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Linguagem popular e folclórica

Vamos conhecer algumas expressões que fazem parte do linguajar gaúcho: Acachapado – Doente, abatido Afilipado – Bem trajado Banzo – Aboba...

Vamos conhecer algumas expressões que fazem parte do linguajar gaúcho:

Acachapado – Doente, abatido
Afilipado – Bem trajado
Banzo – Abobado
Barra do dia – Madrugada
Cabedulho – Espaço junto a cerca que não é lavrado 
Cambembe – Cambaleante
Corta-vento – Cata-vento
Caúna – Erva-mate amarga demais
Espiante – O que aparece sem ser convidado, furão
Gringa – Abóbora de Pescoço
Lampreia – Velhaco
Lapuz – Mal vestido
Mandado – Relâmpago
Mandraca – Feitiço
Minguado – Pequeno
Mitrado – Pessoa inteligente
Mucufa – Quarto de despejo
Nariz de Folha – Intruso
Pamparra – Grande quantidade
Percanta/Bruaca – Mulher de má fama
Pianço – Bronquite
Ponto de futuro – Vantagens que estão por acontecer
Quebrado – Briga de namorados
Rácula – Matraca
Rebaldaria/Entrevero – Grande confusão
Rebojo – Movimento do vento
Ressolho – Brilho das águas provocado por cardumes
Ruana – Pessoa loira
Trumbico – Qualquer coisa
Visage – Aparição

GÍRIA
Vocábulos e expressões próprias de certos grupos, de utilização temporária, modificam-se com rapidez.

CALÃO
Termos grosseiros, baixos e ofensivos.

FRASE FEITA
Expressões populares consagradas pelo uso.

Exemplos:
Está a meia guampa – está meio bêbado
Ficou de orelha em pé – ficou de sobreaviso
Está com a boca nas orelhas – muito contente
Mudar de malas pra saco – mudar de assunto
Fez das tripas, coração – exagerou
Forrou o poncho – levou vantagem
Ficou "di a pé" – ficou sem recursos
Pisando em ovos – estar em situação delicada
Abriu cancha – abriu espaço
Quebrou o corincho – abateu o orgulho
Fechou o salseiro – a briga intensificou-se
Lambe-espora – bajulador
Com a boca na botija – pego em flagrante
Na tampinha – no exato momento
Por baixo do poncho – às escondidas
Juntou os pelegos – juntou-se a outra pessoa
Está como uma chaira – bem preparado
Pagar chapetonada – sair-se mal, ao contrário
Andar al pedo – sem parada certa
Não aguenta carona – não aguenta desaforo
Tirar lixiguana – passar frio
Saiu batendo guampa – desconfiado
Afrouxou o garrão – se amedrontou, cansou
Ficou de rédea caída – perdeu o domínio da situação
Caiu na volteada/embuçalado – foi ludibriado, enganado
Andar galgo – estar faminto
Ficou palanqueado – ficou sem ação
Refugou a porteira – desistiu
Tá pelada a coruja – ganhou contenda ou jogo
No bico da chiculateira – acertar algo
Que potra – que sorte
Que maula – que azar
Lavei a égua – tirei vantagem

DITO
Não se enquadra em provérbio, mas é mais que uma frase feita, revelando em geral a identidade de estado, comparação.
Tá quente de pelar porco.
Mais atrapalhado do que cusco em procissão.
Mais carregado do que burro de mascate.
Tremendo que nem sarandi na corrente.
Mais entocado do que tatu.
Mais feio do que desmaio de corvo.
Mais conhecido do que parteira de campanha.
Atirado como rebenque velho.
Mais firme que palanque de banhado.
Gordo como vaca em exposição.
Forte que nem angico.
Juntou gente que nem formiga em rapadura.
Mais entonado que garnizé.
Faceiro que nem cavalo passarinheiro.
Amargo como erva caúna.
Balanceado que nem balaio de mascate.
Teimosa como goteira de rancho velho.
Enfeitado que nem novilha em exposição.
Tinha mais floreio que gaita de boca.
Embolado que nem boi em brete.
Mais sério do que capincho atolado.
Mais velho do que o chão.

DISPARATE
Frase feita envolvendo comparações absurdas, muito utilizado por crianças.

- Que é que tem o urubu que ver com o luto da Maria?

JURA
Expressão que envolve juramento, utilizada por crianças.

Morro aqui seco,
Juro por esta cruz,
Por esta luz que me alumia.

QUESTÃO PARA RIR
Sentença interrogatória que admite respostas engraçadas.

- Você sabe o que o prego disse para o martelo? Bata devagar, que estou com dor de cabeça.
- O que a banana disse para a maçã? Eu que tiro a roupa e tu é que fica vermelha.
- O que a areia disse para o mar? Deixa de onda.

ADIVINHA
Enigma que emprega linguagem metafórica ou ambígua, sugerindo implicitamente sua solução. Foram quase totalmente legadas dos portugueses ou feitas de acordo com costumes castelhanos. Iniciam ou finalizam com a oração interrogativa: ‘O que é?’

O que é que tem escamas mas não é peixe, tem coroa mas não é rei? O abacaxi.
Quem faz não gosta, quem gosta não vê e quem vê não deseja por mais lindo que seja? Caixão.
O que é? Seis mortos esticados, cinco vivos passando. Enquanto os vivos estão passeando, os mortos estão cantando. Violão.
O que é que tem quarenta cabeças mas não pensa? Caixa de fósforo.
São doze irmãs, as doze tem meias, mas nenhum tem sapatos. O que é? As horas.
Dez e dez não são vinte, com mais cinquenta são onze. O que é ? Dez horas e dez minutos.
Eu ia a São Sepé, encontrei com sete muié, cada muié com sete saco, cada saco, um gato. Quantos iam a São Sepé? Um.

PROVÉRBIO/DITADO
Transmite o saber popular, de maneira concisa e breve.

Quem muito escolhe pouco acerta.
Quem tem rabo de palha não senta perto do fogo.
A esperança é a última que morre.
Quem tem telhado de vidro não atira pedra no alheio.
Quem mora com seu inimigo não pode viver tranquilo.
Quando um burro fala, o outro abaixa as orelhas.
Diz-me com quem andas e te direi quem és.
Cachorro que como ovelha, só matando.
Casa de ferreiro, espeto de pau.
Gato escaldado tem medo até de chuva.
Cão que ladra não morde.
Amor com amor se paga.
Depois da tempestade vem a bonança.
Nem tudo o que reluz é ouro.
Quem perdeu a batalha, ainda não perdeu a guerra.
Para grandes males, grandes remédios.
Quem tudo quer, tudo perde.
A virtude está no meio.
Quem diz o que quer, ouve o que não quer.
Alegria de pobre dura pouco.
Há sempre um chinelo velho para um pé torto.
Lagoa onde tem piranha, macaco toma água de canudo.
Agora é que o circo pega fogo.
A ambição rompe o saco.

ADÁGIO/REFRÃO
Frase ritmada, transmitindo saber de modo claro. Circulam na forma de quadrinhas (adágio) ou podem encerrar um conceito, criando uma nova fórmula (refrão).

Pobre de quem vai
Pois quem fica
Come e bebe
E a mágoa se vai.

Mulher sardenta
Cavalo passarinheiro
Alerta, companheiro!

Se eu soubesse
Nunca valeu a ninguém
A gente diz se eu soubesse
Quando remédio não tem.

A mulher e a galinhas
Não se deixa passear
A galinha o bicho come
A mulher, dá o que falar.

Quem pode, pode
Quem não pode se sacode.

Quem canta
Seus males espanta.

Cria fama
E deita-te na cama.

Quem não guarda o que tem
A pedir vem.

A ocasião Faz o ladrão.

China, canha e bolacha
Em qualquer lugar se acha.

RÉPLICA
Resposta rimada de caráter jocoso.

- Não comi nada
- Quem nada é peixe.
Quando come, não se deixe.

- Ta com fome?
Mata um homem e come.

Quem cochicha o rabo espicha.
Quem se importa rabo entorta.
Quem reclama o rabo inflama.
Quem comenta o rabo aumenta.

Bonita,
Como o rabo da Pita.

- Por que?
- Quem muito qué sabê
Mexerico vai fazê.

- Aonde?
Na casa do visconde.

EUFEMISMO
Frase que atenua uma ideia mais forte por meio de boas palavras.

Diabo – canhoto, coisa ruim, diacho, dianho, tinhoso, arrenegado, etc.
Faleceu – emalou o poncho, bateu com a cola na cerca, botou macacão de madeira, foi pra cidade dos pés juntos, deu a casca, foi pros sete palmos, caiu duro, bateu as botas, subiu a lomba, etc.

DISFEMISMO
Forma de dizer as coisas dando-lhes um sentido irônico ou pejorativo.

Gringo – estrangeiro
Papagaio – advogado
Lata – carro
Açougueiro – cirurgião pouco conceituado

APELIDO/ALCUNHA
Nome pelo qual coisas ou pessoas ficam conhecidas, definindo certas peculiaridades ou criticando, podendo ser coletivos ou individuais.

Pronúncia alterada ou diminutivos: Mingo, Mingote (Domingos), Quim, Quinca (Joaquim), Manduca, Duca (Manoel), Juca, Zeca, Zé (José).
Herança familiar: João da Nica, Pedro Norato, Maria das Coelha.
Designativo de profissão: João Padeiro, João Balaio, Manoel Vaca, Zé Leiteiro, Zé da gaita, Manoel Tambeiro, João Carreta.
Alusivos a defeitos físicos e morais: Me Rengo, Pepe, Birolho, Boca de Velha, Paulo Gato, Mão Leve, Zé Babão, Boca Rica, João Fumaça, João Gambá, João Cabeça, Pé Redondo, Chico Pança, Rema-rema.
Alusivo à semelhança com animais: Bigode de Jundiá, Linguado, Zorrilho de Perau, Corujão, Tucano, Pelincho, Quati.
Relacionado com o meio ambiente: João Ilhota, Zé da Ponte, Maria do Passo, Pedro Lagoa, Ciera, Timbaúva.
Relativo à linguagem regional: Piá, Xirú, Chicona, Biriva.
Oriundo da cor e tamanho: Sarará, Tição, Morena, Mulata, Negra, Alemão, Polaco, Gringo, Pé-de-lancha, Quarenta-e-quatro, Roda-baixa, Jerivá.

PARLENDAS/MNEMONIAS/FÓRMULAS DE ESCOLHA
Fórmulas empregadas para distrair crianças, ritmadas e de fácil lembrança, também usadas para memorizar ou escolher ao acaso.

Parlendas para entreter:
- Dedo mindinho, seu vizinho, pai de todos, fura bolo, mata piolho.
- Cadê o toucinho...
- Vaca amarela...

Mnemonias: Abjunseno (abril, junho, setembro, novembro)
- Trinta dias tem setembro, abril junho e novembro, os mais que sete são trinta e um todos serão.
Fórmulas de escolha: Uni-duni-tê, Salame, mingue, o sorvete colore, o escolhido foi você.

TRAVA-LÍNGUAS
Parlendas que apresentam dificuldade de pronúncia, formadas pro palavras de difícil articulação que induzem ao erro.

- O peito do pé do padre Pedro é preto.
- Achei chuchu chocho no tacho sujo.

PREGÃO
Forma de linguagem com a qual os trabalhadores ambulantes os de feiras anunciam suas mercadorias, utilizando-se também de uma pequena melodia.

- Olha banana, o abacaxi!
- Aproveita, minha gente!
- Aproveita e não demora, a laranja ta se acabando e o caminhão vai-se embora!

GESTOS
Movimentos corporais e intencionais que as pessoas usam para se comunicar.



por Carolina Bouvie
Fonte: blog Cantinho Gaúcho

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