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Noventa e Sete Anos Sem João Simões Lopes Neto...

...Uma Sombra Ainda Vaga   No dia 14 de Junho do Ano de 1916, fechavam-se os olhos físicos de um dos maiores a escritores do Rio Grand...

...Uma Sombra Ainda Vaga

 

No dia 14 de Junho do Ano de 1916, fechavam-se os olhos físicos de um dos maiores a escritores do Rio Grande do Sul, O Gigante das letras João Simões Lopes Neto, Pelotense de Nascimento, sem duvida marcou profundamente nossa literatura, pelo jeito peculiar, que empunhava sua Pena, pelos dialetos empregados, pela linguagem e principalmente pela clareza nos raciocínios e a genialidade descritiva que ele usava, quando contando “Causos” ou relatando as cenas de um “viver” muito Simples, mas característico, aqui no sul deste País Continente chamado Brasil. Simões “Era servido por uma cultura invejável, o nosso saudoso redator perscrutava todos os assuntos que se prendiam a grandeza da terra, que lhe foi berço e que ele tanto amava.” Aponta seu Principal Biógrafo, Carlos Reverbel, o qual as letras do Rio Grande do Sul, ainda não deram à devida importância para este que, sem duvida muito contribui para a formatação da nossa cultura, mas ainda muitos o desconhecem, merecendo assim, um lugar mais relevante na nossa história e Literatura. Reverbel teve um trabalho de construir, uma síntese histórica, de João Simões Lopes Neto, que o colocou no rol, dos grandes intelectuais do Século XX, do nosso Estado. Simões era uma alma simples, mas ao mesmo tempo, era tão “recheado” de informações, fato este, que em todos os setores, por onde ele passou, deixou saudades, naqueles que acompanharam em seus vários ofícios. “Blau Nunes” Um dos seus principais personagens deve esta hora estar mateando em derredor de um fogo de chão, nalgum galpão da estância maior, e sorvendo a alegria de aqui por estes lados do sul, estar neste ano, lançando duas obras inéditas, do “João do Sul” ou de “Serafim Bemol” ou bem mais ao certo que vieram das mãos luminosas de João Simões Lopes Neto as obras “Artinha de Leitura” e “Terra Gaúcha”. Quando da sua morte, chegaram a escrever, que Simões era estudante de Engenharia, ou Direito, mas não procediam estas informações, o que de fato ela foi, foi sim, um grande batalhador na vida, e se mesmo nesta vida, teve só, insucessos financeiros ou profissionais, era preciso que ele sentisse nas fibras da alma, a dor dos tormentos, para que eclodisse em sua obra, uma genialidade sem precedentes.  Simões não era ruralista, não dispunha de sequer um palmo de terra, nem de gados de cria, ou de invernar, embora fosse dono de uma marca, devidamente registrada na Prefeitura municipal de Pelotas, Lá estava ele entre os fundadores da Sociedade Agrícola Pastoril, no ano de 1898, ele não possuía toda a alvenaria campeira, feita de matéria bovina, equina, ovina e outros animais, ele tinha um pedaço de ferro que assinalava uma determinada marca, que representava num passado não muito longínquo uma época de fartura, mas que nas “mãos” de João Simões Lopes Neto, já não tinha muita utilidade, nas palavras de outro eminente escritor Gaúcho, Cyro Martins, Simões era “Um Gaúcho a pé” visto que ele era um “Grande Latifundiário de Sonhos, de posses abstratas, que não cabia dentre os limites dos alambrados de seu mundo cotidiano. Serafim Bemol, ou o Autor das “Trezentas Onças” possuía extensos saladeiros feitos de papel, e lá sim ele entropilhava milhares de cabeças de Gado feito de letra, seja em matérias jornalísticas, ou em peças de teatro, onde a tropa de imagens, e a escrita era qual uma vertente de um caudal forte, que mesmo em face do verão mais assoleado, nunca cessava de jorrar sua água mais límpida... Como muito bem escreveu Guilhermino César no Jornal Correio do Povo, em 16 de junho de 1974, “Pois este Gaúcho das margens do São Gonçalo só teve lucro ao investir numa empresa abstrata  não passível de ter registro nas juntas de comércio, fora e acima das leis civis, Simões Lopes Possuía um Vasto Império...” Quando João Simões Lopes Neto faleceu ele era um homem derrotado nas palavras, e nas palavras de seu Biógrafo Carlos Reverbel, em sua principal obra, “Um Capitão da Guarda Nacional.” “Ele não era levado muito a sério pelos seus íntimos”, mas a história lhe transformou em um escritor Vitorioso, e hoje olhando estes casarões antigos, que talvez o velho Blau Nunes, também os divisou... Percebo uma sombra vaga, ainda sobre sua obra, sobre o conhecimento da mesma, do publico em geral, e avisto uma sombra que ainda vaga, por estas ruas centenárias noventa e sente anos depois...


Texto e colaboração: Alan Otto Redù

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