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Chasque do Neto: A Base

Neto Fagundes escreve o Chasque do Neto Foto: Maicon Hinrichsen/RBS TV Quando encontramos adultos de caráter indiscutível, honestos, ed...

Neto Fagundes escreve o Chasque do Neto
Foto: Maicon Hinrichsen/RBS TV


Quando encontramos adultos de caráter indiscutível, honestos, educados, homens e mulheres, podem ter certeza que, lá na sua infância, enquanto elaboravam planos mirabolantes para aquela vida que apenas estava começando, alguém era responsável por ele. Alguém deveria cuidar daquela criança, chegava a adolescência e logo era comum algum deslize, pois estavam experimentando coisas novas e, por isso, a chance de erro era sempre uma constante.

Lembrei de uma história que aconteceu com uma vizinha da minha avó, uma senhora muito pobre, mas com uma vida dedicada aos filhos, honesta, carinhosa, tinha pouca grana, mas uma dignidade gigantesca. Certa feita, o filho dela tinha levado para casa um lápis que não era dele, que tinha sido esquecido no chão da sala de aula. Ele recolheu o lápis e levou sem nenhuma maldade para casa.

Quando a mãe viu que aquele lápis era muito caro e, com certeza, não fora ela tinha comprado, já que pegava o material oferecido pelo Ministério da Educação, um material com preço mais em conta, ela disse:

"Quero que descubra de quem é o lápis que tu encontrou na sala. Só descobre e me diz".

 Ele fez isso, sem entender muito bem o que ela queria. No outro dia,  já sabendo de quem era o tal lápis, ela pegou o filho pela mão e foi até a casa do dono do lápis. Eles tiveram que andar bastante pela cidade até chegarem ao local. Ela bateu na porta. A mãe do menino atendeu, pediu que entrassem e a mulher disse para o filho:

"Pergunta, meu filho. O que tu querias perguntar para ela?"

E o guri, com a voz trêmula, perguntou:

"O André não perdeu um lápis essa semana na sala de aula?"

"Perdi!", gritou o André lá da outra sala. "O meu preferido!", disse ele.

"Eu achei e vim te devolver", disse o menino.

"Que legal! Muito obrigado. Estou tão feliz, gostaria de ser teu amigo. Eu estava triste com a perda do lápis, minha mãe tinha me colocado de castigo por ter perdido, mas agora estou feliz! Vamos brincar?".

Os meninos se tornaram amigos e até hoje são parceiros de trabalho, futebol e churrasco. Os nomes são inventados para preservar identidades, mas a história é verdadeira. Eles são homens de bem, com filhos maravilhosos e sou amigo deles. Os exemplos são mais fortes do que as palavras, é simples quando se está atento aos filhos: não é teu, devolve.

Tenho certeza de que só nos tornaremos cidadãos de alto nível se tivermos alicerces muito fortes ligados à educação e esses exemplos são construídos em casa e não custam nada.

Até a semana que vem, gaúchos e gaúchas de todas as querências!


Fonte: Galpão Crioulo junto ao portal GShow