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Edson Dutra sobre tradicional Natal solidário de Os Serranos na Tinga: "Saímos de lá de alma lavada!"

Edson (com o troféu) e o grupo: só a agradecer Foto: Jackson Ciceri / Divulgação Os fãs de Os Serranos só têm do que se orgulhar. Há ce...

Edson (com o troféu) e o grupo: só a agradecer
Foto: Jackson Ciceri / Divulgação


Os fãs de Os Serranos só têm do que se orgulhar. Há cerca de uma década, o grupo separa parte do cachê de cada show feito, ao longo do ano, para proporcionar um Natal mais feliz a famílias carentes.

Começou na Vila Mapa, na Lomba do Pinheiro, bairro onde o líder da banda, Edson Dutra, mora até hoje.

Depois, migrou para a Restinga, onde conta com o apoio do padre Claudionir Ceron. É o Natal Serrano, que deve ocorrer no dia 19 ou 20 — ainda em estudo devido à agenda de shows. Cantor e acordeonista do grupo que é sucesso há 48 anos, Edson, 64, se preocupa em não fazer deste momento uma ação promocional da banda. Mas aqui entre nós: por que não propagar uma ação que pode contagiar outras tantas a fazer o bem?

—  Lava a alma da gente! — dá o seu testemunho Edson nesse bate-papo.

Aqui Entre Nós — Como começou essa ação tão bonita?
Edson Dutra — Meu sobrinho, Tiago (da administração do grupo), amigos e colegas dele já saíam pelas ruas no Natal, distribuindo brinquedos, vestidos de Papai Noel. Um dia, nos convidou para assistir a tudo. No ano seguinte, começamos a fazer a nossa ação: a cada show feito, uma parte da verba é separada para, nesta época, pegarmos o valor guardado para comprar cestas básicas, brinquedos, cachorros-quentes e refrigerante para a festa. Colocamos tudo no caminhão que leva os nossos equipamentos e vamos pra Restinga. Chegando lá, tocamos algumas músicas, desce o Papai Noel de helicóptero, e o padre Ceron começa a fazer fila para distribuir as doações.

Aqui — Mobiliza uma turma boa?
Edson — Sim, e, há alguns anos, nós também falamos para pessoas que nos conhecem pedindo qualquer valor. Tem gente que dá R$ 500, outros, R$ 1 mil. São amigos que incrementam o valor total para a festa.

Aqui — E, aí, a emoção toma conta na hora?
Edson — Saímos de lá de alma lavada! É sempre muito emocionante. As pessoas chegam lá e nos enchem de carinho, senhoras e crianças vêm nos abraçar. É muito bom!

Aqui — O Natal em família mudou desde então?
Edson — Com certeza! Quem faz o bem é brindado com coisas tão boas ao longo ano: segurança, sucesso, saúde...

Aqui —  Ajudar é uma obrigação? Mais ainda do artista, que ganha tanto do povo?
Edson — Eu acho que ser solidário é um dever social de todos. E, muitas vezes, não é ajudando financeiramente, mas dando atenção. Nós, artistas, mexemos com as emoções das pessoas. Aquele que percebe essa carência dos fãs à procura da palavra certa pode ajudar — e muito — dando atenção. Parece pequeno o gesto, mas pode fazer diferença na vida de alguém. A vida é feita de exemplos. Cresci vendo os meus pais ajudando as pessoas, isso contagia!  E não tem sentido se não for assim.


Fonte: jornal Diário Gaúcho

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