Grid

GRID_STYLE
FALSE
TRUE

Classic Header

{fbt_classic_header}

Top Ad

Últimos chasques

latest

Nacos da História Gaúcha - Um ataque de surpresa a Pelotas

Em 29 de outubro de 23, no contexto da Revolução de 1923 que durou 300 dias e contra o Presidente do Estado, Dr. Borges de Medeiros, o G...


Em 29 de outubro de 23, no contexto da Revolução de 1923 que durou 300 dias e contra o Presidente do Estado, Dr. Borges de Medeiros, o General José Antônio Mattos Netto (Zeca Netto), atacou Pelotas de surpresa ao alvorecer e a manteve sob seu controle por cerca de 6 horas. Zeca Netto reeditou em Pelotas ações de seu tio e ídolo militar, General Antônio de Souza Netto que na Revolução Farroupilha havia conquistado Pelotas, com a sua Divisão Liberal.

Antes de atacar segundo Zeca Netto, o mesmo relatou em suas Memórias que optou por Pelotas ao invés de Bagé, e sua decisão se baseou nas seguintes considerações estratégicas:
"Bagé é uma praça de guerra e ponto de defesa de nossas fronteiras desde os tempos do Brasil Colônia e Pelotas é uma cidade central e comercial que se encontra no momento sem defesa, pois quem a defende com suas metralhadoras é o Ten Cel Emílio Massot que por ordem superior seguiu para a região serrana para completar o cerco da força do General Honório Lemes."
 

 


Surge a oportunidade ideal para o ataque a Pelotas, a 3a Brigada Provisória do Sul, ao comando do Cel da Brigada Militar Juvêncio Lemos, responsável pela defesa da região sudeste, encontrava-se em Piratini, não havendo tempo hábil para socorrer cidade e o Ministro da Guerra General Setembrino de Carvalho que encontrava-se no interior do Estado.

A Guarnição Federal era constituída pelo 9o Batalhão de Caçadores do Exército que aquartelava no edifício hoje ocupado pelo Batalhão da Brigada Militar e tinha ordem de ficar neutro na contenda, na proteção do patrimônio federal e bancos. Seu comandante era o Ten Cel Arthur Cantalice.

Segundo o Coronel Aldo Ribeiro a força encarregada da defesa de Pelotas era composta de 121 homens, contra as tropas do General Zeca Netto com o efetivo de 250 atacantes bem armados e com 50.000 tiros, após ter recebido reforço no município de Canguçu, de um piquete de 30 homens com 30 fuzis Mauser e 30.000 tiros.

As Forças encarregadas da defesa de Pelotas foram assim distribuídas segundo o Cel Pedro Osório: Ala do 1o Corpo Provisório na Sociedade Agrícola 80 homens; 1o Posto Policial, atrás da Intendência 13 homens; 2o Posto Policial 06 homens; 3o Posto Policial 07 homens; Corpo de Bombeiros 13 homens.

O General Zeca Netto expôs sua idéia de manobra, ataque simultâneo com quatro objetivos, impedindo ligação e apoio recíprocos dos mesmos. O ataque Principal ao comando do Tenente Coronel Felipe Conca sobre o Pavilhão da Sociedade Agrícola e prédio da Escola de Artes e Ofícios; o outro ao comando do Major Adolfo Brockman sobre o Posto Policial; o Coronel Crespo com seu destacamento pelo centro ataca a Intendência e o 1º Posto Policial e o Coronel Leônidas Damasceno com sua força seriam lançados sobre o quartel do Corpo de Bombeiros.

As 2 horas da madrugada todo o dispositivo do ataque estava pronto e de a cavalo, iniciou a operação com retardamento decorrente de dois incidentes superados, mas considerados providenciais para o ataque não ser percebido por ronda governista.

Às 10 horas da manhã o General Zeca Netto com apoio do contingente que conseguiu reunir avançou a trote largo na direção da Praça da República para tomar a Intendência, rumou para lá sendo aclamado por onde passava em delírio na Praça da República (atual Pedro Osório) onde foram recebidos com discursos.
 
 
 
Ao chegar à intendência, o General Zeca boleou a perna de seu zaino escuro e subiu as escadas da Intendência tendo sido o seu ponche cortado em franjas por senhoras e moças, como lembrança.

Na Intendência o General Zeca Netto hasteou a Bandeira Nacional, em seguida no Salão Nobre foi lavrado a Ata de tomada de Pelotas e na seqüência manda passar um telegrama ao Presidente da Republica Dr Arthur Bernardes de que uma coluna revolucionária havia se apoderado da 2a cidade do Estado. Isto visava tentar que o Rio Grande do Sul fosse alvo de uma intervenção federal.

O ataque militar a Pelotas completou seu objetivo político, chamar a atenção de forma espetacular sobre o regime político gaúcho inspirado no Positivismo e sem alternância no poder, mas o Dr Borges de Medeiros continuaria no poder até 1927, sendo substituído por Getúlio Vargas.

Os resultados do combate na coluna de Zeca Netto, segundo Dario Crespo, foram de 04 mortos e 17 feridos nesta operação; por outro lado arrecadou 160 cavalos e 102 arreios e dos postos policiais 82 fuzis Mauser, que haviam sido cedidos pelo 1o Corpo Provisório; 300 fuzis Mannlichers sem munição e em mau estado; 30 fuzis Comblain inservíveis e, 6.000 tiros de vários calibres.

Às 16 horas, a força atacante foi reunida e em seguida foi até o Comandante da Guarnição Federal, o Tenente Coronel Arthur Cantalice, comandante do 9º Batalhão de Caçadores, neutro na disputa, para entregar-lhe Pelotas a sua guarda e proteção.

Em 30 de outubro, às 10 horas, a Coluna levantou acampamento rumo à localidade de Camaquã, onde residia o General Zeca Netto, o qual se encontrava mais forte do que no inicio da Revolução e foi dissolvida em decorrência da Paz de Pedras Altas.

Colaboração programa Estampa do Meu Pago
Fonte: Rádio Fronteira Gaúcha
 

Nenhum comentário