Talvez um dos momentos mais importantes do regionalismo gauchesco deste fim de semana, que foi povoado de festivais poéticos e musicais...
Talvez um dos momentos mais
importantes do regionalismo gauchesco deste fim de semana, que foi
povoado de festivais poéticos e musicais, rodeios, eventos esportivos
do MTG e tantos outros, tenha se passado no sábado, dia 07, na cidade
de Bossoróca. Neste localidade foi prestada uma linda e justa homenagem
a um de seus filhos adotivos mais ilustres, o saudoso e imortal cantor
Noel Fabrício da Silva, ou Noel Guarany (na verdade ele nasceu em São
Luiz Gonzaga). A obra traz a assinatura do grande escultor missioneiro
Vinícius Ribeiro.
Parabéns
a esta comunidade que, sem dinheiro público investido na obra,
imortaliza este tronco missioneiro. Ficamos na torcida que tal memorial
feito manualmente em concreto armado, com 04 metros de altura e pesando
4.700 kg. não tenha o mesmo destino de ostracismo que seu parceiro
Jayme Caetano Braun, aqui no Parque da Harmonia.
GRANDE VINÍCIUS RIBEIRO!
Quero
aqui fazer uma saudação, uma reverência, a um grande artista de nossa
terra. A seara de sua arte vai um tanto além da música, da dança e da
própria poesia que também escreve. Fica perene na resina de seus
troféus, no bronze e no cimento de seus monumentos.
Falo
de Vinícius Ribeiro, da legendária São Luiz Gonzaga, que há pouco
imortalizou mais um saudoso nome da musicalidade riograndense, ou seja,
Noel Guarany.
Segundo
Vinícius, o seu interesse pela escultura vem das enciclopédias da
antiga editora Melhoramentos, que seu pai comprova (anos 70), nelas ele
teve o seu primeiro contato com a vida e obra dos grandes mestres da
escultura e pintura; gosta de citar isso para exaltar a importância
dos bons exemplos dos pais e adultos para as crianças.
"Lembro
principalmente do capítulo sobre a vida de Antônio de Cânova, escultor
neoclássico, que fazia suas esculturas desde pequeno. Esse foi o meu
despertar para o mundo da escultura. Sempre chamou minha atenção as
proporções alongadas da escultura alí desenhada.
Não
era o desenho em sí(que por sinal é lindo), mas era a representação da
escultura o que realmente me encantava. Era mágico o efeito daquelas
páginas em minha mente.
Depois
surgiram na minha vida as histórias em quadrinhos, os gibis de heróis,
sou da época dos super-heróis, gostava de desenhá-los e isso me deu uma
base forte para mais tarde começar a fazer esculturas."
Vinícius
Ribeiro começou sua profissão de escultor em 1992 confeccionando
pequenas miniaturas gauchescas em resina. Depois as peças foram ficando
maiores e os materiais como a resina, substituídos pelo concreto
armado. Trabalha atualmente com estátuas, bustos e monumentos em
concreto, pedra e bronze.
Confesso
que sou um apaixonado por esculturas, monumentos, memoriais e penso
que, embora muitos ignorem, um busto numa praça é um retrato imortal de
alguém que muito fez nesta passagem terrena.
Meu
artista preferido, nesta arte de esculpir, é Antônio Caringi. Este foi
mestre. Contudo, penso que Vinícius Ribeiro caminha a passos largos
para deixar seu nome gravado na história da arte gauchesca.
Ao
contrário de muitos monumentos que espelham nomes reconhecidos mas que,
se não tiver uma placa indicativa, pelo rosto não se define quem é, os
trabalhos de Vinícius Ribeiro retratam fielmente a pessoa homenageada.
Suas
obras, mesmo pesando toneladas, parecem leves, em movimento ao sabor
dos ventos. As personagens extrapolam o cimento, aparentam ter alma.
Encerrando,
reitero um pedido. Que esta bela escultura de Noel Guarany receba o
carinho de seu povo e não se repita o descaso, o desleixo, que acontece
com a estátua de Jayme Caetano Braun, aqui no Parque da Harmonia, onde
a vontade de um secretário municipal vale mais do que qualquer
iniciativa de entidades pela preservação do monumento ao Pajador.
Fonte: blog do Léo Ribeiro
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