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Recorrendo os aguapés

Enquanto a esposa do Seu Bonifácio (Dona Jussara) preparava o churrasco, metemos cantigas dos Irmãos Bertussi   Quarta-feira, desta sem...

Enquanto a esposa do Seu Bonifácio (Dona Jussara) preparava o churrasco, metemos cantigas dos Irmãos Bertussi

 
Quarta-feira, desta semana, meu amigo Daniel Barros e eu, batemos os costados na cidade de Camaquã, um lugar que há tempos eu tinha vontade de conhecer por sua importância histórica.
 
Matamos dois coelhos no mesmo tiro pois o Daniel, que passou sua infância por aquelas bandas, visitou seu pai, Bonifácio Barros e demos umas volteadas buenas pela cidade.
 
Seu Bonifácio é uma figura ímpar. Bem falante, aos oitenta anos possui uma memória que me deu inveja. Ele é um dos precursores dos programas gauchescos nas rádios do Rio Grande do Sul. Foi fundador de diversos Centros de Tradições, implantou as comemorações farroupilhas em Camaquã, conheceu meu pai Bernardino Souza na legendária Aratinga quando eu tinha 2 ou 3 anos (contou das brigas no bolicho do meu velho) e conviveu com praticamente todos os artistas gaúchos das antigas. Muitos não sabem mas foi ele quem lançou José Cláudio Machado para o grande público.
 
Após as cantorias comemos um churrasco flor de especial preparado por sua esposa, Dona Jussara. Isto mesmo. Lá é ela quem compra a carne, espeta, salga, assa e serve. E que churrasco....
 
Depois da bóia recorremos os aguapés. Como sempre faço minha primeira parada foi no cemitério municipal. É uma balda macabra que tenho. Lá, fiz umas orações no túmulo de General Zeca Netto, um dos líderes da Revolução de 1923 ao lado de Assis Brasil, Mena Barreto, Honório Lemes e outros maragatos que pelearam contra o governador Borges de Medeiros.
 
Túmulo do revolucionário maragato Zeca Netto
 
Também prestamos nossas reverências a Cayetana Joanna Francisca Garcia Gonçalves da Silva, ou simplesmente Dona Caetana, esposa de Bento Gonçalves, igualmente enterrada no mesmo campo santo. Hoje os restos mortais encontram-se num túmulo novo, marmorizado, ao lado de diversos parentes da esposa do comandante farrapo.
 
O Daniel Barros, parceiraço de primeira, queria tirar uma chapa junto comigo diante do sepulcro desta mulher de fibra. Aí esperamos por longos minutos pois não aparecia uma viva alma para bater o retrato. Para falar a verdade não sei de onde surgiu aquele vulto...
 
 
Sepultura de Dona Caetana, esposa de Bento Gonçalves.
 
Depois de trotear entre os túmulos, fomos para minha segunda mania em cidade nova. Os museus. Pois lá tem o Forte Zeca Netto, no mesmo local em que o caudilho morava. Está tudo muito bem conservado e organizado pela municipalidade. Lindas e valiosas peças retratando a vida deste e de muitos outros nomes que escreveram nossa história. Depois de diversas explicações que foram verdadeiras aulas proferidas por nosso cicerone, Paulo, fomos até a casa do Elmo Freitas, grande músico camaquense, mas o Carijó, ou não estava em casa ou estava num ronco velho bagual e não nos atendeu.
 
Mas eu vos convido. Quem desejar conhecer um cidade acolhedora e que foi um dos berços das três revoluções gaúchas - Farroupilha, Federalista e de 1923 - que visite a hospitaleira Camaquã.
 
Quanto a mim, tenho que voltar por aquelas bandas pois não deu tempo de visitar o cemitério onde está sepultado o corneteiro de Bento Gonçalves, á uns 17 quilômetros do centro...
 
Paulo, nosso cicerone no Museu Forte Zeca Netto  


Fonte: blog do Léo Ribeiro

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