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Entrevista com Ronaldo Estevo

O porto alegrense Ronaldo Diehl Estevo tem 34 anos e vive desde os 9 anos na fronteira, mais especificamente em Uruguaiana. Lá, dedica seus ...

O porto alegrense Ronaldo Diehl Estevo tem 34 anos e vive desde os 9 anos na fronteira, mais especificamente em Uruguaiana. Lá, dedica seus dias a desenvolver técnicas e preparar grupos de danças pelo Rio Grande do Sul, além de dar assessoramento em estados da federação como  Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Brasília. Ronaldo fez parte da equipe técnica do ENART de avaliação e de cursos.
 
Vamos conhecer um pouco mais sobre Ronaldo Estevo, proseando nesta charla.
 
Portal – Quando começastes no tradicionalismo e quando começastes esta belíssima carreira de instrutor de danças?
Ronaldo - Iniciei no tradicionalismo no ano de 1987, em um Grupo de Danças Gaúchas da Escola Laura Vicuña. Tive a oportunidade de participar do meu 1º Fegart em 1993, integrando o grupo de danças do CTG Sinuelo do Pago, de Uruguaiana. Pela dedicação e por gostar muito de dança, no ano de 1996 fui convidado a instruir meu primeiro grupo de danças. Em 2002, iniciei minha caminhada profissional nas danças tradicionais.    
 
Portal – Que grupos trabalhas hoje?
Ronaldo - CTG Triplice Aliança - Uruguaiana
CTG Tiarayú – Porto Alegre
CPF Piá do Sul – Santa Maria
CTG Heróis Farroupilhas – Caxias do Sul
União Gaúcha Simões Lopes Neto - Pelotas
CTG Gildo de Freitas – Porto Alegre
DT Continente de São Pedro – Cruz Alta
CTG Tropilha Crioula – São Borja
GAN Ivi Maré – São Leopoldo
 
Portal – Dos grupos trabalhados, destaque passagens interessantes que marcaram na sua vida.
Ronaldo - Vários momentos com todos os grupos são bem marcantes, mas destaco os inúmeros rodeios nacionais e internacionais que conquistei junto com os grupos mirins e juvenis do CTG Laçadores Esteio de Japeju e do CTG Patrulha do Oeste, de Uruguaiana, que mesmo com todas as dificuldades do Interior, conseguiram elevar o seu trabalho ao nível do estado.
 
Com o CTG Laçadores Esteio de Japeju consegui chegar pela primeira vez ao domingo da final do ENART e Uruguaiana indo com um instrutor da própria cidade.
 
Destaco também momentos importantes de aprendizado quando tive a oportunidade de trabalhar na cidade de São Borja, no CFTG Farroupilha, e na cidade de Alegrete, com CTG Vaqueanos da Fronteira. Com este conquistamos o 5º lugar no Juvenart de 2008, lembrança que aqueles jovens irão levar para sempre na sua memória, demonstração de superação e acreditar em si mesmo.
 
Uma passagem que levarei para sempre como exemplo de vida será o vice-campeonato com o CTG Tiarayú, em 2009. É indescritível a felicidade dos integrantes daquela família no momento da comemoração, pois o maior objetivo deles era provar para si mesmos que, com trabalho sério, comprometimento, persistência e respeito, se conquistam os objetivos.
 
No mesmo ano, ter contribuído para que o CTG Triplice Aliança, de Uruguaiana, para que após seis anos pudesse estar novamente no domingo do ENART.
 
Uma passagem interessante e importante, tanto profissional como pessoal, foi com os seis grupos que estive no domingo do ENART em 2010, sendo a primeira vez do CTG Heróis Farroupilhas e do DT Continente de São Pedro. E também, neste mesmo ano, ter contribuindo para que o CPF Piá do Sul pudesse voltar entre os cinco melhores grupos do estado.
 
Não posso deixar de agradecer e destacar momentos importantes que tenho vivenciado nos trabalhos com os grupos fora do Estado, oportunidades de fazer novas amizades, conhecimento e troca de idéias sobre as danças.

Portal – Na função de instrutor, na tua opinião, não seria interessante ser trabalhadas outras questões que não só a dança?
Ronaldo - Sim, é muito interessante.
 
Portal – Por que não são trabalhadas?
Ronaldo - Conheço vários instrutores que conseguem desenvolver outras questões que não só a dança, através da sua experiência de vida pessoal e tradicionalista e, até mesmo, pelo objetivo de manter as pessoas que estão sob sua responsabilidade nas entidades no caminho dos princípios do nosso Movimento. Mas, às vezes, se torna difícil realizar um trabalho paralelo. Neste mundo competitivo, tudo acontece muito rápido e a maioria das entidades que são organizadas trabalha como grandes empresas, ou seja, têm pessoas definidas para cada função. Os profissionais da dança são levados a entidade em um tempo limite, para ministrar aula de dança. Sendo assim, muitas vezes o trabalho fica destinado somente à dança.
 
O que nós instrutores, líderes, formadores de opiniões e, até mesmo, orientadores na formação da nossa juventude podemos fazer é conduzir as pessoas que estão sob nossa responsabilidade no trabalho de dança para o caminho de fazer a coisa certa e verdadeira, pois como diz o velho ditado: a palavra convence e o exemplo arrasta.
 
Portal – Por que, na tua opinião, é tão difícil se chegar a um consenso quando se trata de danças tradicionais?
Ronaldo - Vejo que é uma questão de estudo e disciplina consciente. Estudo, pois temos um livro lançado pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho do Rio Grande do Sul, onde as descrições coreográficas e, até mesmo, conceitos de interpretação que as danças possuem são de fácil entendimento.
 
Disciplina consciente de sabermos o que estamos fazendo e se o que estamos fazendo está no caminho certo, sendo que o MTG proporciona cursos de correção coreográfica, painéis de interpretação e harmonia, procurando esclarecer conceitos e critérios de avaliação, o que não podemos fazer é ficar limitados aos nossos ensaios.
 
Portal – Achastes importante a força “B” no ENART e nos rodeios? E a transmissão via internet?
Ronaldo -  Acredito que é importante a força B pela questão de revigorar o festival, pois estava reduzindo cada vez mais o número de participantes. Hoje em dia é um festival com condições iguais para todos, proporcionando ainda a descoberta de novos talentos e artistas, que muitas vezes por vários fatores não apareciam em nosso meio.
 
A transmissão é uma idéia muito interessante e importante. Acredito que nossa tradição merece uma condição de divulgação elaborada e abrangente e, com certeza, esse passo via internet é o passaporte para que futuramente a nossa tradição tenha o destaque que merece na mídia e mais pessoas conheçam nossa cultura.
 
Portal – O que tu sugere como motivador para os grupos que estão se preparando pra concorrer em rodeios ou mesmo no ENART?
Ronaldo - Como praticamente tudo na vida, a dança é um mundo que vive de resultados, mesmo cultivando a tradição é um concurso. O que sempre digo para os dançarinos é que devemos fazer por amor à dança e por gostar da tradição, procurar fazer o melhor, superar as dificuldades e acreditar no seu próprio potencial, por que o resultado vem naturalmente com trabalho bem realizado.
 
Portal – Depois da reunião do dia 19 de fevereiro, no 35 CTG, que lições ficam, o que reivindicastes e qual a tua perspectiva para 2011?
Ronaldo - O MTG numa ideia inteligente disponibilizou um fórum competente na reunião do 35 CTG, para escutar criticas opiniões e sugestões, e acredito que a partir desta reunião traçar um planejamento e uma estratégia para trabalhar. O que ficou claro é que a nova diretoria quer evoluir, mas com simplificação dos processos. Na verdade, o meio tradicionalista é fácil, basta querer fazer.
 
Sobre reivindicação, já estive no outro lado do sistema avaliando e será impossível contentar todo mundo. Falar e reclamar é fácil, difícil é fazer. O que importa é fazer a coisa certa, honesta e transparente, pois as pessoas poderão errar na técnica, na capacitação e no conhecimento, mas não na intenção, ou seja, para tentar prejudicar alguém.
 
Claro que deve haver uma preparação técnica e psicológica dos avaliadores, pois o mundo da dança evolui muito e não é fácil avaliar o trabalho dos grupos.
 
Minhas perspectivas para 2011, independentemente das pessoas que estiverem no comando em qualquer função dentro do MTG, é que se desenvolva um trabalho em nível de todo festival, procurando resolver os problemas, as diferenças nos sistemas e processos de todos os concursos, e que prossiga o que vem sendo realizado há alguns anos: trabalho transparente e com esclarecimento para todos, sem favorecimento e favorecidos - e quando for competição que vença o que for melhor!
 
Gostaria de aproveitar a oportunidade de agradecer a todos que acreditaram e acreditam no meu trabalho, em especial à minha esposa Carol e minha filha Isabeli, que mesmo na distância das estradas me dão força para seguir firme na caminhada.
 
Rogério Bastos para Portal MTG/Oi.
Fotos: Arquivo pessoal.

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