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Festival da Barranca reuniu cerca de 300 pessoas à beira do rio Uruguai

Festival reuniu nomes célebres do nativismo, como Nico Fagundes (à direita) Foto: Emílio Pedroso / Agencia RBS Roger Lerina/São Borj...

Festival reuniu nomes célebres do nativismo, como Nico Fagundes (à direita)
Foto: Emílio Pedroso / Agencia RBS


Roger Lerina/São Borja - roger.lerina@zerohora.com.br

Para um grupo abençoado de convidados, a Semana Santa é sagrada também por outra razão: é durante esses quatro dias que se realiza o Festival da Barranca, em um acampamento à beira do rio Uruguai, a 13 quilômetros de São Borja. Faltar a esse comício de espíritos é pecado de lesa-gauchismo.

A 42ª edição do festival regionalista há mais tempo em atividade sem interrupção reuniu cerca de 300 pessoas, celebrando a temática da descendência em canto e verso.

Veja galeria de fotos do 42º Festival da Barranca

Entre os dias 28 e 31 de março, o encontro de músicos e apreciadores da música, da cultura e da vida campeiras evocou a alma que há cinco décadas animou um punhado de amigos à beira do rio a passar alguns dias à base de pesca e alguma música. Como se cantava mais do que se pescava, em 1972 a pescaria acabou se transformando em festival graças à iniciativa de figuras como Apparicio Silva Rillo, José Lewis Bicca, Carlos Castilhos e Antonio Augusto Fagundes – presente na edição deste ano, Nico Fagundes venceu a primeira Barranca com a música Eu e o Rio.

O Festival da Barranca tem suas peculiaridades: mulher não pisa no acampamento, entra apenas quem é convidado por algum anguera, e dinheiro só vale se for manduca – homenagem ao pioneiro Tio Manduca, a moeda é estável, e o câmbio tem paridade com o real. Outro diferencial é que os concorrentes têm menos de 24 horas para compor suas canções – o tema é anunciado no começo da noite da Sexta-Feira Santa e, no sábado, os músicos têm que defender as obras.

Neste ano, o mote proposto foi "descendência" – 30 canções foram inscritas, sendo 27 apresentadas no palco montado sob um galpão. A vencedora foi Semente, interpretada pelo cantor, compositor e violonista Mário Barbará, veterano de 27 edições de Barranca, e pelo violonista Apparicio Silva Rillo Neto (confira a lista de vencedores ao lado). Como nas tertúlias que se realizam espontaneamente nos quatro dias entre as barracas e no palco, a gincana para compor um tema em apenas um dia promove parcerias que ultrapassam diferenças de idade, de estilo e de origem. Calejados barranqueiros como o cantor, compositor e gaiteiro Luiz Carlos Borges – detentor do recorde de 37 horas tocando sem parar em uma edição passada do festival – e o fenômeno do violão Yamandu Costa tocaram na cidade de lona ao lado de novatos como o músico argentino Pablo Grinjot.

– Isto aqui é uma coisa inacreditável – disse o portenho, entusiasmado com o Woodstock gaudério.

Já definida pelo compositor e poeta Sergio "Jacaré" Metz como "um comício de espíritos", a Barranca segue fiel à ideia congregadora de seus fundadores.

– Foi uma das melhores edições dos últimos anos, em que as pessoas puderam estar mais próximas do abraço. Foi uma Barranca mais humana – resumiu o anguera Marco Antônio Loguércio.

Os vencedores

> Troféu Apparicio Silva Rillo (primeiro lugar) e Troféu Sergio "Jacaré" Metz (melhor letra): Semente, de José Fernando Gonzalez e Mário Barbará
> Segundo lugar: Outros no Mesmo Lugar, de Rafael Ovídio, Zelito Ramos e Pirisca Grecco
> Terceiro lugar: Los Mesmos, de Carlos Cachoeira e Chicão Dornelles
> Troféu Quá Quá (música humorística): De Sepé Até a Barranca, de Elton Saldanha, Tadeu Martins e José Atanásio Borges Pinto


Colaboração: Alan Otto Redü
Fonte: Jornal Zero Hora

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