Área virou acampamento argentino em Porto Alegre Foto: Rafaella Fraga/G1 A partida entre Argentina e Nigéria, na quarta-feira (25), no ...
Área virou acampamento argentino em Porto Alegre
Foto: Rafaella Fraga/G1
Foto: Rafaella Fraga/G1
A partida entre Argentina e Nigéria, na quarta-feira (25), no Estádio Beira-Rio, provocou uma invasão argentina ao Rio Grande do Sul nos últimos dias. Os torcedores que chegam de carro, ônibus e avião têm se acomodado nas hospedagens mais variadas pela capital. Um dos recantos que abrigaram grupos de argentinos foi a área conhecida como "Fazendinha", que fica ao lado do Acampamento Farroupilha, em Porto Alegre.
Até o início da tarde desta segunda (23), mais de 500 argentinos, entre famílias e grupos de amigos, já estavam acampados no espaço, que foi oferecido aos turistas pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho.
A Fazendinha, que normalmente serve como ambiente de alojamento para os animais dos participantes do Acampamento Farroupilha, foi adaptada para receber os visitantes. Segundo Gustavo Bierhals, vice-presidente do MTG e responsável pelo local, quatro lonas de 20m por 20m foram montadas para abrigar os campistas. Os argentinos começaram a chegar na última terça-feira (17), mas o movimento intensificou durante o fim de semana.
"Transformaram na casa deles, colocaram faixa da Argentina. Perdi a fazenda, os argentinos viraram os donos. Mas estou feliz em poder recebê-los aqui", afirma Gustavo. O anfitrião gaúcho é de Camaquã e nunca tinha convivido com argentinos. "São um povo alegre, colaboradores, estão sempre querendo ajudar por aqui", relata.
Entre os acampados está Daniel Alejandro, Mamani, 32 anos. Em Porto Alegre desde domingo (22), ele e outros sete amigos estão divididos em dois carros. "Tudo tem ocorrido bem desde que chegamos. O Rio Grande do Sul é muito receptivo", resume.
De Buenos Aires, rodaram mais de 1 mil quilômetros. Sem ingressos para a partida de entre Nigéria e Argentina, iniciam agora uma busca incansável por bilhetes. "Queremos comprar, vamos tentar de qualquer forma", garante ele.
Se não for possível apoiar a seleção de Messi no Beira-Rio, a ideia será acompanhar o jogo na Fan Fest. Após o jogo, o grupo seguirá para Florianópolis (SC).
Gustavo conta ainda que a maioria dos argentinos no acampamento não tem ingresso para a partida, mas segue em esperança de encontrar algo até o dia do jogo. E no meio de tanto argentino, ele quase já se sente um deles.
"Eles me migraram para o outro lado. Eu ainda não. Mas quem sabe até a final. Se for Brasil e Argentina, até lá devo estar torcendo pela Argentina", brinca ele.
Para ajudar a receber os visitantes, dona Marina Silva, 62 anos, que trabalha ajudando na cozinha sempre que há eventos no local, agora trabalha no cardápio que será oferecido aos argentinos.
"Estou acostumada já. Nós que decidimos o cardápio e hoje eles estão faceiros que tem purê de batata", se diverte ela. Dona Marina já criou carinho pelos visitantes. "Tenho um filho de verdade, mas agora ganhei 500", comenta ela, que é chamada de "mama" pelos campistas.
Movimento intenso e chegada de mais argentinos preocupa
Todo novo campista que chega ao espaço, tem de cadastrar nome completo e a placa do veículo. Além disso, a Brigada Militar está com monitoramento constante no local e até o momento não foi registrada nenhuma ocorrência com os visitantes. O número de argentinos além do esperado, no entanto, já causa preocupação.
"O pessoal do Acampamento Farroupilha já está com dificuldade de manejar animais na área. Não dá para receber mais gente, não tem mais espaço. Mas como vamos mandar eles irem embora?", comenta o organizador.
Uma reunião foi marcada para a tarde desta segunda-feira (23), entre o secretário de Cultura de Porto Alegre, Roque Jacob, e o secretário de Segurança Pública do estado, Airton Michels, para definir espaços alternativos e tratar da segurança de quem já está na área.
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Fonte: Portal G1 - Rio Grande do Sul.
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