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Artigo: É ou não é Adão Latorre?

Eu gosto uma coisa por demais de uma prosa cultural que envolva a história de minha terra. Campereando no facebook, me chamou a atenção est...

Eu gosto uma coisa por demais de uma prosa cultural que envolva a história de minha terra. Campereando no facebook, me chamou a atenção esta foto raríssima postada por meu amigo Jorge Telles de Oliveira com uma legenda bem elucidativa, onde aparece o degolador maragato Adão latorre (bombachas brancas).
 
Em seguidita, Cássio Gomes Lopes contrapôs as informações anteriores alegando que, nesta época (1923) Adão Latorre já estaria morto e postando uma chapa de Adão latorre na revolução federalista de 1893.
 
Mas vejam o que escreveram estes parceiros e tirem suas conclusões:
 
Jorge Telles de Oliveira
8 de dezembro de 2012
 
Foto tirada momentos antes do combate de Santa Maria Chico em Dom Pedrito em 1923. O primeiro a esquerda é o Dr. José Narciso Antunes e o velho ao centro de bombachas brancas é o célebre degolador de 93 coronel Adão La Torre, momentos antes de morrer. ( cortesia da professora Ana Regina Fernandes Antunes de Rosário do Sul, nora de José Antunes).

Adão Latorre, ao centro, com seus ajudantes de ordens

Cássio Gomes Lopes Prezado Jorge! Adão Latorre morreu fuzilado no dia 15 de maio de 1823, no combate do Santa Maria Chica (Passo da Ferraria) município de Dom Pedrito, após sofrer emboscada dos capangas do Major Antero Pedroso. (Irmão do Coronel Manoel Pedroso). A presente foto (acima) apresenta traços bem diferentes da fisionomia de Adão Latorre. Confira a matéria: http://nphcandiota.blogspot.com.br/2011/11/adao-latorre.html
 
Jorge Telles de Oliveira Amigo Cássio, essa confusão já foi desfeita a tempos atrás. Essas fotos que o Pedro Obino de Bagé tirou do coronel Adão La Torre foram na revolução de 93/94, inclusive não passam de duas ou três quando o Cel. Adão tinha menos de 60 anos e já com a fama da barbarie da mangueira do Rio Negro, coisa que tem muito de inverdade e muita lenda. Essa foto, o original está em minhas mãos por empréstimo e pertence a nora do Dr. José Narciso Antunes médico da Coluna do Gal. Estácio Azambuja (professora Ana Regina Fernandes Antunes) que mora em Rosário do Sul. No verso da foto está a relação dos presentes que no momento da chegada do Bernardine (fotógrafo de Dom Pedrito) cercaram o Cel. Adão que ficou no meio pela grande fama que gosava. Em Bagé conheci a senhora Adélia Trassante, (já falecida) anciã que morava na Sociedade Vila Vicentina e que na sua infância conheceu o Cel. Adão porque ele passava seguidamente por sua casa na Palma quando o mesmo era capataz da estancia da familia Collares. Quando mostrei essa foto para ela, perguntando se ela conhecia algum deles, ela grelou os olhos e disse "o coronel Adão!!!!!!"- quem? disse eu, a senhora tem certeza- "Sim, nós tinhamos medo dele, eu tava com oito anos e as pessoas nos assustavam quando ele vinha vindo mas, na verdade ele era um velho bonzinho". Como vês entre as fotos existe uma diferença de mais de 30 anos.
 
Os sites que falam a respeito não são muito claros mas indicam que Adão Latorre morreu na Revolução de 1923:
 
...foi designado a integrar um pelotão para fazerem o translado do corpo de Adão Latorre do Passo da Maria Chica (Ferraria, Dom Pedrito) para Bagé, onde foi sepultado no cemitério de Santa Tecla onde se encontra até hoje, juntamente com seu irmão, o major João Latorre. Segundo informações, Adão Latorre foi fuzilado pelos capangas do major Antero Pedroso irmão de Manoel Pedroso em uma emboscada.
 
 ...e nesse panteão, desponta Adão Latorre, que morreu em combate, em Dom Pedrito, com pouco mais de 80 anos, na revolução de 1923. A tapera de sua casa se decompõe e desaparece, aos poucos, silenciosa, à beira da estrada que conduz ao Passo do Tigre. Poucos vão visitar. 
 
...Tenente Coronel Adão Latorre, foi um revolucionário maragato que lutou na Revolução Federalista. Morreu aos 83 anos em Dom Pedrito durante outra revolução : a Revolução de 1923, pelas rajadas das primeiras metralhadoras utilizadas em guerra no Rio Grande do Sul.

A prática da degola na Revolução Federalista

Este conflito propiciou pelo menos 10.000 mortos e incontáveis feridos.
 
A prática da degola dos prisioneiros não foi rara em ambos os lados contendores, adquirindo o caráter revanchista. Por muito tempo foi atribuído ao Coronel maragato Adão Latorre a degola de 300 Pica-paus prisioneiros, às margens do Rio Negro, contidos em um cercado (mangueira de pedra) para gado, que ficou conhecido como Potreiro das Almas nas cercanias de Bagé, hoje em território do município de Hulha Negra, em 23 de Novembro de 1893, após a Batalha do Rio Negro.O fato, porém, é desmentido por vários documentos históricos, como o Diário do General Maragato João Nunes da Silva Tavares, que refere o número de 300 como sendo as baixas totais do inimigo, entre mortos em combate e feridos. O General afirma que o número de degolados foi de 23 "patriotas", membros das forças provisórias castilhistas, todos assassinos conhecidos em todo o Estado, pelas tropelias cometidos contra os Federalistas, particularmente no saque a Bagé no final de 1892 pelas forças dos Coronéis castilhistas Pedroso e Motta. Em 5 de Abril no Combate do Boi Preto há a degola de 250 maragatos em represália à degola do Rio Negro. O pica-pau Cherengue ou Xerengue rivalizava com Latorre em número de degolas praticadas.
 
Muitas vezes a degola era praticada em meio a zombarias e humilhações. Embora não com frequência, poderia ser antecedida por castração. Conta-se, por exemplo, que apostas eram feitas em corrida de degolados. Na degola convencional a vítima, ajoelhada, tinha as pernas e mãos amarradas, a cabeça estendida para trás e a faca era passada de orelha a orelha. Como se degolasse uma ovelha, rotina nas lides do campo. Os ressentimentos acumulados, as desavenças pessoais, somados ao caráter rude do homem da campanha acostumado a sacrificar o gado, tentam explicar estes atos de selvageria.
 

Do ponto de vista militar e logístico a degola decorria da incapacidade das forças em combate de fazer prisioneiros, mantê-los encarcerados e alimentá-los, pois, ambas lutavam em situação de grande penúria. Procurava-se, pelo mesmo motivo, poupar munição empregando um meio rápido de execução.


Fonte: Blog do Léo Ribeiro

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