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Romantismo e Regionalismo

  Fundado a 16.06.1868, Caldre e Fião e por Apolinário Porto Alegre a Sociedade Paternon Literário reuniu uma plêiade de intelectuais, p...

 
Fundado a 16.06.1868, Caldre e Fião e por Apolinário Porto Alegre a Sociedade Paternon Literário reuniu uma plêiade de intelectuais, publicando sua Revista, tendo aulas noturnas gratuitas para pobres e escravos, uma biblioteca e museu de curiosidades. Mantendo acesa a chama do romantismo e desenvolvendo o regionalismo, os sócios do Paternon organizaram palestras, conferências e representações teatrais para libertar escravos.

Apolinário Porto Alegre (1844-1904), dramaturgo, jornalista, contista, romancista, poeta e crítico literário, é autor de variada bibliografia: Bromélias (poesias), Paisagens (contos), Epidemia Política (comédia), Benedito (comédia), Os Filhos da desgraça (drama), Jovita (drama), Mulheres (comédia), O Vaqueano (romance), Flores da Morte (poesia). É de sua autoria O Popularium Rio-Grandense.

Bernardo Taveira Júnior (1836-1892) poeta e jornalista em Pelotas e Rio Grande, publicou Poesias Americanas, Poesias Alemães Provincianas e O enterro, com tema abolicionista.

Múcio Scévola Teixeira (1857-1928), outro sócio do Paternon, era que colaborou em jornais de Porto Alegre e Rio de Janeiro. Em poesia publicou Vozes Trêmulas, Violetas, Sombras e Clarões. Em prosa Revolução do Rio Grande do Sul, Poetas do Brasil, Os Gaúchos.

João Damasceno Vieira Fernandes (1850-1910) diplomou-se na Escola Normal, e contratado como funcionário público, dedicou-se à poesia, à crítica literária, à história e ao jornalismo. Publicou Ensaios Tímidos, História de um Amor, Auroras, Adelina, Noites de Verão, Através do Rio da Prata, Memórias históricas brasileiras.

Aquiles José Gomes Porto Alegre (1848-1926), irmão de Apolinário, deixou uma vasta produção literária, entre poesias, ensaios e contos, que permitem reconstruir a vida em Porto Alegre na mudança do século: A Escrava Fugitiva, Iluminuras, Fantasias, Flores do Gelo, Contos e Perfis, Val de Lírios, Homens Ilustres do Rio Grande do Sul, Vultos e Fatos do Rio Grande do Sul, Através do Passado, Flores entre Ruínas, Jardim da Saudade, Paisagens Mortas, Homens do Passado, Noites de Luar e História Popular de Porto Alegre.

Artur Carvalho de Candal (1857-1924), funcionário público e diretor de várias escolas em Porto Alegre, era também redator dos jornais A República (1894) e Atualidade (1911). Publicou suas obras poéticas na Revista da Sociedade do Paternon Literário e em jornais. É um dos fundadores do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul.

Carlos Von Koseritz (1834-1890), professor, jornalista, orador, cientista, historiador, teatrólogo e político, dirigiu os jornais O Brado, O Eco do Sul, Deustche Zeitung e a Gazeta de Porto Alegre, onde em 1883 publicou ensaio sobre o evolucionismo de Charles Darwin, pela primeira vez no Brasil. Escreveu Resumo de História Universal, os dramas Nini, Inês e Clara, e ainda, Resumo da Economia Nacional, Conselhos para as pessoas que querem Emigrar para o Brasil, Imagens do Brasil, Roma Perante o Século. Considerando o positivismo uma filosofia superada, sustentou polêmica com Júlio Prates de Castilhos, tornando-se assim uma das primeiras vítimas da intolerância republicana.

Pertenciam também à Sociedade do Paternon Literário: Afonso Luís Marques, Hilário Ribeiro, Francisco Antunes Ferreira da Luz, Aurélio Veríssimo de Bittencourt, Antônio Ferreira Neves, Vasco de Araújo e Silva, José Bernardino dos Santos, Juvêncio Augusto de Menezes Paredes, Francisco de Sá Brito, Eudoro Berlink, Felipe Néry, Paula Soares, Fernando Osório, Graciano Azambuja e Artur Rocha. A Sociedade do Paternon Literário funcionou até 1885.

Joaquim José de Mendanha (1800-1885), mineiro, musicou a letra de Serafim José de Alencastre, executando o Hino da República Rio-grandense em 05.05.1838. Francisco Pinto da Fontoura fez outra letra. Em 1842, Mendanha se estabeleceu em Porto Alegre, fundando em 02.12.1855 a Sociedade Musical de Porto Alegre, com orquestra e coral das damas da sociedade. Criou também a Irmandade de Santa Cecília.

Luciana Teixeira de Abreu (1845-1880), abandonada na Roda dos Expostos, formou-se na Escola Normal, ingressou no Paternon Literário, sendo a primeira mulher no Brasil a proferir conferências em público. Lutou pelos direitos da mulher, pelo abolicionismo e contestou pela imprensa o jovem Júlio de Castilhos.

Revocata dos Passos Figueiroa de Melo (1840-1898) publicou várias poesias em jornais da época. Sua irmã, Amália dos Passos Figueiroa (1845-1878) também era poetisa.

Revocata Heloísa de Mello (1860-1945) e Julieta de Mello Monteiro (1853-?) filhas de Revocata dos Passos, fundaram e dirigiram o jornal literário Carimbo que circulou em Rio Grande de 1865 a 1945.

Carolina Von Koseritz (1865-1922), contista de méritos, traduziu Hermann e Dorotéa de Goethe e outros clássicos da literatura alemã e inglesa. Participou ativamente da campanha abolicionista.

Rita Lobato Velho Lopes (1866-1954), de Rio Grande, foi a primeira mulher que se formou em medicina no Brasil, em 10.12.1887. Para ingressar no curso de medicina precisou do Decreto Imperial nº 7.247, de 19.14.1879, que “reconhecia a liberdade e o direito da mulher freqüentar os cursos das Faculdades o obter um título acadêmico”. Clinicou em Porto Alegre e depois em Rio Pardo, de 1910 a 1925, onde foi eleita vereadora pelo Partido Libertador, de 1935 a 1937.

Ana Aurora do Amaral Lisboa (1860-1951), professora e poetisa rio-pardense, publicou Minha Defesa, Preitos à Liberdade onde elogia Gumercindo Saraiva e critica Júlio de Castilhos e Floriano Peixoto. Obras educacionais: A Culpa dos pais e Teatro e Festinhas Escolares, para representações nas escolas.

José Joaquim de Campos Leão, o Qorpo Santo (1829-1883), foi professor, jornalista, poeta e dramaturgo. Criou uma nova grafia suprimindo as letras dobradas e o ph. Suas comédias e poesias encontram-se na extravagante "Ensiqlopedia", impressa por ele mesmo. Suas comédias insólitas transmitem de maneira incoerente, em linguagem coloquial, seus anseios e desespero por ter uma moral puritana. Qorpo Santo autobiografou-se em suas comédias: As Relações Naturais, Mateus e Mateusa, Hoje Sou Um e Amanhã Outro, Eu Sou Vida Eu Não Sou Morte, Um Credor da Fazenda Nacional, Lanterna de Fogo, Um Parto e A Separação de Dois Esposos.



por Carolina Bouvie
Fonte: blog Cantinho Gaúcho

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