Foto: Facebook/Festival Continua repercutindo a triagem da 35ª Gauderiada, festival nativista da cidade de Rosário do Sul. Para quem ...
Foto: Facebook/Festival
Continua repercutindo a triagem da 35ª Gauderiada, festival nativista da cidade de Rosário do Sul.
Para quem não acompanhou o bate-boca nas redes sociais, muitos artistas se julgaram prejudicados pela escolha das músicas pela Comissão Avaliadora insinuando, inclusive, que houve protecionismo, para não dizer coisa pior (eles disseram).
Dentre as diversas manifestações lemos que a escolha foi muito rápida, pois mais de 700 concorrentes foram selecionadas em 16 horas. Outros manifestam surpresa pela coincidência de seis compositores, inclusive parceiros musicais de alguns avaliadores, terem 12 músicas selecionadas dentre as 14 escolhidas. As discussões foram ásperas.
Tudo isto levou os jurados a redigirem uma "Carta Aberta" dando sua visão dos fatos. É a primeira vez, desde que acompanho festivais, que uma comissão justifica a triagem.
Ocorre o seguinte:
Não acho que tenha havido má intenção da Comissão. São todas pessoas idôneas. Os responsáveis por toda estas discussões talvez sejam os próprios organizadores do evento pois é na escolha dos jurados que se determina o rumo do festival.
É a faca quem comanda o tamanho da bainha.
O que vemos nesta edição deste Festival que é um dos mais antigos do Estado, é uma mesa muito homogenia, com o mesmo gosto musical. Sendo assim, é claro que as canções selecionadas também serão uniformes, de acordo com o estilo de quem seleciona.
Só não me digam que uma comissão não imagina quem são os autores das obras. Que julgam canções anônimas. No abrir de uma gaita, no toque de um violão, no formato de uma letra, na voz do intérprete, se sabe quem vem lá.
E muitos dos que reclamam agora, em algum momento já foram beneficiados.
Por isso o ideal é que os avaliadores sejam diferenciados em seu estilo musical. Recomenda-se, inclusive, que sejam de diferentes regiões do Estado.
Hoje talvez não aconteça mais, mas no auge festivaleiro no Rio Grande do Sul comentava-se, a boca não muito pequena, que havia cinco grupos distintos e que os mesmos se "ajudavam".
Santa Maria, no coração do Rio Grande, era um divisor de águas entre dois destes grupos, ou seja, um ía de Santa Maria para a região das missões e outro de Santa Maria até Pelotas. Estes últimos eram chamados pejorativamente de "gaúchos de boina".
Além destes dois ainda havia o grupo da Grande Porto Alegre, dos serranos e dos litorâneos.
Mas isto passou.
E que bom seria que a integração, o bom senso, a diversidade musical, predominasse neste movimento que foi (e é) tão importante para a formação de nossa identidade cultural.
Fonte: blog do Léo Ribeiro
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