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O 20 de Setembro de Luiz Fernando

Desfiles temático e cívico militar encerraram celebrações pela Semana Farroupilha em Porto Alegre O fervor às tradições gaúchas arrastou mul...

Desfiles temático e cívico militar encerraram celebrações pela Semana Farroupilha em Porto Alegre

O fervor às tradições gaúchas arrastou multidões pelo Rio Grande do Sul, no final de semana, produzindo uma cena arrebatadora e comovente.

Em honra ao tradicionalista Luiz Fernando dos Santos, 42 anos, fulminado por um infarto em pleno Acampamento Farroupilha, seu cavalo desfilou solitário pela Avenida Edvaldo Pereira Paiva, na manhã de domingo, no encerramento da Semana Farroupilha.

Morador de Viamão, o enfermeiro Luiz Fernando era um dos voluntários anônimos que dão alma ao Acampamento Farroupilha, no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, no centro da Capital. Celebrar o 20 de Setembro, a memória dos farrapos, era sua paixão. Orgulhava-se de pertencer ao Piquete Velha Capital, fundado em 1994.

- A Semana Farroupilha era tudo para ele. Ele aguardava com ansiedade para vir ao acampamento - contou o filho de criação Roger, 29 anos.

O coração do taura urbano - apaixonou-se pelo nativismo ao frequentar CTGs, não tinha o umbigo no campo - começou a fraquejar na manhã de sábado. Luiz Fernando preferiu não cavalgar de Viamão, sede do piquete, até o acampamento na Capital.

- Não tô muito bom, vou de carro, para poder desfilar amanhã - disse ao patrão do Velha Capital, Vardeli Correa de Souza, o Foguinho, 71 anos.

Ao meio-dia de sábado, depois de apreciar uma costela assada e tomar refrigerante, foi deitar-se no carro, alegando indisposição e dores. Os companheiros de acampamento ficaram monitorando, mas Luiz Fernando não era de se queixar. À noite, quando o filho Douglas, 20 anos, foi chamá-lo para o jantar, estava recostado no banco do automóvel, desacordado. Conduzido às pressas ao Hospital de Pronto Socorro (HPS), não resistiu.

A morte consternou o piquete. Luiz Fernando já se aprontava para o desfile cívico militar de domingo, inclusive providenciando ração extra e uma escovada a capricho no cavalo de pelo gateado.

Souza diz que a decisão de reverenciar o gaudério surgiu ainda na noite de sábado. Os integrantes do Velha Capital se reuniram para avaliar se alguém montaria o cavalo. Ninguém! - foi o veredicto. Então, encilharam o animal e afixaram uma tarja preta junto ao peitoral.

- Foi uma homenagem. Ele não tinha hora para nada, estava sempre disposto a ajudar - lembra o patrão do piquete.

Na manhã de domingo, quando o serviço de locução do desfile cívico militar anunciou que uma das montarias ia sozinha pela avenida, os espectadores se emocionaram. Bateram palmas, despedindo-se do tradicionalista que "fora chamado à estância do céu".

Informações Jornal Zerohora

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nilson.mariano@zerohora.com.br

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