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Semana para apreciar e discutir o cinema gaúcho

De 26 a 31 de março, a Secretaria Estadual da Cultura, através do Instituto Estadual de Cinema (IECINE), promove a segunda edição da Semana...

De 26 a 31 de março, a Secretaria Estadual da Cultura, através do Instituto Estadual de Cinema (IECINE), promove a segunda edição da Semana do Cinema Gaucho. Neste período, uma série de atividades em Porto Alegre – e em alguns cineclubes do interior do Rio Grande do Sul, do país, e, talvez, do exterior – ajudará a divulgar a filmografia de um estado que, nas últimas duas décadas, firmou-se como o terceiro pólo de produção audiovisual do Brasil.

 Além da exibição de filmes – curtas, média, e longas – também ocorrerão palestras, debates, seminário. Trata-se de uma oportunidade, como salientou Luiz Alberto Cassol, diretor do IECINE, “para fazer uma reflexão sobre todo o processo que envolve a cadeia audiovisual do estado – produção, realização, distribuição – e também de atividades de apoio a sétima arte, como a crítica, a pesquisa e o ensino, e a formação de público”.

A programação de Porto Alegre acontecerá nesta terça (27/03). Ela terá início às 12h30min, quando serão exibidos na Sala Eduardo Hirtz (Casa de Cultura Mário Quintana- CCMQ), os curtas vencedores do 11º Prêmio IECINE: De lá para cá, de Frederico Pinto; Três vezes por semana, de Cris Reque; Corneteiro não se mata, de Diego Müller; e Kopeck, de Jaime Lerner.

Depois, das 14h às 17, na sala multiuso do Santander Cultural, os pesquisadores Alice Trusz, Helena Stigger e Glênio Povoas falarão sobre alguns pioneiros do cinema gaúcho, tais como o carioca Emílio Guimarães, e os italianos Eugênio Centenaro Kerrigam (1878-1956) e Leopoldis, nome artístico de Ítalo Majeroni (1888-1974).

Por fim, fechando a programação da capital, às 19h30min, na Travessa dos Cataventos (CCMQ), ocorre a exibição do curta A invasão do Alegrete, de Diogo Müller, e performances teatrais e circences, pois no dia 27 de março também se comemora O dia Nacional do Circo, e o Dia Internacional do Teatro. Está previsto grande festa.

Além de Porto Alegre e interior – Guaíba, Jaguarão, Rio Pardo, Santa Maria, Silveira Martins – serão realizadas exibições também em cineclubes dos estados de Santa Catarina e Espírito Santo e, talvez, da Cidade do México, e de Barcelona, Espanha, pois são espaços culturais que já possuem, em seu acervo, filmes gaúchos.

Mais de um século de cinema gaúcho

A primeira exibição de um filme – ou fotos animadas, como se dizia na época – no Rio Grande do Sul aconteceu em cinco de novembro de 1896, em Porto Alegre. Portanto, menos de um ano depois da histórica primeira sessão mundial, em Paris, no Grand Café, em 1895, feita pelos irmãos Lumière.

Entretanto, o dia 27 de março de 1909 foi escolhido como referencial histórico porque, nesta data, no Cine Recreio-Ideal, em Porto Alegre, foi exibida a película Ranchinho do sertão, do alemão Eduardo Hirtz (1878-1951), um curta metragem e primeiro filme de ficção realizado no estado.

 A partir daí, o cinema brasileiro produzido no Rio Grande do Sul caracterizou-se, ao longo de décadas, por realizações esporádicas. Mesmo assim algumas películas conseguiram destaque, como Vento Norte, de 1951, de Salomão Scliar. Victor Mateus Teixeira, o Teixeirinha, nos anos 1970, capitaneou – escrevendo, compondo, produzindo e atuando – 11 filmes. Alguns, como Motorista sem limites, tiveram grande êxito de bilheteria.

Nos anos 1980 surgiu em Porto Alegre uma geração de cineastas que fez do curta metragem o seu aprendizado e trampolim para na década seguinte lançar, com pleno reconhecimento da crítica, os seus primeiros longas. Casos, por exemplo, de Jorge Furtado, Carlos Gerbase e Beto Souza.
 
Souza – que agora finaliza Insônia, seu quinto longa-metragem – considera que, após mais de um século de realizações, o Rio Grande do Sul, através de suas instituições, precisa tratar a produção cinematográfica como uma ação de estado, e não de governo: “o audiovisual é a maneira mais dinâmica de difundir a nossa cultura pelo Brasil e pelo mundo. Para tanto, é necessário baixar os custos de produção que ficaram muito altos e traçar uma política que contemple todo o pólo cinematográfico, da produção a distribuição”, concluiu o diretor.


Por Francisco Ribeiro
Fonte: Jornal JA

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