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Nós Outros Gaúchos

Sinara Robin* Para começar esta conversa, há uma ideia colocada por um antropólogo-historiador francês que pode ser entendida mais ou men...

Sinara Robin*

Para começar esta conversa, há uma ideia colocada por um antropólogo-historiador francês que pode ser entendida mais ou menos assim: minha opinião é de que nem tudo é ruim, mas tudo é perigoso; o que não significa que seja ruim. Mas então, se tudo é perigoso, temos que fazer algo. Meia volta, volta e meia, e nós gaúchos estamos às turras com nossa identidade. Mas identidades são forjadas assim, às turras. Sempre em meio a conflitos e controvérsias. Quem somos como somos e como nos relacionamos são perguntas que fazem parte das inquietações quando tentamos sistematizar nossas experiências neste canto do mundo - como gaúchos.

Quando lançamos um olhar, atravessado pela cultura, para certa história, percebemos que um dos poucos consensos que existem hoje - nos estudos sobre cultura - é que não há consenso. Não temos um paradigma global e interdisciplinar ajustado a um conceito-chave, com conceitos associados, único e explicativo para essa história. Há diversas maneiras de conceber os vínculos entre cultura e sociedade, realidade e representação, ações e símbolos.

Bota aqui e bota ali, e em meio a todas estas questões, o Nós Outros Gaúchos surge como uma possibilidade de realizar uma conversa a partir de vários campos de conhecimentos. A psicanálise, as artes cênicas e visuais, a música, a história, a geologia, a literatura, a filosofia, ao mesmo tempo em que complexificaram a temática da identidade regional gaúcha, a complementaram e atualizaram. Restauramos pedaços da nossa história. Refiro-me à abordagem antropológica da noção de historicidade, sempre muito "próxima da experiência" e envolta num movimento que indica uma mudança histórica culturalmente viável e uma mudança cultural historicamente possível. Foram cinco meses de debates - na Appoa e na Ufrgs. Não foi uma "façanha", mas nos serviu para compartilhar pontos de vista e juntar experiências com expectativas. Neste sábado, dia 3 de outubro, seguimos em uma jornada intensa com o Seminário que intitulamos Nós os Outros. A questão das identidades gaúchas em relação ao Brasil através das perspectivas da psicanálise, da literatura, da música.

*Socióloga


Fonte: Jornal do Comércio

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