Não se nega a influência da maçonaria na Revolução Farroupilha/Guerra dos Farrapos, em ambos os lados do conflito. Contudo, certas inv...
Não
se nega a influência da maçonaria na Revolução Farroupilha/Guerra dos
Farrapos, em ambos os lados do conflito. Contudo, certas inverdades com
o bater na mesma tecla e o passar do tempo, tornaram-se "fatos
históricos". É o caso do Balaústre 67 que retrata uma Sessão Maçônica
no dia 18 de setembro de 1835 e que teria ditado o início e os rumos da
revolta que durou 10 anos.
Pura balela.
Quem realmente escreveu o tal Balaústre (ata da Sessão), de forma criativa e inteligente, foi o maçom Dante Bósio, que morreu em 2015. Tal peça de arquitetura maçônica não tem mais de 20 anos e foi apresentada na cidade de Camaquã. Quem assistiu gostou, publicaram em jornais da região, posteriormente na internet e a brincadeira viralizou.
Ontem ainda, ouvi uma rádio atestando a presença de maçons na guerra através desta "prova irrefutável".
Este é o perigo de não se buscar a veracidade do que se divulga.
Vejam, na íntegra, esta peça ficcional que tornou-se "documento comprobatório".
Em Tempo: No livro que estamos escrevendo, através de análise crítica, apontamos uma dezena de incoerências contidas no Balaústre número 67.
Aos 18 dias do mês de setembro de 1835 E.’. V.’. e 5835 V.’. L.’., reunidos em sua sede, sito à Rua da Igreja, nº 67, em lugar Claríssimo, Forte e Terrível aos tiranos, situado abaixo da abóbada celeste do Zenith, aos 30º sul e 5º de latitude da América Brasileira, ao Vale de Porto Alegre, Província de São Pedro do Rio Grande, dependências do Gabinete de Leituras, onde, neste momento, funciona a Loj.’. Maç .’. Philantropia e Liberdade, com o fim de,especificamente, traçarem as metas finais para o início do movimento revolucionário, com que seus integrantes pretendem resgatar os brios, os direitos e a dignidade do povo Riograndense, se reuniram IIr.’. da LOJA.A sessão foi aberta pelo Ven.’. Mestre, Ir.’. Bento Gonçalves da Silva. Registre-se, a bem da verdade, ainda as presenças de nossos IIr.’. José Mariano de Mattos, nosso ex - Ven .’., Ir.’. José Gomes de Vasconcellos Jardim, Ir.’. Pedro Boticário, Ir.’. Vicente da Fontoura, Ir.’. Paulino da Fontoura, Ir.’. Antônio de Souza Neto e deste Ir.’. Domingos José de Almeida, que serviu como Secretário, lavrando o presente Balaústre. Logo de início, o Ven .’. Mestre, depois de tecer breves considerações sobre os motivos da presente reunião, de caráter extraordinário, informou que o nosso movimento revolucionário estava prestes a ser desencadeado. A data escolhida, é dia vinte de setembro do corrente, isto é, depois de amanhã. Nesta data, todos nós, em nome do nosso Rio Grande do Sul, nos levantaremos em luta contra o imperialismo que reina no País. Na ocasião, ficou acertada a tomada da Capital da Província pelas tropas dos IIr.’. Vasconcellos Jardim e Onofre Pires, que deverão se deslocar desde a localidade de Pedras Brancas, quando avisados. Tanto o Ir.’. Vasconcellos Jardim como o Ir.’. Onofre Pires, ao serem informados, responderam que estariam a postos, aguardando o momento para agirem. Também se fez ouvir o nobre Ir.’. Vicente da Fontoura, o qual sugeriu que tomássemos o máximo cuidado, pois que, certamente,Braga, o Presidente da Província, seria avisado do nosso movimento. O Tronco de Beneficência fez a sua circulação e rendeu a medalha cunhada de 421$000, contados pelo Ir.’. Tes.’. Pedro Boticário. Por proposição do Ir.’. José Mariano Mattos, o Tronco de Beneficência foi destinado à compra de uma Carta da Alforria de um escravo de meia idade,no valor de 350$000, proposta aceita por unanimidade. Foi depois realizada uma poderosa Cadeia de União, pela justiça e grandeza da causa, pois em nome do povo Riograndense, lutaríamos pela Liberdade, Igualdade e Humanidade, pedindo a força e proteção do G.’. A.’. D.’. U.’. para todos os IIr.’. e aos seus companheiros, que iriam participar das contendas. Já eram altas horas da madrugada quando os trabalhos foram encerrados, afirmando o Ven.’. Mestre que todos deveriam confiar nas LL .’. do G.’. A.’. D.’. U.’. e depois, como ninguém mais quisesse fazer uso da palavra, foram encerrados nossos trabalhos, do que eu, Ir.’. Domingos José de Almeida, como Secretário, tracei o presente Balaústre, a fim de que nossa História, através dos tempos, possa registrar que um grupo de maçons, homens “livres e de bons costumes”, empenhou-se com o risco da sua própria vida, para restabelecer o reconhecimento dos direitos desta abençoada terra, berço de grandes homens, localizada no extremo sul de nossa querida Pátria.
Oriente de Porto Alegre, aos dezoito dias do mês de setembro de 1835 da E.’. V.’., 18º dia do sexto mês, Tirsi, da V.’. L.’. do ano de 5835.
Ir .’. Domingos José de Almeida
Secretário
Fonte: blog do Léo Ribeiro
Pura balela.
Quem realmente escreveu o tal Balaústre (ata da Sessão), de forma criativa e inteligente, foi o maçom Dante Bósio, que morreu em 2015. Tal peça de arquitetura maçônica não tem mais de 20 anos e foi apresentada na cidade de Camaquã. Quem assistiu gostou, publicaram em jornais da região, posteriormente na internet e a brincadeira viralizou.
Ontem ainda, ouvi uma rádio atestando a presença de maçons na guerra através desta "prova irrefutável".
Este é o perigo de não se buscar a veracidade do que se divulga.
Vejam, na íntegra, esta peça ficcional que tornou-se "documento comprobatório".
Em Tempo: No livro que estamos escrevendo, através de análise crítica, apontamos uma dezena de incoerências contidas no Balaústre número 67.
Balaústre nº 67
Aos 18 dias do mês de setembro de 1835 E.’. V.’. e 5835 V.’. L.’., reunidos em sua sede, sito à Rua da Igreja, nº 67, em lugar Claríssimo, Forte e Terrível aos tiranos, situado abaixo da abóbada celeste do Zenith, aos 30º sul e 5º de latitude da América Brasileira, ao Vale de Porto Alegre, Província de São Pedro do Rio Grande, dependências do Gabinete de Leituras, onde, neste momento, funciona a Loj.’. Maç .’. Philantropia e Liberdade, com o fim de,especificamente, traçarem as metas finais para o início do movimento revolucionário, com que seus integrantes pretendem resgatar os brios, os direitos e a dignidade do povo Riograndense, se reuniram IIr.’. da LOJA.A sessão foi aberta pelo Ven.’. Mestre, Ir.’. Bento Gonçalves da Silva. Registre-se, a bem da verdade, ainda as presenças de nossos IIr.’. José Mariano de Mattos, nosso ex - Ven .’., Ir.’. José Gomes de Vasconcellos Jardim, Ir.’. Pedro Boticário, Ir.’. Vicente da Fontoura, Ir.’. Paulino da Fontoura, Ir.’. Antônio de Souza Neto e deste Ir.’. Domingos José de Almeida, que serviu como Secretário, lavrando o presente Balaústre. Logo de início, o Ven .’. Mestre, depois de tecer breves considerações sobre os motivos da presente reunião, de caráter extraordinário, informou que o nosso movimento revolucionário estava prestes a ser desencadeado. A data escolhida, é dia vinte de setembro do corrente, isto é, depois de amanhã. Nesta data, todos nós, em nome do nosso Rio Grande do Sul, nos levantaremos em luta contra o imperialismo que reina no País. Na ocasião, ficou acertada a tomada da Capital da Província pelas tropas dos IIr.’. Vasconcellos Jardim e Onofre Pires, que deverão se deslocar desde a localidade de Pedras Brancas, quando avisados. Tanto o Ir.’. Vasconcellos Jardim como o Ir.’. Onofre Pires, ao serem informados, responderam que estariam a postos, aguardando o momento para agirem. Também se fez ouvir o nobre Ir.’. Vicente da Fontoura, o qual sugeriu que tomássemos o máximo cuidado, pois que, certamente,Braga, o Presidente da Província, seria avisado do nosso movimento. O Tronco de Beneficência fez a sua circulação e rendeu a medalha cunhada de 421$000, contados pelo Ir.’. Tes.’. Pedro Boticário. Por proposição do Ir.’. José Mariano Mattos, o Tronco de Beneficência foi destinado à compra de uma Carta da Alforria de um escravo de meia idade,no valor de 350$000, proposta aceita por unanimidade. Foi depois realizada uma poderosa Cadeia de União, pela justiça e grandeza da causa, pois em nome do povo Riograndense, lutaríamos pela Liberdade, Igualdade e Humanidade, pedindo a força e proteção do G.’. A.’. D.’. U.’. para todos os IIr.’. e aos seus companheiros, que iriam participar das contendas. Já eram altas horas da madrugada quando os trabalhos foram encerrados, afirmando o Ven.’. Mestre que todos deveriam confiar nas LL .’. do G.’. A.’. D.’. U.’. e depois, como ninguém mais quisesse fazer uso da palavra, foram encerrados nossos trabalhos, do que eu, Ir.’. Domingos José de Almeida, como Secretário, tracei o presente Balaústre, a fim de que nossa História, através dos tempos, possa registrar que um grupo de maçons, homens “livres e de bons costumes”, empenhou-se com o risco da sua própria vida, para restabelecer o reconhecimento dos direitos desta abençoada terra, berço de grandes homens, localizada no extremo sul de nossa querida Pátria.
Oriente de Porto Alegre, aos dezoito dias do mês de setembro de 1835 da E.’. V.’., 18º dia do sexto mês, Tirsi, da V.’. L.’. do ano de 5835.
Ir .’. Domingos José de Almeida
Secretário
Fonte: blog do Léo Ribeiro
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