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41ª edição da Feira do Livro de Pelotas começa a tomar forma

Festa da literatura ocupará a praça Coronel Pedro Osório entre os dias 31 de outubro e 17 de novembro Por: Mônica Jorge monica@diariopop...

Festa da literatura ocupará a praça Coronel Pedro Osório entre os dias 31 de outubro e 17 de novembro

Por: Mônica Jorge
monica@diariopopular.com.br 



Realizada sempre na primavera, a feira costuma levar grande público aos corredores do espaço verde mais conhecido de Pelotas
Foto: Paulo Rossi - Infocenter DP



Poesia na praça Coronel Pedro Osório. Poesia na Bibliotheca Pública Pelotense. Poesia no Instituto João Simões Lopes Neto. Poesia nos casarões. Poesia no largo Edmar Fetter. Poesia, poesia, poesia. Este será o cenário do Centro Histórico dePelotas a partir do dia 31 de outubro até 17 de novembro, durante a 41ª edição da Feira do Livro. Depois de trabalhar com o livro de modo geral como tema ano passado, este ano a organização começa a explorar os gêneros literários e escolheu como ponto de partida a temática Poetize sua vida, em uma homenagem ao poeta pelotense Francisco Lobo da Costa - que este ano completaria 160 anos - e por considerar este gênero o primeiro atrativo ao mundo da literatura.

"O verso é uma das primeiras coisas que a criança recém-alfabetizada aprende a fazer, o verso e a rima normalmente são o primeiro gênero com que temos contato na infância. Quase todo pré-adolescente têm um verso ou parte de um poema escrito na parte interna da capa do caderno", diz o gerente de livro e literatura da Secretaria de Cultura (Secult), Lúcio Xavier. Para desenvolver o tema, durante os 19 dias de feira o município deverá receber autores brasileiros que são referência nacional e internacional, além de poetas regionais e locais em mesas-redondas, oficinas, palestras e saraus.

Como as negociações com alguns convidados ainda estão em tratativas, a organização prefere ainda não divulgá-los, mas adianta que virão nomes de peso. Lúcio explica que a proposta com a vinda de artistas de fora é promover um intercâmbio com os autores locais, através da inserção dos mesmos em mesas- redondas e oficinas ministradas por pessoas da região. Até a meninada das escolas locais deverá contribuir com suas criações que serão apresentadas através de varais literários no estande da prefeitura.

Novo layout gera controvérsias
O espaço do evento que tem o livro como personagem principal também estará diferente. Conforme a edição anterior, o livro segue como personagem principal, por isso o único palco disponível a artistas será para atrações acústicas e atividades que não disputem "ruído" com o som ambiente da feira - proporcionado pelos próprios visitantes. A tenda cultural João Simões Lopes Neto desta vez ficará ao lado da estátua do Coronel Pedro Osório e a mudança mais impactante é a saída das bancas de livros do redor do chafariz para a calçada da rua 15 de Novembro e parte da rua Lobo da Costa.

O novo layout criado pela Secult pretende que o coração da praça sirva de espaço de convivência para os visitantes, para trânsito de pedestres e para quem se interessar em sentar em um banco e desfrutar de uma boa leitura. A proposta pretende evitar o tumulto de pessoas na área, proporcionando um ambiente mais agradável para quem quer ver e comprar livros e contemplar a paisagem e o ambiente. A alteração, porém, gerou insatisfação por parte dos realizadores da feira, os livreiros, pois acham que terão um impacto negativo nas vendas.

A presidente da Câmara Pelotense de Letras - realizadora do evento -, Isabel Zschornack, afirma que o descontentamento se refere à forma como a mudança foi imposta pela Secult que até então atuava no evento apenas como apoiadora financeira. "Isso não foi dialogado, foi imposto, vínhamos adequando a feira ao longo dos anos, sabíamos que este ano teríamos de mudar algumas coisas como espaço para alimentação, por exemplo. Mas isso sempre foi feito em um conjunto de ideias entre todos, este ano foi feito somente pela Secult", desabafa.

Já a secretária de cultura, Beatriz Araújo, diz que reuniões periódicas têm sido feitas com todos os envolvidos na organização. A transferência de local das bancas foi imposta porque "o crescimento dos livreiros no miolo da praça fez com que fosse ocupado o espaço dos transeuntes que para passar pelo local têm que pegar rotas alternativas em espaços inapropriados, em meio a canteiros". Bia explica que com a verba recebida pelo PAC Cidades Históricas para o paisagismo da Praça - que deverá entrar em obras em breve - no ano que vem esta mudança teria obrigatoriamente que ocorrer em decorrência da preservação do patrimônio público e visando ao bem-estar do cidadão pelotense.

"Aumentamos o investimento na Feira do Livro em quase três vezes para que fosse possível aumentar a programação cultural, nossa preocupação é com o cidadão", diz a titular da pasta. Xavier relembra que em edições anteriores, nos horários de pico, a aglomeração no local atrapalhava a tranquilidade até mesmo de quem gostaria de procurar uma obra de seu interesse. "Queremos dar mais mobilidade a esta área e conforto ao público", explica.

Os 22 livreiros se questionam se houve um planejamento para colocá-los em outra área e, segundo Isabel, sentem que não foram respeitados e valorizados da forma devida durante as escolhas. "Nenhum livreiro acredita que irá se beneficiar com esta mudança", diz. Porém, concorda que somente após a edição poderá se fazer um balanço quanto ao impacto da medida que poderá até mesmo surpreendê-los positivamente. A categoria irá se reunir nos próximos dias para discutir as mudanças e tentar uma negociação com o Poder Público.

No novo formato as bancas de livreiros ficarão de costas para a Bibliotheca, mas haverá um corredor de quatro metros para conectar a feira com a BPP que será uma extensão do evento. "A Bibliotheca nestes anos todos foi se transformando de acordo com o momento. Ela já foi salão de baile, já abrigou salas de aula, serviu de espaço para dança, feira, ou seja, sempre foi um centro cultural e por isso tem que ter todo o nosso respeito", afirma a secretária.

O novo layout da feira segue com bancas em uma das alamedas e deverá ter no máximo dois estandes para alimentação, um deles é o tradicional café. Além da tenda cultural João Simões Lopes Neto, haverá o estande da prefeitura que também receberá atividades.

Secult e UFPel mais próximos do evento
Além de ficar rodeada por poesia, a Feira do Livro terá outros diferenciais este ano. Uma integração da Secult e da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), parceiros da Câmara Pelotense do Livro, foi firmada para que ambos tenham atuação mais intensa no evento que deverá ampliar o espaço cultural e se tornar mais atrativo ao público acadêmico. Um dos benefícios do público com esta parceria é a aproximação dos casarões 2, 6, 8 e Grande Hotel que estarão abertos das 14h às 19h com atividades do evento, de segunda a sexta-feira. Nos finais de semana os patrimônios históricos seguem com as portas abertas e, conforme ocorreu no Dia do Patrimônio, terão visitas guiadas por estudantes da universidade.

O gerente da editora e gráfica da UFPel, Gustavo Andrade, explica que a instituição sempre atuou superficialmente na feira, apenas com a instalação de seu estande. Desta vez, porém, trabalhos feitos por acadêmicos, professores e técnicos-administrativos irão imergir na programação, trazendo ainda mais qualidade para o espaço. O edital para as inscrições do público acadêmico que quiser propor algum projeto a ser apresentado deverá ser aberto no final do mês, devido ao período de recesso da universidade. A colaboração institucional não será remunerada.

Você também pode participar
O site da prefeitura de Pelotas está com uma chamada pública aberta desde segunda-feira para que a comunidade em geral que tenha alguma atividade ou oficina voltada à literatura e, principalmente, poesia, possa inscrever um projeto de oficina, sarau ou qualquer outra proposta ligada ao tema. A única exigência é que a mesma seja voltada à valorização do livro e da literatura. O formulário disponível on-line também pode ser encontrado na sede da Secult. No documento o autor precisa descrever a sua proposta, qual o material necessário para realizá-la e sugerir o local que acha mais apropriado para a execução. O ofício também deve conter o valor estimado para o trabalho entre dois níveis orçamentários disponíveis: R$ 500,00 ou R$ 1.000,00.

Os trabalhos passarão pela avaliação de uma comissão julgadora que irá distribuir as ações entre os espaços: tenda da prefeitura, palco da tenda cultural, largo Edmar Fetter, Casarão 6, Bibliotheca Pública Pelotense e Instituto João Simões Lopes Neto. As inscrições vão até o dia 20. Mais informações podem ser obtidas através do e-mail ecultpel@gmail.com ou no site feiradolivrodepelotas2013.blogspot.com.br.

Beatriz explica que ao invés de investir pesado em música, conforme fez no passado, desta vez o Poder Público irá voltar a verba disponível para atividades voltadas à literatura. "Temos outros eventos em que aplicamos recursos para a música, o centro desta feira é a literatura", explica. As atrações musicais da edição estão à cargo da Câmara Pelotense do Livro.

Autores independentes
A 41ª Feira do Livro de Pelotas também abrirá espaço para autores independentes (sem vínculo com alguma editora) que queiram um espaço para fazer sua sessão de autógrafos. Interessados devem entrar em contato com a Câmara Pelotense do Livro, através do telefone 3222-3639.


Fonte: Diario Popular
Colaboração: Alan Otto Redü

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