Grid

GRID_STYLE
FALSE
TRUE

Classic Header

{fbt_classic_header}

Top Ad

Últimos chasques

latest

Vinícius Brum lança Assim na Terra

O cantor e compositor Vinícius Brum nos traz uma baita notícia! Na próxima quarta-feira, dia 4 de julho, lançará o CD “Assim na terra – C...

O cantor e compositor Vinícius Brum nos traz uma baita notícia! Na próxima quarta-feira, dia 4 de julho, lançará o CD “Assim na terra – Canções”, com músicas inspiradas no livro homônimo de Luiz Sérgio Metz, o Jacaré, que morreu em 1996, e dia 3 completaria 60 anos de idade. Vinícius destaca que essa é uma grande homenagem ao Jacaré, que foi escritor, jornalista e letrista do grupo Tambo do Bando (um dos grandes nomes da música e da literatura do Rio Grande, e que tão cedo partiu). O CD conta com a participação de Luiz Carlos Borges (acordeon), Texo Cabral (flauta e harmônica), Marcelo Freitas (bateria e percussão) e Tuny Brum (vocais). O lançamento, dia 4, será na Livraria Cultura do Bourbon Country, em Porto Alegre, terá Pocket Show às 19h30, e sessão de autógrafos a partir das 20h30. Vale a pena conferir mais essa obra do Vinícius, que tem sempre como característica de seu trabalho o bom gosto musical, com conhecimento e muita poesia -além de sua belíssima voz. Vamos conferir!

O próprio Vinícius Brum nos conta sobre a produção desse novo trabalho:

“No início de 2010, relendo pela enésima vez a novela do Sérgio Jacaré (Luiz Sérgio Metz - 1952-1996), a passagem dos bugres linguarás me trouxe a ideia de uma canção. Era um final de tarde no campo. Num jorro saltaram letra e melodia. Fiquei uns dias degustando, desquinando as notas e os versos, e, sem sentir, sendo impregnado mais uma vez por aquele texto. Resolvi então tentar transportar a narrativa para o formato de canções como a recém-concebida Linguarás. Foram dois anos de trabalho entre compor e gravar. Tive a parceria fundamental do Guilherme Almeida na concepção e na produção do CD. O “Gui” tocou os violões, o baixo, as guitarras, os teclados e dirigiu todo o processo de estúdio.

Assim na terra foi lançado em agosto de 1995, em junho de 96 Luiz Sérgio Metz viria a falecer pouco antes de completar 44 anos (em 03 de julho de 2012 completaria 60). Na apresentação do livro, o professor e escritor Luiz Augusto Fischer avisa: Assim na terra requer, idealmente, o inverno para ser lido em sua radicalidade. Se não houver inverno perto, será preciso improvisar algo assemelhado, um recolhimento, um recato, um aconchego, a manta de uma lembrança morna, a recordação do cheiro de lenha queimando. As canções de Assim na terra estão inseridas nesse ambiente, neste sul que se compartilha de milonga e minuano. Deixemos, contudo, que o texto mesmo nos apresente:

Carnal e flor se misturam num estranho laço que se arma por sobre e cerra mais rastro do que casco... Nada estava, nada esteve. Tudo novo, sem bolor... Poucas estrelas, poucos recados no céu. Pontos do Cruzeiro iniciando seu giro, o mundo é aqui e ali... Se somássemos todas as nossas fragilidades não seríamos reais ou tentaríamos nos fazer de outro material. Por isso somos para os pavilhões de isolamento, seres para o emplastro, o cataplasma, a febre. Abstratos, homens de surto, plenos e instantâneos, retornamos para a noite anterior, pela mesma vereda e mesmo céu, mas já em devir, mas já outros, pela dor e pelo riso. Quem pode ficar a sós com sua alma?...

O sul está na joeira, coisa caindo dele, que tramou isso e fez uns furos para dar passagem... Em cada indivíduo nasce um tempo como cabelos, e uma tradição e uma ruptura. Ele nem bem está e já foi. O que é que foi? Nunca e será. O tempo mora na memória quando quer, ele é ela. Não é o tempo que corre. São os ditos que correm, se socorrem no tempo, e nele desaparecem, nos levando... Mas o que realmente me ocorria era ter mais gente comigo, gente que pudesse iniciar uma hermenêutica do sul, com a calma acadêmica e o vigor dos demônios. Ainda dava tempo, nossa memória estava a céu aberto... (fragmentos aleatórios)”

Por Tânia Goulart do ABC do Gaúcho

Nenhum comentário