmo autor (tem autor que manda 30 trabalhos) teríamos que ter em torno de 200 primeiros lugares.
(....e o parágrafo anterior me leva a uma outra pergunta: - aquele que tem 30 trabalhos vai brigar consigo mesmo para escolher o melhor?).
Vou repetir aqui o que já escrevi em outras oportunidades. Existem, no meio festivaleiro, apadrinhamentos, conchavos, protecionismos, mas não podemos ter isto como regra, como padrão, caso contrário é melhor fecharmos as portas.
O que temos que fazer é aceitar que existem outros artistas de fundamento, além de nós.
Por que dar vasa ao pensamento egoista e presunçoso de que meu estilo de escrever, que a minha melodia, que minha forma de apresentação, são os melhores?
Neste sentido um "pega ratão" se torna useiro e vezeiro e tem dado certo na maioria das vezes. Povoar o palco com uma "banda" a milhão (alguns sem muita função), um lote de "canários" na interpretação, cativar o público e, consequentemente, os próprios jurados, esquecendo que estes estão ali para analisar, principalmente, a parte técnica. Tal atitude impressiona mas não é fundamental se a letra não traz mensagens (ou traz de maneira confusa) ou se a melodia é pobre e não condiz com a própria letra. No meu entender o que vale é o conjunto da obra. É a tríplice aliança, a trilogia, a soma de letra, música e interpretação.
Se estas apresentações pirotécnicas fossem uma regra José Claudio Machado e Lucio Yanel, solitos, jamais teriam levantado o caneco da 9ª Tertúlia de Santa Maria com a inesquecível De Como Cantar Um Flete.
Mas isto é o que penso e o debate sempre é salutar. Só não vamos citar casos de "injustiças" porque, aí, vai faltar papel. Até eu, com minha letra mais conhecida (Brasil De Bombachas) ficarei na fila, pois tal música entrou puxada pelos cabelos e não ganhou prêmio algum no Ronco do Bugio mais fraco das 25 edições do festival e hoje é exigência a todo o grupo de baile que sai a cantar fora do Rio Grande.
O que temos que fazer é acreditar nas pessoas, embora no mundo e no País em que vivemos isto não seja uma tarefa muito fácil.
Fonte: blog do Léo Ribeiro
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