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Moisés Menezes lança novo livro

O Poeta Moisés Silveira de Menezes,  na foto ao lado de sua esposa Marlei Stein, lança um novo livro (PEREGRINAS INQUIETUDES), agora de ...


O Poeta Moisés Silveira de Menezes,  na foto ao lado de sua esposa Marlei Stein, lança um novo livro (PEREGRINAS INQUIETUDES), agora de poemas, no dia 07 de maio, na feira do Livro de Santa Maria (ver convite abaixo).

Tive a honra de ser convidado a apresentar um dos poemas que compõe esta bela obra. Tal preciosidade traz por título JOÃO MARIA-MONGE DE MUITOS LUGARES e assim descrevi o que penso sobre autor e obra:

Antes de mergulhar no brioso encargo de opinar sobre o poema João Maria-Monge de Muitos Lugares, é imperioso que se faça uma breve, mas justa referência ao seu autor, o vate Moisés Silveira de Menezes, Irmão de uma Ordem Maior e parceiro de versos da Estância da Poesia Crioula.

Sempre admirei a versatilidade poética de Moisés Menezes porque andeja do versejar terrunho e galponeiro ao cantar mais despojado, contemporâneo e de rima livre, com a mesma facilidade e domínio da situação. Vai do galpão à casa grande sem perder o telurismo.

Sua forma de criar ou de retratar as coisas do pago é única, embora me traga alguma lembrança do saudoso José Hilário Retamozzo. Tenho em Moisés Silveira de Menezes como um poeta visionário, que caminha um passo a frente de seu tempo e de sua gente. Investigativo, não se conforma em por no papel o fiel retrato. Vai além e traz a tona, além da descrição histórica, a criação.

Se fosse buscar num verso o retrato da alma de Menezes, fragmentaria a Sonetália Estirpe, de Aureliano de Figueiredo Pinto, em seu Armorial de Estância e Outros Poemas, retirando o terceiro soneto e o estampando como Brazão do poeta Moisés Silveira de Menezes:

Irmão! No solo bruto, aos céus incertos
- adventício! Mescla-te nas hordas.
Mas por teu gênio, em teu amor transbordas
do incendido horizonte dos desertos.

Pensando e amando, em pleno sonho acordas
noutra terra e outros mares descoberto.
E trazes nalma, hordejando espertos
perfis de nautas que tão bem recordas.

Esse és tu – homem que não blasonas!
Sofreu em Ceuta e Ormuz... Voltou das Índias
surpreendendo na sésta as amazonas.

Tens no peito, e no gesto momentâneo,
com crispações de arestas ameríndias
a luz tranqüila do Mediterrâneo...

Em relação à poesia João Maria-Monge de Muitos Lugares, fica evidenciada a preocupação do poeta com a pesquisa, com a busca de temáticas ocultas ao cancioneiro comum. Cantar o que já foi cantado, não satisfaz as ânsias poéticas do autor.

São João Maria, o Monge dos Excluídos, por conta de folclores e lendas, uniu em si a historicidade de diversos monges que, embora distantes em face da questão geográfica e temporal, carregavam a similitude de terem vivido em épocas de grandes mudanças sociais, em que a assistência médica e o conhecimento tinham pouca penetração no interior do país. Época em que o aconselhamento embasado na religião, a cura através de ervas e águas, e os milagres eram os únicos recursos acessíveis a um povo carente e pouco assistido. A população humilde encontrava neles apoio e soluções para enfrentar a penúria e a desesperança.

Neste ambiente Moisés Silveira de Menezes foi buscar o mote para esta bela descrição poética de fatos marcantes e de pessoas (monges) que cruzaram estes caminhos antes de nós. Aplicando a rima descompromissada, uma técnica muito difícil para quem não sabe usá-la adequadamente, pois pode comprometer a métrica, Moisés Menezes nos converte através de seu Peregrinas Inquietudes.

Léo Ribeiro de Souza – Poeta-advogado
Ex - Presidente da Estância da Poesia Crioula

Fragmentos de JOÃO MARIA-MONGE DE MUITOS LUGARES

de Moisés Menezes

João Maria,filho meu
é tempo de boa nova
toma o cajado e a estrada
que a hora já é chegada,
aquele que a mim vier
nele estarei para sempre.
Minha palavra, João,
mensagem de amor e fé
deve chegar aos irmãos.
A todos deves unir
sob a figura do filho
e a proteção de Deus Pai.

João Maria, o primeiro,
pés no chão olhos no longe
coração inteiro aos céus
peregrino pôs-se a campo
semeando paz e verdade,
o verbo ganhando forma
unindo homens e crenças.
Palavra ,espada invisivel
fere, consola, conforta,
anunciou aos quatro ventos
que vinha em nome do Pai,
Criador, Princípio, Fim.
 
 
Fonte: blog do Léo Ribeiro

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