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A arte declamatória no RS

Penso que esta seja a segunda vez que faço uma postagem com este mesmo título no blog. Na outra oportunidade fizemos um trabalho de pesq...


Penso que esta seja a segunda vez que faço uma postagem com este mesmo título no blog. Na outra oportunidade fizemos um trabalho de pesquisa onde buscamos as origens da poesia regionalista, entidades poéticas, e um rol de mais de cem declamadores que se destacam. Hoje, vamos envolver mais a emoção oriunda do 30º Rodeio Internacional de Vacaria.

Durante três dias Liliana Cardoso Duarte, Silvana Giovanini, Silvana Andrade, Luis Afonso Ovalhe Torres, Wilson Araujo e Léo Ribeiro, na foto acompanhados pelos músicos Volmir Dutra e Adão Quevedo, avaliaram mais de trezentos dos melhores declamadores do Estado.

Devo confessar que sai das Vacarias dos Pinhais impressionado, não só pelo número de inscritos num meio de semana (quarta, quinta e sexta), mas também pela qualidade dos concorrentes. É um melhor do que o outro. Isto tudo me leva a concluir que vivemos no Estado mais poético deste País. Se eu estiver enganado, que algum leitor de outra querência desta pátria verde-amarela me mostre o contrário.

Mas são tantos festivais, rodeios, entidades literárias, edições de livros, poetas, poetisas, declamadores, declamadoras, enfim, que me levam a fazer esta afirmativa: a de que vivemos no Estado mais ligado a poesia de todo o Brasil. Isto vem do apego a terra, ás tradições, ao lirismo, a história deste Rio Grande velho.

Nestes três prazerosos dias lá pela Porteira do Rio Grande, convivendo e aprendendo muito com meus parceiros de juri, a simpática, campeoníssima, mestre em recitar um verso, Silvana Giovanini, bem como o não menos premiado, da velha cepa bugra da declamação, Wilson Araújo, hoje entre os quatro melhores destas plagas sulinas, pude analisar, além de todos os quesitos recomendados pelo MTG, quais os poetas mais lembrados pelos concorrentes.

Sim, porque além de nos brindar com lindas interpretações, o declamador também serve de garganta do poeta. É através do declamador que o verso sai dos livros para levar aos sete ventos a mensagem de seu criador, de seu vate.

Na categoria mirim, continua ainda em evidência o saudoso Dimas Costa.

Entre os juvenis e adultos, os poetas mais recitados foram Carlos Omar Vilella Gomes, Antônio Augusto Ferreira, Eron Vaz Matos, Guilherme Colares, Vaine Darde, Lauro Antônio Corrêa Simões e Colmar Duarte.

Nos mais veteranos, na categoria "Xiru", são muitos lembrados Apparício Silva Rillo e Jayme Caetano Braun.

Em princípio fiquei me perguntando como é que Rodrigo Bauer, que para o meu gosto (e o de muita gente), é um dos melhores poetas do Rio Grande, quase não é recitado?

A resposta é simples.

Os concorrentes buscam poemas longos, quase uns compêndios, para sua apresentação. Não se escuta mais um soneto, um poema curto, mesmo que de fundamento.

Rodrigo Bauer, que na maioria de seus escritos diz tudo em poucas palavras, incrivelmente não serve para concursos.

Mas isto é tema para uma outra postagem... O que realmente importa, neste momento, é agradecer por vivenciar tão importante momento que reafirmou, através da declamação, o valor da poesia gaúcha.

Para não estender-me demais finalizo dizendo que desci a serra de alma lavada e com mais vontade de trabalhar pelo poema regionalista de nosso Estado. Contem comigo, poetas, amadrinhadores e declamadores deste pago único em se tratando desta arte tão bela. 


Fonte: blog do Léo Ribeiro

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