TRIBUTO AO TAURA GAÚCHO JOSÉ MENDES. 15-02-1974 15-02-2017. São 43 anos da partida de nosso ídolo á estância celestial! Nesta da...
TRIBUTO AO TAURA GAÚCHO JOSÉ MENDES.
15-02-1974 15-02-2017.
São 43 anos da partida de nosso ídolo á estância celestial!
Nesta
data eu estava com 11 anos de idade,e na localidade de NOVA
LARANJEIRAS-PR e junto com meu velho pai , pegamos uma carona com um
fazendeiro chamado Iujo Braga e quando entramos em sua velha picape
WILLYS ,o rádio sintonizado na educadora AM de Laranjeiras do Sul!
Estava dando a notícia da morte de JOSÉ MENDES !Senti como se fosse alguém da família!
Trago esta lembrança até os dias de hoje !JOSÉ MENDES sua música ainda ecoa na Pampa Sulina !
Mesmo
43 anos após sua partida ! Hoje eternizada nas vozes de José Mendes
Junior e Roberto Mendes !Tenho todos seus discos ,sou seu fã e
administrador de sua page, José Mendes Cantor e Compositor !Muito
triste sim com o que aconteceu,pensamos em sua família ,seus fãs.E
tentamos nos conformar com o legado que ele nos deixou !!Despeço-me.
Administrador (Nilton Stephanes )!
Nilton
Stephanes escreveu esse texto na sua página e me identifiquei pois foi
o mesmo sentimentos de todos naquele 15 de Fevereiro de 1974, tristeza
e dor em todos os olhares.
CONHEÇA UM POUCO A HISTÓRIA DE JOSÉ MENDES
Cantor,
Compositor, José Mendes nasceu na localidade de Machadinho, no
município gaúcho de Lagoa Vermelha. Com a separação dos pais, mudou-se
para a cidade de Santa Terezinha, no distrito de Esmeralda, em 1944,
passando a residir com pais adotivos.
Viveu
em Santa Terezinha durante 14 anos, período no qual trabalhou como peão
de estância e começou a fazer suas primeiras serenatas.
Começou
a se interessar pela música aos 14 anos, formando pouco depois, com um
amigo, uma dupla amadora chamada "Os Irmãos Teixeira".
Em
1958, foi prestar o serviço militar e mudou então para a cidade de
Vacaria, onde se fixaria depois do serviço militar, decidindo, então,
seguir a carreira artística.
Iniciou
a carreira artística em 1960, quando se mudou para a cidade de Júlio de
Castilhos, onde formou o trio Os Seresteiros do Pampa.
Em
1962, depois de excursionar pelo nordeste do Rio Grande do Sul e por
algumas cidades de Santa Catarina, decidiu que era hora de gravar um
disco, ou abandonar a carreira. Pediu dinheiro emprestado ao fazendeiro
Irineu Nery da Luz, que lhe cedeu a quantia de 20 mil cruzeiros, para
viajar até São Paulo. Na capital paulista, dormiu vários dias em bancos
da rodoviária, alimentando-se de pão e banana.
Conheceu
então os radialistas Zé Tomé da Rádio Tupi, e Teixeira Filho da Rádio
Cultura, e os artistas Pedro Bento, Zé da Estrada, Zilo e Zalo,
Palmeira, então diretor artístico da gravadora Continental e Biá, além
do acordeonista Alberto Calçada, que tocou acordeom em seu primeiro
disco.
Apresentou
suas composições a Palmeira que o levou para gravar o disco pela
Continental, aconselhando-o a colocar as músicas que eram todas dele em
parceria com radialistas de São Paulo e Rio de Janeiro, para que
tivessem divulgação.
Utilizando
o nome artístico de Gaúcho Seresteiro, gravou o LP "Passeando de pago
em pago", uma autêntica crônica de suas viagens pelo Rio Grande do Sul.
Nesse
disco, gravou doze composições, todas de sua autoria, mas que acabaram
aparecendo com diferentes parceiros, todos radialistas: a música
título, com Sebastião Ferreira da Silva, "Roubei a fazendeira", com
Carlos Armando, "Cantando ao luar", com Nino Silva, "Porteira do Rio
Grande", com Teixeira Filho, "Não sou culpado", com José Teixeira,
"Saudades de Júlio de Castilhos", com Leonel da Cruz, "Excursão
catarinense", com Sertãozinho, "Sou do Rio Grande", com Milton Gomes,
"Capital gaúcha", com Domingos de Palo, "Gaúcho gaudério", com Zé Tomé,
"Sem teu amor", com Carlos Armando, e "Cruzaltense", com Coronel
Narcizinho.
Depois
da gravação do disco, retornou para a cidade gaúcha de Vacaria e, logo
em seguida, mudou-se para a cidade de Porto Alegre, onde chegou a
dormir dentro de carros em uma garagem na qual trabalhava um amigo.
Começou
a fazer apresentações em cidades do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e
Paraná, a fim de divulgar o disco, fazendo isso por cinco anos.
Em
Porto Alegre, apresentou-se em diversos programas de Rádio, entre os
quais, "Festa na roça" apresentado por Nelson Souza na Rádio Itay, e
"Programa Grande Rodeio Coringa", na Rádio Farroupilha, no qual
conheceu Darcy Fagundes e Luiz Menezes que se tornaram grandes amigos
seus.
Nesse
período, participou de várias caravanas artísticas ao lado de nomes
como Airton Pimentel, Os Araganos, Velho Mirongueiro, Os Mirins, Luiz
Mullher, Portela Delavy, e as duplas Milton e Almerinda e Xará e
Timbaúva, entre outros.
Numa
dessas viagens, em companhia de Portela Delavy e Luís Muller, ocorreu
um episódio que mudaria sua vida. Viajavam de kombi para a realização
de um show, quando o carro quebrou e tiveram que pegar um ônibus.
A
certa altura dois peões começaram a discutir até que um deles, para
terminar o assunto falou: "Pára Pedro", e tornou a repetir "Pedro,
pára". Estava dado o mote para ele e Delavy comporem o xote "Pára,
Pedro".
A
música foi apresentada primeiramente no programa radiofônico "Grande
Rodeio Coringa" causando grande impacto, recebendo o incentivo de todos
para que a gravasse.
Em
1967, voltou a São Paulo, a fim de gravar seu segundo disco. Foi
recusado pela Continental e pela Chantecler, até que a gravadora
Copacabana resolveu lançar "Pára Pedro" em compacto simples.
O
disco tornou-se rapidamente um grande sucesso nacional e internacional,
sendo regravado em diversos gêneros, por diferentes cantores na América
Latina. O compacto vendeu mais de 600 mil cópias e se tornou o disco
mais vendido do ano, o que lhe valeu da TV Gaúcha o "Troféu de
Consagração popular".
Na
época, uma reportagem da revista "O Cruzeiro" dava conta da enorme
popularidade alcançada por ele: "Ligue o rádio e ouça. Esteja você em
São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Recife, Porto
Velho ou no Acre".
E
até atravessando fronteiras, na Argentina, Uruguai ou Bolívia. Você
poderá ouvi-la com o seu criador, um moço gaúcho, chamado José Mendes,
ou com Raul Gil, Élcio Alvarez, Trio Irakitan, Os Araganos, e também em
ritmo de iê-iê-iê, com os Brazilian Beatles, ou The Stranger's.
No
mesmo ano, lançou o LP "Pára Pedro" que, além da música título, tinha
ainda as composições "Picaço velho", "Surpresa da vida" e "Mensagem de
saudade", de sua autoria e mais, "Mulher feia", com Noel Silveira,
"Canto da siriema", com Leonel dos Santos, "Valsa do adeus", com Ney
Fernandes, "Terra brasileira", com Luis Muller, e "Corações amantes",
com Milongueiro, além de "Saudades de Lagoa Vermelha", de Elyo
Theodoro, e " Terra que canto" e "Última lembrança", de Luis Menezes.
Nessa
época, assim referiu-se a revista "Contigo" sobre ele: "Surge um
vaqueiro sulino com melodias regionais, de chimarrão e bombacha,
largando uma tremenda lenha em todo mundo, fazendo cair por terra as
previsões de preferência popular.
No
bar, no cabelereiro, em casa, no escritório ou à saída da missa, todos
assobiam e cantarolam a história do Pedro que entrou numa festa lá na
fazenda da Ramada. Todos querem imitar a velha apaixonada, no Pára
Pedro! Pedro, pára!".
Em
1968, lançou, também pela Copacabana, o LP "Não aperta, Aparício", com
música título de sua autoria e mais "Laços de Saudade" e "Não Chores
Chinoca", de sua autoria, "Saudades de Vacaria", com Paulo Finger, "Vai
embora tristeza", com Oiram Santos, "Pedras no caminho", com Cláudio
Paraíba, e "Esmeralda", com Airton Pimentel, além de "O pranto dos meus
olhos", de J. Pereira Jr.e Néco, "Pequena paisagem de amor", de Zaé Jr.
e Theotonio Pavão, "Adeus Bragança", de Geraldo Nunes, e "Gaudério", de
Luis Muller e Antoninho Duarte.
Ainda
nesse, ano visitou o Rio de Janeiro e apresentou-se no "Programa do
Chacrinha". Também em 1968, participou da coletânea "Carnaval
Copacabana", que contou as presenças de diversos artistas como Ângela
Maria, Gilberto Alves, Carequinha, e Roberto Silva, interpretando
"Pedro no carnaval", de sua autoria e "Maria Antonieta", parceria com
Paulo Finger.
Em
1969, atuou no filme "Pára, Pedro!", baseado em sua música, filmado
pela produtora Leopoldis-Som, com roteiro de Antônio Augusto Fagundes e
direção de Pereira Dias, sendo esse, o primeiro longa metragem colorido
produzido no Rio Grande do Sul. O filme foi grande sucesso,
permanecendo em cartaz por 23 semanas no Rio Grande do Sul, antes de se
lançado no Rio de Janeiro.
Ainda
em 1969, lançou pela Copacabana seu quarto LP, "Andarengo", disco no
qual interpretou a música título e "Valsa das mães" , parcerias com
Antônio Augusto Fagundes, "Uma aventura a mais", com Leonardo,
"Vá
embora tristeza", com Oiram Santos, " Couringando" e "Fronteira que não
faz fronteira", com Airton Pimentel, "Hei de amar-te até morrer", "Para
amar não tem distância", e "Nasci para você", de sua autoria, além de
"Parabéns", de Dimas Costa, "Brasileiro meu irmão", de Antônio Augusto
Fagundes, e "Comadre Chica", de Otávio Pereira Rodrigues e Cláudio Lima.
Também
em 1969, atuou no filme "Não aperta Aparício", baseado na sua música
homônima, filme também com direção de Pereira Dias e que contou, entre
outros, com as participações de Grande Otelo e José Lewgoy, sendo
também um grande sucesso.
Em
1970, desfrutando de intensa popularidade, fez shows em quase todas as
cidades gaúchas, além de se apresentar em Santa Catarina, Paraná,
Amazonas, São Paulo e Rio de Janeiro.
Nesse ano, tornou-se, juntamente com o cantor Altemar Dutra, o artista brasileiro com disco mais tocado em Portugal.
Foi
convidado para desfilar na Escola de Samba Unidos de Vila Isabel,
saindo como destaque ao lado de Martinho da Vila no enredo "Glórias
gaúchas".
Ainda
nesse ano, lançou o LP "Mocinho do cinema gaúcho" cantando "História
dos Pedros", "Acordeona do Nego Mendes" e "Gaúcho aventureiro", de sua
autoria, "Palmeira das Missões", com Odalgiro Correia, "Roubei a
fazendeira", com Carlos Armando, "Cantando minha palmeira", com
Odalgiro Correia, "Três flores", com Nonô Basílio, "Quero beijar-te
agora", de Gilberto Nedel e J. Martins, "Não espalha", de Airton
Pimentel, "Moda de agora", de Senair Maicá e Gaúcho do Rincão, "Sangue
criolo", de Lauro Rodrigues, e "Largo da felicidade", de Rubens
Alcântara.
Uma
outra comprovação do sucesso da música "Pára, Pedro" foi o lançamento,
na época, dos bonecos com o nome "Pára, Pedro". Além disso, polícia
carioca desencadeou a "Operação Pára, Pedro!" nos morros cariocas, e o
cantor Wilson Simonal, que gravou a música, chegou a comprar um carro
mustang, com os rendimentos obtidos com a gravação.
Suas músicas foram tocadas a partir de Portugal, na Áustria, Suécia, Suiça e Bélgica.
Em
1971, gravou o LP "Gauchadas" com sete composições de sua autoria:
"Churrasco", com Luis Muller, "As coisas do meu rincão", "Conversa
fiada", "Rodeio de Vacaria", "Minha acordeona", "Ciganinha", e
"Lágrimas do adeus", além de "Roubo da gaita velha" e "Baile do
Rancho", de Nilda Beatriz de Castro, "Três companheiros", de José
Batista, "Palavra triste", de Oscar de Almeida Macedo e Oiram Santos, e
"Chê Florência", de Oiram Santos.
Em
1972, filmou seu terceiro filme, "A morte não marca tempo", tendo como
música de abertura a "Balada da solidão", parceria com Pereira Dias. O
filme foi lançado em abril do ano seguinte.
Em
1973, lançou, pela Continental, o LP "Isto é integração" no qual
interpretou obras de sua autoria como "Minha biografia", "Isto é
integração", com Pereira Dias, "Prece", com Jaime Caetano Braun,
"Carancho",
com Zequinha Silva, "Volta Benzinho", com Sonia Maria, e "Berço
saudoso", com Paulo Lima, além de "Pago santo" e "Herança", de Telmo de
Lima Freitas, "Uma Cruz em cada mão", de Luiz Machado e Celina Paiva, e
"Mensagem de artista", de Bruno Neher e Deroi Marques.
Faleceu
em 1974, no auge do sucesso, quando a camionete Veraneio na qual
viajava com mais três pessoas, voltando do show em um circo na cidade
de Pelotas, colidiu de frente com um ônibus na altura de Porto Novo na
rodovia Rio Grande-Pelotas.
Nesse
ano, foi editado o LP "Adeus Pampa querido", uma cópia do seu primeiro
disco "Passeando de pago em pago" com as substituições das músicas
"Passeando de pago em pago", por "Adeus Pampa querido", versão sua,
para música de F. Canaro, M. Mores e Pelay, e "Excursão catarinense",
substituída pela "Balada da solidão".
Em
1979, suas músicas "Carancho" e "Baile de Campanha" foram incluídas no
LP "Gauchíssimo - Vol. 4", da Musicolor/Continental, que contou com
participações de diversos artistas gaúchos entre os quais, Os
Milongueiros, Gildo de Freitas, e Berenice Azambuja.
Em 2002, foi homenageado com a publicação do livro ""Pára, Pedro - José Mendes - Vida e obra", de Ajadil Costa.
Nesse
livro, o autor afirma que: "Passados quase 30 anos é firme a devoção ao
mito José Mendes. Existem hoje diversos louvores em todo o Rio Grande,
em sua lembrança: nome de ruas em diversas cidades espalhadas pelo
Estado. Homenagens em diversos programas de rádio e festividades em
muitas cidades exaltando sua memória."
Em
2004, em sua homenagem, foi feita a cavalgada "José Mendes de volta a
querência", uma iniciativa da Prefeitura Municipal de Esmeralda e da
Universidade de Caxias do Sul, com coordenação de Nilson Hoffmann. A
cavalgada destinou-se a transladar os restos mortais do cantor e
compositor enterrado em Porto Alegre, para a cidade de Santa Tereza,
seu berço natal.
Em
2006, o "Memorial José Mendes", localizado no município de Esmeralda,
foi transformado em patrimônio cultural do Estado do Rio Grande do Sul.
por Paulo Ricardo Costa
Fonte: blog Entre Mates e Guitarra
Fonte: blog Entre Mates e Guitarra
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