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O Negro e a Revolução Farroupilha

O NEGRO E A REVOLUÇÃO FARROUPILHA Major Cláudio Moreira Bento - Especial para Letras em Marcha nº 39, jan 1975 Homenagem aos negros...



O NEGRO E A REVOLUÇÃO FARROUPILHA

Major Cláudio Moreira Bento
- Especial para Letras em Marcha nº 39, jan 1975
Homenagem aos negros e descendentes rio-grandenses que ajudaram a fazer a grandeza do Brasil Meridional na paz e na guerra, na oportunidade do Biênio da Imigração e Colonização do Rio Grande do Sul – 1973/74.

As mais legítimas e caras tradições políticas e sociais do Rio Grande do Sul possuem suas raízes nas instituições políticas e sociais da República Rio-Grandense ou, do Piratini.

Muitos deles estiveram presentes, de arma em punho, na arriscada, mas vitoriosa cartada lançada no combate da Ponte de Azenha.

Bento Gonçalves ao justificar a revolução escreveu em certa altura: “E vimos impunes a introdução de escravos, terrível açoite dessa maltada Província”.

A Revolução libertou escravos rio-grandenses para a servirem como soldados, artífices e colonos. Do Palácio do Governo, em Piratini, emanaram leis avançadíssimas para a época, de proteção ao rio-grandense negro, inspiradas no grande ideal de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, divisa inscrita no jornal lá editado – O POVO. E os rio-grandenses negros nunca trairiam esta confiança. Muito pelo contrário. Defenderam bravamente, com o sacrifício da própria vida, os símbolos e ideais farroupilhas, incorporados à Constituição do Rio Grande em 1891.

Ficaram célebres os 2 corpos de Lanceiros Negros farroupilhas que integraram o Exército da República do Piratini.

Lanceiros organizados e instruídos pelo coronel Pedro Soares obtiveram a retumbante vitória em Seival que possibilitou a proclamação da República RioGrandense pelo General Neto, por insistência dos Ilustres chefes Pedro Soares e Manoel Lucas de Oliveira.

Foram os lanceiros negros que escoltaram de retorno ao Rio Grande, da malograda República Juliana, Garibaldi, Rosseti e Anita, sob a liderança de Teixeira Nunes, a maior lança farrapa. Foi por causa da atuação desassombrada e heroica desses cidadãos riograndenses negros que Garibaldi escreveu:

“Eu vi batalhas mais disputadas, mas nunca e em nenhuma parte, homens ais valentes nem lanceiros mais brilhantes que os cavaleiros rio-grandenses, que cuja fileiras comecei a desprezar o perigo e a combater pela causa sagrada dos povos” – Liberdade, Igualdade e Fraternidade tão bem representados nas aventuras e convívio fraterno de dois gaúchos símbolos. O branco Martim Fierro e o valoroso negro Cruz.

Foram aqueles mesmos lanceiros negros que salvaram a Revolução Farroupilha e seus ideias do desastre total, pelo modo comovente, tenaz e desesperado, com que combatem na Surpresa de Porongos para salvarem Canabarro e grande parte do Exército Rio-Grandense. Ao final desse combate, o campo ficou juncado com 100 cadáveres de bravos farroupilhas , dentre eles, 80 eram de heroicos lanceiros negros de Teixeira Nunes.

Sobre esse episódio escreveu Canabarro Reichard: ―Após dissolver-se o Exército Rio-Grandense passou à retirada arrastando os que ainda queriam lutar. Apenas alguns grupos mantiveram-se resistindo enquanto o combate se travava a arma branca. Tombam feridos de morte os lanceiros negros de Teixeira Nunes, brigando um contra vinte, num esforço incomparável de heroísmo.

Por esta e por outras razões estes bravos conquistaram o respeito e a admiração da República e do Império que confirmaram suas liberdades, conseguidas a duras penas nos campos de batalha, pela cláusula IV da Paz de Poncho Verde, bem como a plenitude de cidadania brasileira.

―São livre e como tal reconhecidos todos os soldados negros que lutaram pela Revolução Farroupilha‖.Isto, 43 anos antes da Lei Áurea.

Mas a contribuição do negro e descendentes no Rio Grande do Sul é muito antiga. Remonta os períodos das bandeiras.

Desde aqueles tempos, quando três raças de três continentes forjavam em Guararapes e outros embates o Espírito do Exército a Nação Brasileira, que o negro no Rio Grande do Sul vem prestando um concurso valioso para o fortalecimento da grande democracia étnica e espiritualista brasileira, alicerces indispensáveis para a construção da grande democracia brasileira integral.


Para ver o artigo completo, clique aqui.
Fonte: Federação de Academias de História

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