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Quem vem ao mundo pelo Chão de Areia

Atendendo a diversos pedidos (da minha mulher e da minha filha kkkkk...), postamos o poema que fiz em homenagem aos meus amigos litorâne...


Atendendo a diversos pedidos (da minha mulher e da minha filha kkkkk...), postamos o poema que fiz em homenagem aos meus amigos litorâneos. É o segundo trabalho que faço a respeito, pois escrevi e foi musicada pelo grupo Os Tiranos, a letra Gaúchos do Litoral.
 
O presente poema composto de três sonetos foi classificado, neste sábado, em 3º lugar num dos maiores festivais poéticos do Estado, isto é, a Sesmaria da Poesia Gaúcha de Osório. Gracias meus Irmãos José Estivalet (declamador) e Mário Tressoldi e Rodrigo Reis (amadrinhadores) que deram vida a esta letra singela. E parabéns a todos os participantes que tenham, ou não, recebido premiações. O melhor troféu e poder rever os amigos.
 
 
QUEM VEM AO MUNDO PELO CHÃO DE AREIA
I
Pele de bugre, de marrom praieiro,
matiz de bronze destes memoriais,
couro curtido dentre os canaviais
de quem labuta ao sol de janeiro.
 
Jeito açoriano no falar cantado,
sabe dos ventos que irão soprar,
conhece as baldas deste velho mar,
não sai pras lidas sem Xangô ao lado.
 
É um daqueles que nasceu dos rastros
destas tropeadas sob a luz dos astros
donde, dos pousos, se forjaram aldeias. 
 
Talvez por isso que transcenda os tempos,  
do mesmo jeito, sem "frouxar"  um tento,
quem vem ao mundo pelo chão de areia. 
 
II
 
Traz no seu peito o troar liberto
de mil tambores, essa voz dos morros,
pelos quilombos a pedir socorro
pra um povo negro de destino incerto.
 
Maçambiqueiro mas encontra vasa
pra uma milonga de findar o dia
quando a saudade pede cantoria
que traga almas pra rondar as casas.
 
Tal como cruza oceano e rios,
numa canoa de gingar bravio,
enfrena um pingo e o estribar campeia.
 
E sai com pose de gaúcho alçado
chapéu na testa, laço apresilhado,
quem vem ao mundo pelo chão de areia.
 
III
 
Do solo guapo de aridez sulina,
brotaram nomes que timbraram eras,
fazendo história com ardor de feras,
cavalarianos de cruzar por cima.
 
No viver de hoje, onde uma agonia
vem tomando conta de nosso universo
eles se acalmam recitando versos
pelas ribaltas de uma Sesmaria.
 
Ah se eu pudesse, se me fosse dado
esse direito de escolher meu fado
jamais saía desta volta e meia.
 
E ao findar a estrada, se não for demais, 
queria, ao entorno de meus ancestrais,
volver pra terra pelo chão de areia.


Fonte: blog do Léo Ribeiro