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" As leis do campo" por Severino Rudes Moreira

Cavalos O cavalo no campo se vira de costas para o lado da chuva com vento, para que a água não bata direto na cara e os pingos não atin...

Cavalos

O cavalo no campo se vira de costas para o lado da chuva com vento, para que a água não bata direto na cara e os pingos não atinjam seus olhos.

O cavalo bate a pata na água quando vai beber e se frouxar a rédea ele deita. Diziam os antigos que faz isso porque enxerga a própria a imagem refletida e entende ser outro animal. Essa é a forma de escorraçar o outro.

Um cavalo deitado ao levantar ergue primeiro as (mãos) parte da frente enquanto que os vacuns erguem (os quartos), parte de trás.

Os cavalos antes de coicear ou morder geralmente murcham as orelhas. Numa carreira de campo, quando o cavalo "rebolear" o rabo, é por que está cansado e geralmente perde a carreira.

Para pegar cavalo matreiro e refugador de mangueira, deixavam um laço amarrado num moirão próximo a um canto do alambrado e outra ponta estendida no pasto. Repontavam os animais até aquele canto e depois pegavam a ponta solta do laço improvisando uma mangueira.

Os cavalos tem ótima visão e raramente se perdem por mais escura que a noite seja chegam ao destino. Portanto, se o campeiro não enxergar o caminho afrouxe a rédea que se o cavalo é bem manso ele o conduzirá.

Por ter uma visão aguçada, sempre que um cavalo sonar a venta e se negar em uma noite escura, o cavaleiro deve ficar alerta, pois provavelmente exista uma situação perigosa pressentida pelo animal.

Os cavalos também têm uma sensibilidade muito grande para conhecer os caminhos onde cruzam, se afrouxar as rédeas eles escolhem o melhor caminho, evitando inclusive as pedras que machucam os cascos.

O cavalo sabe quando quem monta é bom cavaleiro, ou se é medroso ou maturrengo. É com o maturrengo que fica mais matreiro ou tenta se governar. Cavalo criado guacho geralmente dá coiceiro, manoteador e mordedor.

Para o cavalo com dor de urina davam chá de "erva-de-bicho" e como as garrafas eram de vidro, para que o animal não quebrasse com os dentes, passavam o cabresto num galho alto, puxando o focinho para cima e colocavam o líquido pela narina.

Para curar basteira em cavalos colocavam azeite de mocotó misturado com creolina ou óleo queimado.

Para combater vermes e "bicho do coalho" antigamente colocavam pela narina do cavalo uma garrafa de um pó verde chamado "Fenotiasina" misturado com água.

O campeiro sempre evitava desencilhar o cavalo à noite quando tinha geada e quando precisava fazê-lo desencilhava no galpão e deixava refrescar o lombo para depois soltar, assim evitando que o animal se rebolcasse na geada com o lombo suado.


do Livro Os Chás e a fé de Severino Rudes Moreira
Martins Livreiro Editora
Fonte: blog do Rogério Bastos

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