Entre Contendas e Josafá: região onde nasceu o "Gritador" O Rio Grande do Sul é um Estado rico em mitos e lendas. Aproveitando...
Entre Contendas e Josafá: região onde nasceu o "Gritador"
O Rio Grande do Sul é um Estado rico em mitos e lendas. Aproveitando a passagem do Dia dos Finados, ocorrido neste sábado, lhes conto um causo sucedido no rincão onde nasci, entre Contendas e Josafá, ou seja, mato puro (meu pai era motorista de caminhão de uma serraria nesta localidade).
Para quem não conhece, Contendas fica poucos quilômetros antes de começar a descer a Serra do Pinto, na Rota do Sol, em São Francisco de Paula. Josafá, é mato adentro de Contendas, passando por belíssimos cânions, peraus, cascatas, enfim, uma natureza exuberante, na divisa com Santa Catarina.
Pois bem... Reza a lenda que:
Num rancho no fundo de um caponete, um homem muito mau e temido nesta região acima citada, num fim de semana, preparou as pilchas para um divertimento, um baileco que aconteceria pela vizinhança. Coisa de duas horas a cavalo. Como ainda era cedo, resolveu descansar um pouco antes da refrega a luz de candeeiro e ao som de gaita, violão e pandeiro.
Contudo, para não se atrasar, deixou seu cavalo preso e encilhado. Era só acordar, bolear a perna no pingo e sair para o bailongo...
Sua mãe, que não sabia das intenções do filho, ao vê-lo dormindo e o cavalo encilhado, imaginou que, como em tantas ocasiões, o filho chegara em casa borracho sem condições de largar o matungo.
Com a intenção de ajudá-lo, desencilhou o cavalo e soltou a campo...
Em riba da hora aprazada, o despertador tocou e o vivente pulou do catre coiceando as cobertas.
Água-de-cheiro, glostora, bombachas de dois panos com favo-de-mel, o casaco de fatiota, botinha foles-de-gaita ... Estava pronto pra "lida".
Quando foi para o galpão pegar o cavalo.... "Cadê" o animal?
Acordou sua mãe que, muito sentida, lhe contou do engano.
Por perverso, por covarde, por vingativo, resolveu, então, por a encilha naquela que lhe gerou e atendeu a vida inteira. Como se não bastasse ainda montou em sua própria mãe.
Ao cabo de alguns meses, não se sabe se por machucada, ou por magoada pelo acontecido, a pobre senhora veio a falecer. Não sem antes, rogar uma praga para seu filho.
- Que a tua morte seja pior do que a minha. Que tua alma fique vagando e que os andantes ouçam teus gritos de agonia por estes matos adentro.
Dito e feito.
Após a morte deste indivíduo nefasto o povo da região do Jusafá começou a ouvir, nas madrugadas, gritos de lamentos, uivos de dor, por longos anos.
Meu falecido pai, Bernardino Souza, jurava-me que ouviu, diversas vezes, o Gritador, como ficou conhecido. - Era coisa de arrepiar o sabugo...
Quanto a mim, que já fiz cavalgadas nesta região com os Cavaleiros da Neve, nunca escutei nada. Contudo, YO NO CREO EN BRUJAS, PERO QUE LAS HAY, LAS HAY.
Fonte: blog do Léo Ribeiro
O Rio Grande do Sul é um Estado rico em mitos e lendas. Aproveitando a passagem do Dia dos Finados, ocorrido neste sábado, lhes conto um causo sucedido no rincão onde nasci, entre Contendas e Josafá, ou seja, mato puro (meu pai era motorista de caminhão de uma serraria nesta localidade).
Para quem não conhece, Contendas fica poucos quilômetros antes de começar a descer a Serra do Pinto, na Rota do Sol, em São Francisco de Paula. Josafá, é mato adentro de Contendas, passando por belíssimos cânions, peraus, cascatas, enfim, uma natureza exuberante, na divisa com Santa Catarina.
Pois bem... Reza a lenda que:
Num rancho no fundo de um caponete, um homem muito mau e temido nesta região acima citada, num fim de semana, preparou as pilchas para um divertimento, um baileco que aconteceria pela vizinhança. Coisa de duas horas a cavalo. Como ainda era cedo, resolveu descansar um pouco antes da refrega a luz de candeeiro e ao som de gaita, violão e pandeiro.
Contudo, para não se atrasar, deixou seu cavalo preso e encilhado. Era só acordar, bolear a perna no pingo e sair para o bailongo...
Sua mãe, que não sabia das intenções do filho, ao vê-lo dormindo e o cavalo encilhado, imaginou que, como em tantas ocasiões, o filho chegara em casa borracho sem condições de largar o matungo.
Com a intenção de ajudá-lo, desencilhou o cavalo e soltou a campo...
Em riba da hora aprazada, o despertador tocou e o vivente pulou do catre coiceando as cobertas.
Água-de-cheiro, glostora, bombachas de dois panos com favo-de-mel, o casaco de fatiota, botinha foles-de-gaita ... Estava pronto pra "lida".
Quando foi para o galpão pegar o cavalo.... "Cadê" o animal?
Acordou sua mãe que, muito sentida, lhe contou do engano.
Por perverso, por covarde, por vingativo, resolveu, então, por a encilha naquela que lhe gerou e atendeu a vida inteira. Como se não bastasse ainda montou em sua própria mãe.
Ao cabo de alguns meses, não se sabe se por machucada, ou por magoada pelo acontecido, a pobre senhora veio a falecer. Não sem antes, rogar uma praga para seu filho.
- Que a tua morte seja pior do que a minha. Que tua alma fique vagando e que os andantes ouçam teus gritos de agonia por estes matos adentro.
Dito e feito.
Após a morte deste indivíduo nefasto o povo da região do Jusafá começou a ouvir, nas madrugadas, gritos de lamentos, uivos de dor, por longos anos.
Meu falecido pai, Bernardino Souza, jurava-me que ouviu, diversas vezes, o Gritador, como ficou conhecido. - Era coisa de arrepiar o sabugo...
Quanto a mim, que já fiz cavalgadas nesta região com os Cavaleiros da Neve, nunca escutei nada. Contudo, YO NO CREO EN BRUJAS, PERO QUE LAS HAY, LAS HAY.
Fonte: blog do Léo Ribeiro
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