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Shana Müller: "Incrível perceber que, em pleno 2014, muita gente viva parada nos tempos da Revolução Farroupilha"

Foto: Facebook / Reprodução Tenho vivenciado experiências interessantes em função da Copa, comuns a muitas pessoas. O nosso povo é, sim...

Foto: Facebook / Reprodução

Tenho vivenciado experiências interessantes em função da Copa, comuns a muitas pessoas. O nosso povo é, sim, hospitaleiro. (E aqui falo do povo brasileiro…)

Mas passei por um momento polêmico nesses dias com a publicação de uma foto minha nas redes sociais empunhando a bandeira do Brasil. Foto, aliás, tirada no palco da Fiesta do Chamamé em Corrientes, onde há sete anos represento o meu país. Bairristas e separatistas de todos os lados se puseram a comentar a imagem e a criticar minha atitude patriota. Fiquei, de certa maneira, assustada e, logo em seguida, percebi o quão comum eram tais posturas. Um disse que queimou meus discos porque não passo de uma Braúcha, outro mandou que eu não cantasse mais as músicas rio-grandenses, e teve até quem me dissesse para ir embora do Rio Grande, já que eu sou uma caramuru.

Deu vontade de rir e confesso que ri mesmo. Já passei da fase de dar bola para essas críticas da internet, onde todos têm poder e poucos se responsabilizam pelo que dizem. Tais publicações e comentários têm servido de inspiração a algumas reflexões. Incrível perceber que, em pleno 2014, muita gente viva parada nos tempos da Revolução Farroupilha. Lamentável ver que ainda tenhamos, enquanto artistas, que responder ao policiamento dos que se creem mais gaúchos e donos do Rio Grande do Sul.

Com muito orgulho, levanto a bandeira do meu país, o Brasil, e repudio toda manifestação que nos negue como um estado desta Federação. O povo do Rio Grande defendeu as fronteiras e peleou, sempre, por seus direitos e pelo respeito. Isso não nos faz melhores nem piores que ninguém. O que dá vergonha é entender que atitudes como essas cada vez mais nos ridicularizam perante outros estados tão bonitos e ricos culturalmente como o nosso. Nos distanciam e nos excluem!

Estamos bem ao sul do país. Somos diferentes no modo de viver, na paisagem, no clima, mas somos o elo da nossa pátria com a América Latina. Talvez a culpa de tanto distanciamento e de uma suposta "exclusão" cultural seja nossa mesmo, de gente que pensa tão pequeno e está parada no século passado. Eu conheço minhas raízes e não tenho medo de seguir em frente!

por Shana Müller
Fonte: Coluna Pampianas do jornal Zero Hora

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